🔥Capítulo 06🔥

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Emma havia trancado a faculdade há alguns meses e agora trabalhava como cozinheira em uma pensão na favela. No início, a dona da pensão duvidava de sua habilidade, mas depois de um teste, a pensão passou a ficar sempre cheia, e Emma foi contratada. Ela trabalhava das oito até às três e meia da tarde, ganhava um bom salário, mas ainda não conseguia retornar à faculdade. Ao trancar a faculdade, perdeu o desconto que tinha. O pior de tudo era seu pai, que agora vivia consumindo drogas, perdendo empregos e vendendo as coisas de casa, inclusive o notebook que Emma tinha ganhado da dona Sheila, da faculdade.

Emma chegou em casa após um dia de trabalho e se deparou com uma situação caótica. A geladeira estava vazia, e a TV havia sumido. Jogou as sacolas de compras no chão e começou a procurar seu pai, temendo que algo terrível tivesse acontecido. Ao entrar no quarto, encontrou seu pai cheirando cocaína em sua mesa de estudos.

- Pai? - Chamou Emma, com a voz trêmula. Seu pai virou-se, surpreso.
- Emma? O que você está fazendo aqui? Não deveria estar no trabalho? - Ele se levantou, mas Emma recuou.
- NÃO CHEGA PERTO DE MIM! - Gritou ela, erguendo as mãos para afastá-lo. Seu pai parou e começou a puxar ar pelo nariz, visivelmente alterado. Emma olhou para a mesa e notou a ausência do notebook.
- Pai, cadê o meu notebook? - Perguntou, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele virou de costas e ficou em silêncio. Emma se aproximou, exigindo uma resposta.
- Olha, precisei vender... não tinha comida... - Tentou explicar, mas Emma o interrompeu.
- Não é verdade! Não tem nada na geladeira! Você vendeu o meu notebook para comprar drogas! - Exclamou ela, desesperada. Seu pai levantou a mão e a esbofeteou, fazendo-a cair no chão.
- Essa casa é minha, faço o que quero! - Gritou ele, indo cheirar mais cocaína antes de sair, deixando Emma chorando no colchão.

Dias depois, ele voltou sujo e machucado, tendo vendido mais itens da casa para sustentar seu vício. Emma agora trabalha na pensão para comprar comida, escondendo seu dinheiro para evitar que ele o roubasse. Vivia um inferno e, muitas vezes, implorava a Deus por alívio. Certo dia, enquanto limpava o salão, a dona da pensão, Dona Luíza, entrou apressada, trazendo sacolas de compras.

- O que foi, Dona Luíza? - Perguntou Emma, preocupada.
- Ouvi dizer que um morador está devendo para o senhor Di Lauro... um tal de Mattia. - Disse Dona Luíza, ofegante. Emma deu de ombros, desinteressada.
- E o que isso tem a ver comigo? - Perguntou Emma.
- Seu pai é o morador que está devendo para esse Mattia. - Revelou Dona Luíza.

Emma ficou paralisada.
- O QUÊ? - Exclamou.
- E tem mais. Mattia e seus homens estão na sua casa agora. - Disse Dona Luíza.

Emma entrou em pânico, temendo pela vida de seu pai. Começou a andar de um lado para o outro, completamente desesperada.
- Ele vai matar o meu pai! - Gritou Emma.
- Calma, menina! Não precisa ser grossa. - Disse Dona Luíza, tentando acalmá-la. Emma se desculpou e decidiu ir para casa, mas Dona Luíza tentou impedi-la.
- Você não pode fazer nada! Ele é perigoso! - Advertiu Dona Luíza.
- Não tenho medo! - Respondeu Emma, saindo correndo.

***

Mattia observava enquanto seus homens traziam o velho, agora limpo e vestido. Riccardo estava à frente, seguido pelos outros que jogaram o homem no chão. O velho tentou se levantar, mas apenas conseguiu sentar, gemendo de dor e confusão.

- Quem são vocês? - Perguntou o velho, atordoado.
- Você esqueceu de nós? - Disse um dos homens, aproximando-se e dando dois tapas no rosto do velho. O velho reconheceu Andrea e lembrou-se vagamente do que havia acontecido.
- Agora estou lembrando. Você me vendeu drogas porque estava interessado na minha filha... - Disse o velho, olhando para Andrea, que abaixou a cabeça.

Riccardo se aproximou e agarrou o velho pela gola da camisa, levantando-o à força.
- Estamos aqui para cobrar o que você deve ao Mattia! - Disse Riccardo.
- Não estou devendo nada... combinei com ele... - Murmurou o velho, apontando para Andrea.

Riccardo, impaciente, deu um tapa no rosto do velho, que caiu no chão.
- Seu filho da puta, não tem nada combinado! A droga pertence ao Mattia! - Gritou Riccardo.

O velho, desesperado, admitiu que não tinha dinheiro.
- Mas tenho a minha filha, ela pode servir como pagamento? - Ofereceu, murmurando. Mattia, incrédulo, levantou-se imediatamente. Não podia acreditar que o velho estava oferecendo sua própria filha como pagamento.

Vendida para o mafioso dominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora