Decidimos entrar pelos arredores de Getsugakure, pois obviamente não podíamos entrar pela frente e chamar atenção. Evitamos qualquer tipo de contato com os habitantes da vila, nos dirigindo para uma parte mais afastada.
— Para onde estamos indo, exatamente? — Gabimaru perguntou, seguindo logo atrás de mim.
Continuei olhando para frente, meu olhar endurecido, hesitando em responder.
— Aos túmulos da minha família. — senti um aperto no estômago enquanto pronunciava essas palavras.
Apesar de tudo o que aconteceu, sei que o chefe simplesmente não descartaria os corpos da minha família. Ele com certeza fez um túmulo para cada um deles, até para o meu pai. Por isso, acredito que os enterraram em algum lugar um pouco mais distante do local dos outros túmulos. Ir visitá-los é a única ideia que eu tinha, pois não fazia ideia por onde começar.
Gabimaru não fez mais perguntas, mas eu senti seu olhar sobre mim diversas vezes, talvez se perguntando como eu estava lidando com o fato de finalmente retornar a esta vila depois de tudo, mesmo que ninguém saiba do meu retorno.
Após atravessarmos o cemitério de Getsugakure, chegamos a uma área afastada, onde as pedras antigas marcavam os locais de descanso de minha família. As lembranças vieram à tona, inundando minha mente com imagens e sensações de tempos passados. As lápides eram simples, mas estavam bem cuidadas, evidência de que alguém ainda se importava o suficiente para preservar aquele lugar. Ao ver os nomes gravados nas pedras, meu coração se apertou.
À minha frente, estavam apenas as lápides da minha mãe e da minha irmã. Já a do meu pai estava um pouco mais distante, visível no topo de uma pequena colina não muito longe de onde estávamos.
— Parece que ele está lá em cima... — comentei, apontando para a colina.
Gabimaru olhou na direção que eu apontava e assentiu.
— Você vai até lá?
Dou de ombros, um pouco indecisa.
— Preciso de um momento aqui.
Me ajoelhei diante das lápides de minha mãe e minha irmã, roçando os dedos pelas inscrições. Lágrimas ameaçavam descer pelo meu rosto, mas me contive, enquanto as lembranças inundavam minha mente.
— Mãe, irmã... eu senti tanto a falta de vocês. — sussurrei, minha voz embargada pelo choro que estou segurando — A vida tem sido... difícil... desde que vocês se foram. Tentei enterrar minhas emoções e me tornar uma pessoa diferente, mas... nunca consegui esquecer vocês.
Fechei os olhos, deixando que a dor reprimida se liberasse. O vento soprava suavemente ao nosso redor, como se a própria natureza estivesse nos oferecendo um momento de consolo e paz. Gabimaru se manteve ao meu lado, sua presença uma âncora de apoio em meio à tempestade de emoções.
No entanto, senti os pelos da minha nuca se arrepiarem, me alertando que algo se aproximava sorrateiramente. Num piscar de olhos, tentei puxar minha katana, mas assim que me virei, um garoto já estava apontando um arco e flecha para nós. Gabimaru parece ter percebido e tentou fazer o mesmo, mas ao perceber o garoto, ele não mexeu um músculo.
— Parados! Se desembainharem suas katanas, não hesitarei em atirar — disse o garoto com firmeza.
Atrás do arco e flecha, estreitei os olhos, tentando reconhecê-lo. Por um momento, senti meu coração pesar ao ver uma ligeira semelhança com Watari, mas rapidamente me convenci de que não era ele, pois Watari estava morto.
O garoto me examinou, abaixando parcialmente seu arco e flecha. Piscando algumas vezes enquanto me encarava, seu olhar se arregalou de repente.
— S/n... — o garoto murmurou.
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Gabimaru x Leitora - Redemption [Hell's Paradise/Jigokuraku]
Fiksi PenggemarEm um mundo onde o sangue tinge o chão a cada passo e a morte espreita em cada esquina, seu destino se cruza com o de Gabimaru, um shinobi conhecido por sua destreza incomparável. Entre brigas violentas, desentendimentos amargos e rancores profundos...