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-O tempo pareceu passar devagar, mas você já está perto de completar seu primeiro século Rinn - Minha mãe parecia estar um tanto quanto sentimental hoje, talvez seja por eu estar completando meus 99 anos ou por eu ter decidido partir para me tornar uma aventureira, provavelmente pelos dois.

-Que loucura, né

Eu não sabia como reagir a minha mãe quando a mesma estava sentimental, ela costuma ser séria, imagino que por ter passado por muita coisa e por já ter vivido mais de cinco séculos.

-Mas não precisa se preocupar mãe, eu consigo fazer isso sozinha - Um pequeno som de indignação é possível ser escutado nas minhas costas, provavelmente Haldir que estava escondido no meu capuz, não concordava com minhas palavras.

-Somente um tolo andaria por Faerûn sozinho, Rinn - Todo o ar sentimental da minha mãe parecia ter sumido nesse momento, e suas palavras agora bem diretas pareciam carregar um grande peso.

-Uma pequena dica que eu aconselho você a não esquecer. Pelo menos por agora que você não é forte o suficiente ainda e nem muito inteligente - As vezes esqueço o quão deprimente pode ser ouvir uma elfa muito mais forte e sábia que você, te dar conselhos.

-Eu falo isso para o seu bem Rinn, existe muita coisa que está além da compreensão e outras que estão além do nosso nível, saber reconhecer isso não te tornar fraca, mas sim esperta. Afinal nenhum ser viveu o suficiente para saber de absolutamente tudo - Agora eu também me encontrava séria, sabia que tinha que prestar atenção a tudo que minha mãe me falasse, eu tinha que aprender o máximo que conseguisse com ela, mesmo que não entendesse alguns de seus ensinamentos, ainda.

-Tranquilo mãe, já tenho algo em mente. Não se preocupe tanto - Minha mãe não pareceu colocar muita fé nas minhas palavras, mas também não falou mais nada e nesse momento não precisava.

Agora era o momento de me despedir da minha mãe, um abraço reconfortante, e logo nós duas viramos nossas costas, ela voltando para a aldeia Silfye e eu me afastando, palavras não precisavam mais ser ditas nesse momento. Não tinha mais o que ser dito, na verdade, eu cresci com ela, ela conheceu todas as minhas fases até agora, porém daqui pra frente ela não estaria lá por mim. E mesmo que isso me parecesse assustador também me enchia de euforia, era uma nova fase da minha vida, uma fase completamente diferente na qual eu não saberei o dia de amanhã, mas em troca conhecerei o mundo e seus segredos, e isso me parecia incrível.

-Ok Hal, vamos recapitular nossa rota. Nosso ponto de partida é a nossa aldeia que fica na Floresta Alta, e pretendemos chegar a Neverwinter na Costa da Espada, não devemos demorar mais do que uma semana correndo - Haldir que antes estava no meu capuz escondido colocou sua cabeça por entre meus cabelos e prestava atenção ao que eu ia falando, tentando compreender minhas palavras.

-Bem, agora com nosso caminho traçado podemos ir

Com isso eu parti da minha aldeia junto a Haldir para minha primeira aventura como aventureira.

|Mais de uma semana depois|

Chegando a uma cidade populosa conhecida como Neverwinter, ouvi que estavam procurando por pessoas dispostas a fazer escolta de uma carroça com alguns produtos, e chegando a conclusão que era uma boa primeira missão para começar a ter alguma experiência, eu me inscrevi para a missão. Recebendo a informação de me encontrar com os outros integrantes do meu grupo na frente do portão da cidade, no próximo dia.

|Time Skip|

Ao chegar no local que lhe foi informado, arregalei meus olhos ao me deparar com uma figura alta de uma draconato (já tinha escutado histórias de sua raça, a maioria dos elfos dizia que eles descendiam dos próprios dragões), ela parece ter dois metros de altura; suas escamas são prateadas e brilhantes; atrás de seu corpo percebo uma cauda grossa e longa, mas não chega a tocar o chão; a draconato usa uma armadura reluzente; na sua cintura leva uma espada também reluzente; e em suas costas uma enorme mochila.

Rinn Nailo - AmadurecerOnde histórias criam vida. Descubra agora