Emma estava sentada na cama, com as lágrimas escorrendo pelo rosto. "Não pode ser verdade!" pensou, repetindo para si mesma as palavras de Mattia. Seu pai a havia oferecido como pagamento. Balançando a cabeça em negação, ela olhou para o lado e viu Mattia tentando tocar em seu ombro. Instintivamente, ela deu um tapa na mão dele.
- Não encosta em mim! Seu bandido! Isso é mentira! - esbravejou ela.
- Pode me chamar do que quiser, não me envergonho. E sim, é verdade! Seu pai lhe ofereceu para não morrer! Ele mesmo me disse! - enfatizou Mattia, fitando-a.
Emma, ainda sentada na cama, virou-se de lado com as mãos cobrindo o rosto. Tentava secar as lágrimas com as costas das mãos.
- Olha, eu entendo que você está assim, Emma. Mas estou falando a verdade e não fui o único a quem ele lhe ofereceu - disse Mattia.
- Como é que é? - Ela se levantou devagar, apoiando-se na cama.
- Não vou mentir e vou te dizer para você parar de achar que está aqui só como pagamento de dívida. Antes, para conseguir mais drogas, ele lhe ofereceu para um dos meus homens em troca das drogas - continuou Mattia.
- Não, não... - Emma se afastou, indo para o meio do quarto com as mãos na cabeça. As lágrimas voltaram a cair. Mattia se aproximou dela, segurou seu braço e a fez virar.
- Não... É verdade... - disse ela, começando a socar o peito dele com força. No início, ele não reagiu, mas depois envolveu seus braços ao redor dela, abraçando-a. Emma encostou a cabeça no peito dele e, embora tentasse se afastar, não conseguiu. Aos poucos, a raiva foi se dissipando. Mattia se afastou, secou suas lágrimas e ergueu seu queixo para olhá-la nos olhos.
- Ele está bem longe de você! Nada de mal vai acontecer com você, eu prometo! - sussurrou ele. Olhou nos olhos dela, depois se afastou, tirando as mãos do rosto dela. - Foi muita emoção hoje. Que tal descermos e comermos um pouco do almoço que Giulia preparou? - sugeriu. Emma assentiu, e ele colocou o braço em volta de seu ombro, saindo do quarto. Ela poderia ter dito para ele não encostar nela, mas algo na gentileza dele a impediu. Sobre o pai, Emma pensou: "Como ele pôde fazer isso comigo? Quer saber? Agora sou eu que quero que ele vá para o inferno!"
***
Desceram as escadas, e Mattia a conduziu até a sala de jantar. Emma se manteve abraçada a ele enquanto se aproximavam da mesa, que estava repleta de arroz à grega, bifes com cebola, feijão e salada. Também havia uma jarra de suco de laranja. Giulia, que estava perto da mesa, observava com desagrado a proximidade entre Emma e Mattia. Ele puxou a cadeira para Emma sentar-se, e ela assentiu, sentando-se. Em seguida, ele se sentou e pegou o prato dela.
- Emma, o que você vai querer? - perguntou ele com um olhar sereno.
- Pode ser um pouco de cada... - respondeu Emma com a voz baixa e rouca. Mattia serviu o prato dela com arroz, feijão e bife, e depois encheu o copo dela com suco de laranja. Ele então serviu seu próprio prato e se sentou. Antes de começar a comer, notou que Giulia ainda os observava.
- Giulia, você pode ir. - acenou ele com a cabeça para ela sair.
- Não quer mais alguma coisa... - começou Giulia, mas foi interrompida.
- Não! Pode ir, se precisar eu lhe chamo! - ordenou ele com um olhar sério. Giulia balançou a cabeça em assentimento e saiu, indo para a cozinha.
- Não precisava ser rude com ela - disse Emma após beber um pouco de suco de laranja.
- Mesmo eu tendo carinho por ela, ela precisa saber o seu lugar - respondeu Mattia, cortando o bife e colocando-o na boca. - Mas não vamos falar dela. Quero saber como você está - largou o garfo e colocou a mão sobre a dela, fitando-a.
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Vendida para o mafioso dominador
RomanceMattia Di Lauro é filho do bandido mais cruel e perigoso, o Marco Di Lauro, depois que seu pai foi preso ele que tomou conta dos negócios da família. Mattia puxou o gênio do seu pai, além de cruel é também sanguinário, principalmente quem lhe deve...