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Estava me dirigindo em direção ao pomar, já que Bry me apontou que a casa de Daran ficava próxima a esse. Paro meus passos quando escuto um relincho, o cavalo que produziu o som parecia entediado, olho ao redor da praça em que estou procurando por ele, escuto novamente seu relincho e sigo em direção ao som, quando me aproximo o suficiente de uma casa e olho ao lado dessas, vejo um cavalo, e com um pouco de esforço vejo atrás dele duas figuras conversando, agora entendia porque do tédio.

Continuo parada onde estava, tento ao máximo não fazer barulho, queria escutar a conversa sem ser percebida, eu poderia estar sendo uma intrometida mas eu não ligava, já que poderia ser uma informação útil.

-Essa quantia está maior que o habitual...Velka? - Escuto uma voz masculina perguntarUma quantia maior que o habitual? Talvez, só talvez fosse o dinheiro que roubaram de mim e meus companheiros.

-Sim - Respondeu uma voz feminina que eu já tinha escutado antes

-Essa garoto é lucrativo para mim, mas não para você - A voz masculina diz séria

-Ele é da família, vou cuidar de...

-Ele não é da família! Ele vai trair você, e uma víbora virá mata-la. Quando isso acontecer, eu mesmo vou quebrá-lo - Interrompe em um tom mais alto a voz masculina

-Shh...Vá agora, já falamos de mais - A voz que agora reconheci como a da Halia falou

Percebo que ela olhava para trás, olhando na minha direção, volto meus passos rapidamente para trás e suspiro resignada, eu queria ouvir mais, não estava entendendo muito, porém parecia importante. Me transformo em rato e olho para a casa ao meu lado, solto um pequeno sorriso com a ideia, escalo a casa e subo para o telhado, paro na borda olhando na direção deles, Halia se afastava indo em direção ao posto de mineração, e a figura masculina se aproxima do cavalo e começa a guiá-lo na direção da estalagem.

Vou seguindo ele pelo telhado e percebo que era provavelmente um elfo, mesmo que eu não conseguisse ver seu rosto por conta do capuz, mas conseguia ver suas orelhas pontudas que ficavam delineadas pelo capuz, e também era possível perceber que o encapuzado provavelmente usava ombreiras, já que era perceptível o volume em seus ombros.

O encapuzado para em frente a estalagem, e em menos de um minuto saí pela porta da estalagem Ander, ele tinha uma cara de abatido, o encapuzado parece falar algo, já que Ander estende suas duas mãos para ele sem contestar, e logo tem as mãos amarradas, reparo um pouco na figura abatida de Ander, ele não parecia ter nenhum machucado, nem mesmo o que tinha nos lábios de acordo com Dindan.

Ander sobe no cavalo com a ajuda do encapuzado, e eles começam a cavalgar em direção a saída da cidade, desço rapidamente do telhado que estava e começo a seguir eles pelas ruas, eu ia seguindo por trás das casas e alguns passos atrás na intenção de não ser percebida como da última vez, eu até tento escutar algo, mas eles não parecem trocar uma só palavra.

Paro quando eles saem da cidade parecendo ir em direção a trilha Triboar, eu não tinha mais como segui-los, me viro soltando um pequeno barulhinho indignado e começo a refazer meus passos para o local onde Halia estava conversando com o encapuzado, no meio do caminho Dindan aparece e começa a me encarar em dúvida, ela leva a mão ao queixo enquanto cera seus olhos me olhando, o que ela estava fazendo? Ahh, ela provavelmente estava tentando descobrir se o rato que ela estava vendo era um rato comum ou eu, levanto ficando em duas patas e aponto com minha pata direita para mim mesma e sorrio, ela parece compreender e sorri, volto a correr na mesma direção de antes, porém dessa vez em duas patas apenas para garantir que ela entendeu que sou eu.

Assim que chego ao local que aqueles dois estavam conversando começo a farejar o lugar, consigo sentir o forte cheiro do cavalo e o leve cheiro de Halia, mas não sinto nada do encapuzado, era quase como se ele não tivesse cheiro. Me viro para Dindan que tinha me seguido até aqui, aponto para seu nariz e para o lugar que estamos, ela compreende meu pedido e começa a farejar o lugar, mesmo que coelhos e lebres não sejam animais muito conhecidos pelo olfato, eles ainda tinham um bom olfato e em todas as vezes que tentou Dindan sempre pareceu conseguir algo, ela até mesmo guardou o cheiro do cajavidro em sua memória.

Rinn Nailo - AmadurecerOnde histórias criam vida. Descubra agora