Capítulo 3

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A aula corria normalmente, até que a professora teve a melhor ideia da vida dela, fazer grupos de quatro pessoas - ela que ia escolher

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A aula corria normalmente, até que a professora teve a melhor ideia da vida dela, fazer grupos de quatro pessoas - ela que ia escolher. Contei ironia nessa frase. Odeio fazer trabalho em grupo, ainda mais com essas pessoas que nem conheço. A professora me colocou em um grupo com uma garota e dois garotos. Até que eles são bonitinhos. Sentei-me ao lado da menina, sem dizer uma palavra.

- Olá novata. Gostei muito do seu estilo, principalmente desse anel de lua com uma pedra cinza - disse a garota ao meu lado.

Olhei para meu anel, que ganhei ao completar meus 13 anos. Esse anel representa a minha magia, cada bruxo tem o seu. Levantei meu rosto, olhei para ela e dei um sorriso de canto.

- Não vai responder, sujeitinha? - disse um dos garotos. Ele parecia ter 1,80 de altura, cabelo desgrenhado e escuro, provavelmente preto. Sua pele é de um tom pálido, dando-lhe uma aparência um pouco sombria. Ao seu redor parece ter uma aura escura, e as tatuagens acentuam ainda mais esse ar de mistério.

- E se eu não quiser? - digo em um tom de voz baixa e melancólica.

- Podemos ver que a sujeitinha tem voz.

- Só esqueça de mim e preste atenção nessa merda de trabalho - digo, já perdendo minha paciência. Garoto irritante, ele vê que não quero falar.

- Você deveria me tratar melhor, não sabe com quem está se metendo - disse o garoto em tom baixo, mas acabei escutando.

- Vocês que não sabem, quem sou eu! Posso te apresentar ao inferno facilmente - sussurrei para mim mesma.

Depois de fazer o trabalho e entregar, sai da sala e caminhei em direção ao jardim, com a intenção de aproveitar esses minutos de intervalo, antes da próxima aula

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Depois de fazer o trabalho e entregar, sai da sala e caminhei em direção ao jardim, com a intenção de aproveitar esses minutos de intervalo, antes da próxima aula. Encontrei um lugar com sombra, sentei e fiquei observando cada pessoa dessa faculdade, tentando descobrir algo do meu interesse pessoal.

Reparei que um grupo específico ficou me encarando, inclusive aqueles três da minha aula passada. Eu sabia que chamaria a atenção no primeiro dia por ser a novata, mas parecia até que fazia parte de um circo de aberrações. Continuei observando as pessoas e concluí que essa cidade é povoada por feéricos e não-abençoados, e agora por uma família de bruxos. Levantei-me e segui em direção à entrada do pátio. De repente, virei subitamente e fui até uma mesa não muito longe.

- Estão me encarando, por quê? Tem algo de errado para não tirarem os olhos de mim? - Digo, cruzando os braços e olhando para o grupinho.

- Eu não faço a mínima ideia do que você tá falando - disse o garoto de cabelos loiros.

- Claro que não, só passaram a aula e o intervalo todo me encarando, mas não faz a mínima ideia do que estou falando. - revirei os olhos. - Mas devo estar ficando louca, então.

- Você chega na nossa cidade, já discutindo com a Pactria e ainda quer arranjar briga com a gente? - disse a garota. Olhando agora, percebi que ela se parece muito com o garoto tatuado. Devem ser irmãos.

- É você que tá falando de briga. Eu só vim aqui para saber qual o problema de vocês em ficar me encarando.

- Sério? Qual o nosso problema? - disse o loiro, levantando-se e ficando cara a cara comigo. Não me afastei e ergui rosto, para olhar nos olhos dele. - É você que tá quase gritando aqui.

- Acha que me intimida com seu 1,70? Ah, meu bem, eu já fiz homens maiores que você chorarem ao meus pés.

Sentir o tempo mudar. O sol, que estava quente agora a pouco se escondeu atrás de nuvens, e uma ventania leve começou. Nesse momento, percebi que as coisas iam sair do controle se eu não me acalmasse.

- Olha só, temos uma corajosa aqui. Se mexer comigo, estará mexendo com minha família, e acredite, você não quer lidar com ela. - o loirinho continuou a proferir .

- Não, garoto, você é que não quer lidar com a minha família.

Afastei-me um pouco, ainda olhando para o garoto ,e murmurei de forma imperceptível um feitiço. O garoto, que tinha um olhar de fúria, tropeçou alguns passos para trás e desviou o olhar. Fiquei confusa pelo feitiço não ter funcionado corretamente, mas logo disfarcei.

- Meu aviso está dado - digo, saindo em passos largos para minha sala de aula.

O feitiço não funcionou direito, o que deu errado? Era para fazê-lo sentir uma dor de cabeça terrível, mas a merda do feitiço não funcionou, e eu não sei o que aconteceu, mas não pegou nele. Eu sei que não pronunciei errado, nunca erraria algo tão bobo. Eu não sei o que foi aquilo, mas tem algo nessa cidade. Eu senti quando cheguei, ou talvez aquele grupinho seja de feéricos, por isso não funcionou. Meu pai uma vez me disse que os feéricos são propensos a se defender de magia na mente, só os próprios feéricos podem atingir um ao outro.

Bruxas e feéricos: Uma trégua improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora