— Amélia, eu não tenho nada adequado para um baile como este! — exclamei, rindo nervosamente. — Se fosse uma fantasia, eu poderia ir com minhas próprias roupas.Acabava de sair do banho e, para ser sincera, estava indo ao baile apenas por causa de Amélia. Caso contrário, teria ficado em casa, sob as cobertas quentinhas.
— Já resolvi isso — respondeu ela, com entusiasmo, correndo até o guarda-roupas e puxando um vestido azul escuro do antigo armário.
Fiquei boquiaberta e me aproximei para conferir a peça de perto. O vestido era de um azul profundo, evocando a elegância e a sofisticação da realeza. O corpete ajustado realçava a silhueta, adornado com pedrarias brilhantes meticulosamente costuradas em um padrão deslumbrante no busto. Essas pedrarias captavam e refletiam a luz, criando um efeito cintilante a cada movimento.
A saia era volumosa e fluida, composta de camadas de tecidos leves que se moviam graciosamente, conferindo um toque de magia e encanto. A cintura era bem marcada, destacando a figura com delicadeza, e as mangas longas tinham detalhes que complementavam o design refinado.
— Você roubou esse vestido, Amélia? — perguntei, receosa quanto à resposta.
— Claro que não! — respondeu, animada. — Esse vestido foi feito para a viscondessa Catarina, prima distante da Rainha Aurora. Mas ela não gostou de nada no vestido e mandou a vovó jogar no lixo, dizendo que era "um vestido digno da rainha do lixão". Então, antes que a vovó jogasse fora, eu o peguei.
— Isso é roubo do mesmo jeito, Amélia! Não sei se consigo ir para essa festa, ainda mais com um vestido roubado — murmurei.
— Não é roubo. Ela não queria o vestido, então eu peguei. Iria para o lixo de qualquer forma. Por favor, Fran, por mim. Vá! Você ficará deslumbrante, e eu cuido do seu cabelo e maquiagem — insistiu.
Respirei fundo, pensando: "É só ir, dançar um pouco e voltar. Dê-se esse presente e finja que não é uma simples serva. Você tem uma oportunidade maravilhosa nas mãos, Francesca." Era Inácio, a vozinha em minha cabeça, que me encorajava.
— Tudo bem. Mas o que você usará? — perguntei.
Vi Amélia tirando outro vestido do armário e fiquei boquiaberta.
— Você roubou dois vestidos do ateliê real? — perguntei, incrédula.
— Não, só o seu. Este eu mesma fiz com o resto de pano que estava por lá. Ficou perfeito, não é? — disse, orgulhosa.
O vestido de Amélia era cinza escuro, exalando uma aura de mistério e sofisticação. O tom neutro, porém marcante, era complementado por uma profusão de pedrarias que cobriam toda a superfície, criando um efeito de brilho e glamour incomparável.
O corpete era ajustado e estruturado, moldando-se ao corpo com perfeição. Era ricamente adornado com pedrarias dispostas em padrões intrincados que captavam e refletiam a luz de maneira fascinante. A saia, volumosa e majestosa, era feita de várias camadas de tecidos finos que conferiam movimento e leveza. Apesar da cor escura, o brilho das pedrarias garantiu que o vestido nunca passasse despercebido. A cintura era acentuada, e as mangas longas e justas eram adornadas com pedrarias até os punhos. A peça era completada com uma cauda sutil que seguia graciosamente, conferindo um toque final de realeza.
— Você arrasou, Ame — disse, com orgulho.
— Eu sei — respondeu, rindo. — Vamos nos arrumar!
Depois de vestir meu vestido e olhar para meu reflexo no espelho, tentando encontrar algum vestígio da Francesca plebeia, me surpreendi. Parecia uma nobre, uma princesa. Tereza, que estava a serviço da rainha naquela noite, arrumou nossos cabelos e fez nossa maquiagem antes de sair para o serviço, Confesso que ficou perfeito; não é à toa que ela é o braço direito da Rainha Aurora.
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Entre a Coroa e o Coração
RomanceHenrique III, o príncipe farrista destinado a se tornar o próximo rei de Arcádia, vive em busca de um propósito próprio que transcenda sua linhagem real. Imerso em uma vida boêmia, ele busca desesperadamente por autenticidade e significado. Tudo mud...