Em um mundo onde bruxos e feéricos se enfrentam, será que uma amizade pode florescer ou sobreviver? Belladonna, uma jovem bruxa conhecida pelas confusões por onde passou, seus pais acabam decidindo se mudar para cidade de Sanguinem Cordis na esperan...
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— Devemos nos preparar para o pior e, estar sempre um passo à frente. — Draystan disse com a voz grave e firme, os olhos fixos em mim, como se já tivesse traçado todos os possíveis desfechos.
Suas palavras ecoaram na minha mente enquanto eu tentava processar tudo. Como ele descobriu que eu estava aqui? As únicas pessoas que sabiam eram meus pais e as anciãs. Ninguém mais da antiga cidade tinha conhecimento. A sensação de que algo terrivelmente errado estava acontecendo apertava meu peito.
Meus pensamentos vagavam para uma conclusão assustadora. Depois do que a professora insinuou sobre meus pais, talvez eles sejam os traidores. Talvez eles tenham contado para ele e para a sua família onde eu estava. E agora, eles vieram atrás de mim de novo. O medo se misturava à raiva, tornando difícil discernir o que era real e o que eram apenas minhas paranoias. Mas como ignorar o fato de que, desde que ele entrou na minha vida, meus dias se transformaram em uma neblina de noites mal dormidas e pesadelos incessantes? Se foram meus pais, como não perceberam o que ele me fez? O quanto ele destruiu minha paz?
Minha mente fervilhava, enquanto meus pés se moviam inquietos pelo quarto de Draystan. O lugar, que sempre me causou desconforto, parecia ainda mais claustrofóbico agora. As sombras nas paredes pareciam me observar, refletindo o caos que se desenrolava dentro de mim. Era sinistro pensar que, no meio de tanta incerteza, as únicas pessoas em quem eu podia realmente confiar é no meu irmão e nos feéricos desta casa.
— Ele vai encontrar um jeito de me alcançar, não importa onde eu esteja. — murmurei para mim mesma, mas sabia que Draystan havia escutado. Ele sempre escuta.
— Se ele vier... nós estaremos prontos. — Draystan se aproximou, sua presença imponente me envolveu como uma sombra protetora e, ao mesmo tempo, opressiva. — Eu não deixarei ele tocar em você de novo.
Eu queria acreditar nele. Queria sentir que estar aqui era seguro, que as promessas de Draystan significavam algo. Mas o garoto do meu passado, aquele que eu nunca consegui esquecer, sempre encontrava um jeito. Ele era como uma sombra que nunca me abandonava, sempre me assombrando à distância, esperando o momento certo para atacar.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo som de passos no corredor. Meu corpo ficou tenso, meus olhos se fixaram na porta. Ruby apareceu, com o olhar preocupado.
— Bella... temos um problema. — disse ela, a voz baixa e urgente.
Draystan trocou um olhar rápido comigo antes de se virar para Ruby.
— O que aconteceu? — ele perguntou, sua postura imediatamente defensiva.
— Ele está aqui. Acabamos de sentir a presença dele na floresta, à beira do círculo de proteção. — Ruby respondeu, seu olhar carregado de uma tensão quase palpável.
Meu estômago deu um nó, e senti o pânico subir pela minha garganta. Era como se o ar ao meu redor estivesse desaparecendo. Ele já estava aqui. Ele estava perto demais.
