A semana começou de forma entediante, nublada e tenebrosa, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer. O clima parece refletir meu estado interior, uma sombra de inquietação pairando sobre mim. A cena de assassinato que quase presenciei na floresta ontem continua girando em minha mente, um pesadelo vívido que não quer se apagar.
Tento afastar o pensamento sombrio, mas é difícil ignorar o medo e a tensão que sinto. Não posso me dar ao luxo de parar agora. Desço do parapeito da sacada, um suspiro pesado escapando dos meus lábios enquanto eu me preparo para enfrentar o dia.
Visto-me com um cuidado mecânico, movendo-me com uma apatia quase automática. Cada peça de roupa parece pesar mais do que deveria, e cada movimento é uma luta contra o turbilhão de emoções que me consome. É como se, apesar do esforço, eu não conseguisse me livrar do peso da noite passada.
Ao me olhar no espelho, vejo não apenas meu reflexo, mas também o fantasma da noite terrível que ainda assombra minha mente. Fecho os olhos por um momento, tentando reunir a força para enfrentar o dia, sabendo que tenho que seguir em frente, apesar dos medos que ameaçam me paralisar.
Com um último olhar para o espelho, dou-me um pequeno encorajamento e saio de casa, decidida a enfrentar o que quer que a semana tenha reservado para mim.
Na faculdade, durante uma pausa na aula, sinto uma necessidade quase compulsiva de me distrair. Enquanto meus colegas conversam e o barulho da sala preenche o ambiente, abro o site de notícias da cidade em meu celular, em busca de alguma distração que não envolva meus pensamentos inquietantes.
Mas o que encontro faz meu coração acelerar. A manchete é clara e cruel:
"Corpo de uma mulher é achado na floresta por seguranças do parque mal-assombrado da cidade. O corpo foi mutilado e esquartejado com uma faca. Sua orelha esquerda foi cortada e deixada ao lado do corpo. Os legistas ainda não têm certeza se a causa da morte foram os cortes ou a marca encontrada no pescoço, indicando que a vítima pode ter sido sufocada até a morte."
As palavras se destacam na tela, cada detalhe pungente e horrível. O parque onde eu estava ontem, a floresta que agora me parece ainda mais sinistra e cheia de segredos, é o local do assassinato brutal. Uma sensação de culpa e pavor se mistura em meu peito. Eu poderia ter ajudado, talvez, mas a ideia de que eu poderia estar ao lado dela, na mesma situação, me aterroriza ainda mais.
Olho para a notícia, tentando processar o que estou lendo. As descrições vívidas e perturbadoras me fazem sentir um frio na espinha. O fato de que o corpo foi mutilado, a orelha cortada e o sofrimento brutal descrito só aumenta a sensação de que estou envolvida em algo muito maior e mais sombrio do que poderia imaginar.
A manchete sobre o primeiro assassinato brutal na cidade de Sanguinem Cordis ecoa em minha mente, um lembrete constante do perigo que parece se aproximar de todos nós. Fecho o celular com um clique, tentando afastar a sensação de pânico crescente e o peso de minha própria impotência. A sala de aula parece mais sufocante do que nunca, e o pensamento de que essa violência pode estar apenas começando me assombra enquanto eu tento focar na aula que continua ao fundo.
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Bruxas e feéricos: Uma trégua improvável
FantasiaEm um mundo onde bruxos e feéricos se enfrentam, será que uma amizade pode florescer ou sobreviver? Belladonna, uma jovem bruxa conhecida pelas confusões por onde passou, seus pais acabam decidindo se mudar para cidade de Sanguinem Cordis na esperan...