Nos vários filmes de velho oeste que Dean obrigou Castiel a assistir, as delegacias eram rebuscadas de um chame imponente, algo entre o perigo e a segurança, e o xerife sempre era um cara forte e corajoso, pronto para dar a vida em nome da lei. A realidade, de certo, não era tão bondosa.
A delegacia era pequena e sem graça, com no máximo dez policiais de apoio. Os quais provavelmente perdiam seu tempo com rondas inúteis e prendiam, nos piores casos, ladrões de mercado. Metade da equipe estava do lado de fora, jogando baralho no capô de uma viatura, mal dando atenção para o Impala que acabava de parar do outro lado da rua.
– Vamos.
Castiel alisou o terno ao sair do veículo, o olhar rápido de Dean lhe garantiu que estava tudo em ordem. Afinal, foi ele quem enfiou os dedos no cabelo de Castiel na porta do hotel e os penteou, ele que apertou o nó da gravata e enfiou o distintivo no bolso do paletó.
Sam cumprimentou os policiais ao atravessar a rua, apenas dois tiraram os olhos do jogo para responder. Não pareciam minimamente preocupados em resolver um homicídio.
Na recepção um rapaz franzino mexia seu café, enquanto lia a tela do computador amarelado de forma preguiçosa. Apenas metade das luzes estavam acesas, corroborando com a ideia de abandono que toda a construção transmitia.
– Bom dia, agente Laurent, Graham e Lecter – Sam os apresenta, sinalizando os nomeados com um toque de cabeça. Os irmãos expõem os distintivos e o anjo os imita, repetindo o sobrenome Lecter em pensamento – FBI. Queremos informações sobre o homicídio de Edward Griffin.
– Bom dia – o rapaz boceja, pouco interessado, deixando a tela para vasculhar uma gaveta – Qual o interesse do FBI em um tipo como Griffin? Os psicopatas saíram de férias, Sr. Graham?
Um sorriso forçado atravessa os lábios de Dean.
– Acreditamos que ele possa estar relacionado com um caso.
– O que quer dizer com um tipo como Griffin? – Sam questiona, de sobrancelhas torcidas.
– Um bêbado agressivo – encerrando sua busca, o jovem estende uma chave numerada – É engraçado, até uns meses atrás ele era... suportável. Não era um pilar da comunidade, mas nunca deu trabalho. Então, ele viajou e retornou valente. Arrumou briga com os vizinhos, destruiu patrimônio público e agrediu a mulher e o filho. Vai entender. Não seria surpresa se a própria família o tivesse matado.
– Vocês estão investigando a familía?
– Alguém está – o homem encerra sua resposta, mas os demais ainda esperam por uma continuidade. Ao perceber que o atendente nada mais pretendia dizer, Sam escolhe balançar a chave em mãos – 5. Sala 5. Reto, à direita. Vão encontrar a ficha policial e as evidências na primeira estante.
– Obrigado – a palavra saiu de Sam, por força do hábito.
Ainda sem jeito, os caçadores se dispersam nos corredores. Ninguém jamais os deixara ao léu numa delegacia.
– O que pensa? – Dean pergunta, na porta da sala 5 – Demônio?
– Talvez. Onde acha que guardam os corpos?
– Não sei, mas a delegacia é pequena e eles com certeza não se importam se procurarmos. Cas, encontre.
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O corpo inerte encarava Castiel de volta, apesar da ausência de olhos. O poder do anjo ainda vibrava entre as moléculas, assim como a essência demoníaca. Griffin foi possuído e sua libertação lhe custou a vida.
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Em suas asas | Destiel
RomanceDean Winchester sempre fora atormentado por dores não superadas e assuntos mal resolvidos, contudo, após sair do purgatório dilacerado, é incapaz de sustentar as barreiras que sempre o fizeram seguir em frente. Só havia um lugar onde ele talvez pu...