Capítulo 12

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A semana começou de forma entediante, nublada e tenebrosa, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer

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A semana começou de forma entediante, nublada e tenebrosa, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer. O clima parece refletir meu estado interior, uma sombra de inquietação pairando sobre mim. A cena de assassinato que quase presenciei na floresta ontem continua girando em minha mente, um pesadelo vívido que não quer se apagar.

Tento afastar o pensamento sombrio, mas é difícil ignorar o medo e a tensão que sinto. Não posso me dar ao luxo de parar agora. Desço do parapeito da sacada, um suspiro pesado escapando dos meus lábios enquanto eu me preparo para enfrentar o dia.

Visto-me com um cuidado mecânico, movendo-me com uma apatia quase automática. Cada peça de roupa parece pesar mais do que deveria, e cada movimento é uma luta contra o turbilhão de emoções que me consome. É como se, apesar do esforço, eu não conseguisse me livrar do peso da noite passada.

Ao me olhar no espelho, vejo não apenas meu reflexo, mas também o fantasma da noite terrível que ainda assombra minha mente. Fecho os olhos por um momento, tentando reunir a força para enfrentar o dia, sabendo que tenho que seguir em frente, apesar dos medos que ameaçam me paralisar.

Com um último olhar para o espelho, dou-me um pequeno encorajamento e saio de casa, decidida a enfrentar o que quer que a semana tenha reservado para mim.

Na faculdade, durante uma pausa na aula, sinto uma necessidade quase compulsiva de me distrair. Enquanto meus colegas conversam e o barulho da sala preenche o ambiente, abro o site de notícias da cidade em meu celular, em busca de alguma distração que não envolva meus pensamentos inquietantes.

Mas o que encontro faz meu coração acelerar. A manchete é clara e cruel:

"Corpo de uma mulher é achado na floresta por seguranças do parque mal-assombrado da cidade. O corpo foi mutilado e esquartejado com uma faca. Sua orelha esquerda foi cortada e deixada ao lado do corpo. Os legistas ainda não têm certeza se a causa da morte foram os cortes ou a marca encontrada no pescoço, indicando que a vítima pode ter sido sufocada até a morte."

As palavras se destacam na tela, cada detalhe pungente e horrível. O parque onde eu estava ontem, a floresta que agora me parece ainda mais sinistra e cheia de segredos, é o local do assassinato brutal. Uma sensação de culpa e pavor se mistura em meu peito. Eu poderia ter ajudado, talvez, mas a ideia de que eu poderia estar ao lado dela, na mesma situação, me aterroriza ainda mais.

Olho para a notícia, tentando processar o que estou lendo. As descrições vívidas e perturbadoras me fazem sentir um frio na espinha. O fato de que o corpo foi mutilado, a orelha cortada e o sofrimento brutal descrito só aumenta a sensação de que estou envolvida em algo muito maior e mais sombrio do que poderia imaginar.

A manchete sobre o primeiro assassinato brutal na cidade de Sanguinem Cordis ecoa em minha mente, um lembrete constante do perigo que parece se aproximar de todos nós. Fecho o celular com um clique, tentando afastar a sensação de pânico crescente e o peso de minha própria impotência. A sala de aula parece mais sufocante do que nunca, e o pensamento de que essa violência pode estar apenas começando me assombra enquanto eu tento focar na aula que continua ao fundo.

Bruxas e feéricos: Uma trégua improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora