Rinn Nailo - Amadurecer

015

Ariaster estava sentado encostado na árvore que ele mesmo tinha feito crescer sobre o túmulo de Reydoth, ao seu lado estava Aramil deitado. Bry tinha parado de me acompanhar assim que a figura do eladrin tinha aparecido no nosso campo de visão.

Tomando coragem me aproximei em passos calmos em sua direção, ele estava de máscara, fazendo com que eu não conseguisse ver seu rosto, mas conseguia ver que seus olhos estavam fechados e eu não sabia dizer se estava meditando ou não. Resolvo me aproximar mais e dessa vez faço barulho de propósito, percebo que sua orelha treme, como se tivesse captado meu barulho. Aramil que estava deitado ao seu lado levanta a cabeça para olhar na direção do barulho, na minha direção. Ao me ver, ele apenas deita a cabeça novamente e continua me olhando, me aproximo com mais confiança e aceno na direção de Aramil, que pisca os olhos na minha direção lentamente e depois volta a fechar os olhos.

-Desculpe te atrapalhar, imagino que esteja passando por um momento delicado e difícil. Tenho algumas curiosidades por algo que vi, que provavelmente é do mundo das fadas, e você é o único que conheço relacionado a isso...resolvi vir tentar matar a curiosidade - Digo tudo rapidamente em silvestre enquanto olho para seu rosto

Ariaster abre os olhos e olha para mim, com os olhos brilhando em verde. Interpreto isso como um sinal de que podia perguntar e questiono em silvestre:

-Eu achei a forja mágica que comentei com você a algum tempo atrás, na mina dessa forja vi um teto que parecia um céu estrelado, mas ao invés de estrelas eram pedras brilhantes. Inclusive a moeda de besouro, virou um besouro e voou para dentro do fogo da forja mágica, depois disso ela voou para esse teto e depois apareceram vários desses besouros e começaram a voar juntos, foi muito bonito, parecia como as descrições que ouvi da aurora boreal. Você saberia algo sobre isso e sobre o teto?

Ariaster se mantém em silêncio por alguns segundos, minha mente hiperativa começa a achar que ele iria me ignorar ou que talvez eu tenha falado muita coisa de uma só vez.

-Nossos planos sempre foram considerados separados, assim como Abeir, o mundo gêmeo é separado deste aqui, Toril, á muitos mil anos antes dos Conto dos Vales, restando apenas lugares de alta magia e poder para poder atravessar o véu, mas o entrelaçamento dos mundos foi acelerado pela Praga Mágica a mais de cem anos neste mundo, ela fez com que os planos se chocassem, a magia ficasse perturbada e muitas catástrofes acontecerem em ambos os mundos. O fim da praga foi a quase cem anos e somente nos últimos 4, os mundos foram separados concretamente e a trama foi restaurada, o que chamaram de a Segunda separação, mas muitos lugares permaneceram alterados e muitas cicatrizes ainda podem ser vistas, e eu imagino que esse teto do qual você fala, possa ser uma delas - Seus olhos continuaram brilhando em verde a cada palavra que saia de sua boca, sem nenhuma alteração de cor como ontem

-Sobre os besouros, eles são abundantes em Faéria, mas os mineradores não gostam muito deles, além deles fugirem constantemente, os besouros são atraídos por fontes de magia, que faz com que sejam quistos por pessoas muito gananciosas - Ele acrescenta em silvestre

Isso explica o porque do besouro ter se jogado na forja mágica.

-Sua ligação com o Aramil...é algo parecido com minha relação com o Haldir, o esquilo? - Pergunto em silvestre um pouco hesitante

-Eu espero que não - Ele responde em silvestre com a voz um pouco distante, seus olhos brilham em azul e eu percebo a tristeza em seu tom de voz ao dizer essas palavras

De maneira instintiva faço um carinho em Haldir que estava sentado no meu ombro escutando toda a conversa em silêncio. Será que ele aceitaria um abraço? Ele parecia precisar de um. Pensando nisso, faço um pequeno lírio branco surgir em minha mão e estico em sua direção, ele olha para a flor e depois estica sua mão até deixa-la em baixo da minha e abre a mão. Assim que pouso a flor em sua palma, o lírio congela, e ele coloca o lírio no cabelo, encostado em seu chifre de madeira.