Capítulo Quatro

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Sarah não sabia se estava pronta para contar a verdade para o conselho, mas era uma questão de necessidade. O motivo deles serem tão unidos era porque sempre escolhiam ser sinceros e nunca escondiam informações, por mais pequenas ou irrelevantes que fossem. Além disso, conheciam a história um do outro, até mesmo fizeram parte. Poderiam não ser perfeitos individualmente, mas quando estavam juntos tinham uma boa combinação. Cada um deles era importante da sua própria maneira dentro dos Bloods.

No dia anterior, Calum prometeu que iria investigar, mas Sarah não poderia deixar tudo nos ombros dele e estava muito inquieta com toda a situação. Por isso, voltou ao antigo cofre, em busca de alguma coisa que passou despercebida.

O antigo prédio onde era o Q.G. ainda pertencia aos Hathaway, ela não quis alugar ou vender, então era apenas um lugar abandonado. Na entrada encontrou vestígios de seringas, bitucas de maconha e comprimidos jogados no chão. Ela deveria ter suspeito que viraria um local para as pessoas se drogarem. Sem se importar, Sarah desceu para o subsolo pelas escadas, onde tinha uma sala de reuniões frequentemente usadas.

O cofre tinha uma única senha, a data de aniversário dela. Clichê ou não, os pais dela usavam aquela data para praticamente tudo. Ela digitou os números com rapidez e o pequeno cofre foi aberto. Apesar de saber que provavelmente não encontraria nada, se sentiu decepcionada. Sarah analisou o local ao redor, havia dez cadeiras ao redor de uma mesa, ambos móveis desgastados e com pó acumulado. A garota se sentiu frustrada. Não conseguiu dormir na noite anterior, a insônia deu as caras e as palavras de John eram repetidas em sua mente como uma vitrola quebrada.

Sarah encarou o relógio na parede oposta de onde estava, percebendo que iria se atrasar para a reunião do conselho.

Antes que pudesse sair, percebeu algo. Esteve ali em diversos momentos de sua vida, se fechasse os olhos, saberia exatamente como era a decoração antiga do local. Aquele relógio, não pertencia ao cômodo. Sarah foi na direção dele e usou uma cadeira para subir, assim conseguiu pegá-lo. Imediatamente, percebeu que não estava com poeira. Ou seja, havia sido colocado ali há pouco tempo. Ela não pensou duas vezes antes de levar o objeto consigo.

Distraidamente, subiu as escadas encarando o relógio, como se todas as suas perguntas fossem ser respondidas através dele. Quase não reparou em um pequeno detalhe. Em um dos degraus estava uma pulseira caída. Alguém tinha deixado cair e ao descer ali no escritório alguns minutos antes, não tinha percebido. Sarah pegou e analisou a pulseira, era delicada e tinha dois pingentes, um de Sol e o outro da Lua. Naquele momento, ela se sentia satisfeita.

Hathaway chegou dez minutos atrasada em sua casa. Os carros de todos estavam estacionados na garagem dela. Adentrou a casa e desceu rapidamente para a sala onde ocorriam as reuniões. O coração dela batia rapidamente no peito e Sarah estava orgulhosa por ter seguido seus instintos, mesmo com Calum falando que ela não encontraria nada. Agora só precisava se acalmar e tentar entender o que aquilo significava com mais calma.

Assim que abriu a porta, recebeu olhares de todos e a conversa morreu aos poucos. Calum e Michael tinham o semblante neutro, Ashton e Katherine encaravam Sarah como se ela estivesse saído de um manicômio por causa do relógio na mão. Madison e Emma pareciam um pouco irritadas, provavelmente com o sumiço da líder deles.

— Na próxima vez você poderia avisar onde está, ou que vai se atrasar — Emma quebrou o silêncio.

— Principalmente quando temos uma gangue violenta atrás de você — Madison completou.

— Eles não estão especificamente atrás de mim — Sarah disse com calma, sentando-se em sua cadeira e colocando o relógio e a pulseira na mesa. — Enfim, preciso contar uma coisa para vocês.

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