Aulas de Coreano •Chanlix

VIII. Antes do feriado.

-O que ele queria?- Felix questionou assim que o Bang entrou no banheiro.

Christopher sorriu ao ver o Lee debaixo da água, o corpo esguio molhado e envolto pela fumaça presa no pequeno box. Seu menino era tão lindo.

-Vamos na minha avó no feriado.- Chris disse, apoiando-se no balcão, os olhos predadores fixos no ruivo.

-Legal.- Lix deu de ombros, ainda de costas pro outro.

Deixou propositalmente o sabonete cair, se empinando ao máximo na hora de juntar. Christopher apenas riu e sacudiu a cabeça, descrente da cara de pau daquele garoto. O Bang massageou o próprio membro, satisfeito com a cena que via.

-Podia tomar banho comigo, né?- Lixie olhou para o maior por cima de seu ombro.

Christopher sorriu com a provocação do ruivinho, sentindo fisgadas em seu baixo-ventre. Se aproximou do box, abrindo-o devagar e puxando os fios ruivos para si. As mãozinhas molhadas do Lee foram para seu peito, tentando ter apoio quando o loiro lhe puxou para um beijo.

-Nossos pais estão em casa.- Chris disse baixo quando o mais novo ameaçou puxa-lo para dentro daquele espaço apertadinho.

-Isso nunca foi problema, hyung.- O mais novo manhou.

-Mas vai ser...- Christopher riu, se afastando. -Da próxima vez... eu vou te fazer gritar.

[  . . .  ]

-E se eles descobrirem...?

-Não vão descobrir.- Christopher garantiu, sentia a respiração do mais novo contra seu rosto, lenta e quente.

-Mas...

-A gente dá um jeito.- O Bang riu, roçando os lábios nos do mais novo.

Felix tinha um sorrisinho bobo em seus lábios, há muitos anos não sentia seu coração bater rápido como agora. Não sabia bem quando tinha se apaixonado por Christopher, mas, sabia que de jeito nenhum aguentaria ficar sem ele ao seu lado.

O que Bang Christopher lhe dava era mais que sexo bruto, ou provocações e beijos quentes. Christopher tinha se tornado seu porto-seguro. Os braços para os quais correria quando precisasse  de conforto, a única pessoa capaz de corresponder ao seu amor na mesmo intensidade.

Felix tinha medo de perder aquilo, medo do Bang ter total certeza de que o que estava fazendo era uma loucura, uma insanidade, e que as pessoas, por mais que não houvessem motivos, diriam o quanto aquilo era errado.

Não compartilhavam do mesmo sangue ou genes, não tinham dividido berço ou algo do tipo, não havia motivos para ter medo, mas, o mundo é injusto, ninguém entenderia. Pois todos associavam o casamento de seus pais, a uma união fraternal entre eles.

-Eu te amo, sabia?- Chris sussurrou, observando com a pouca luz, as sardas do menino, que pareciam estrelas ao seu ver.

-Eu também amo você, hyung.- Felix sorriu minimamente.

Era em momentos como aquele que sentia suas bochechas corarem, quando os olhos de Christopher estavam apenas nos dele.

Ficaram um bom tempo em silêncio, sorrisos bobos e mãos tocando com carinho a pele um do outro, isso até a mãe de Felix avisar que era hora de levantar, ou iriam se atrasar.

Felix suspirou e foi o primeiro à se erguer, catando seu uniforme pelo quarto e indo direto se enfiar no banheiro. Chan só levantou e foi para a cozinha, sedento por um café morno e amargo. Queria poder passar o resto do dia admirando seu menino, mas, tinha prova no segundo período, então faltar não era uma opção.

-Que carinha é essa?- O pai do garoto sorriu assim que o viu entrar com aquela expressão toda bobinha.

-É a minha cara, ué.- O loiro deu de ombros, buscando por sua xícara favorita do Darth Vader.

-Hm... parece até que viu um passarinho verde.- O Bang mais velho mexeu.

-Não ando usando drogas, se é isso que o senhor quer saber.- Christopher respondeu com bom humor, fazendo o pai rir.

-Ela é bonita?- O homem não deu bola pra relutância do filho.

Hyunmin podia ser classificado como pai babão. O tipo de pai que faz de tudo para os filhos, sempre querendo fazer parte de suas vidas, por menores que fossem as situações.

-Ela quem?- Chris franziu o cenho, servindo uma boa quantidade do líquido quente que tanto apreciava.

-A pessoa que te deixou com esse sorrisinho de bobalhão apaixonado.- O homem deu aquele sorrisinho. -É ela ou ele?

Sabe, aquele sorrisinho específico que a gente dá quando shippa algum casal em série? Então, era esse sorriso.

-Pelo santo Takeru, pai!- Christopher riu soprado.  -Eu só acordei de bom humor. Só isso.

Bangchan sabia o quão perceptivo seu pai era, por isso não tinha feito o que queria com Felix na noite passada. Sabia que o mais velho era extremamente observador, e até achava um milagre ele ainda não ter notado o que acontecia no quarto azul ao lado do seu.

-Qual é, filho?!- O maior riu, voltando a abaixar o olhar para o jornal à sua frente. -Eu sou velho, não bobo.

-Não disse que o senhor é bobo.- Chris sorriu, bebericando seu café.

-Desde que viemos pra cá, você tem andado todo feliz e cheio de energia... fazendo essa cara de gado, igual eu faço pra Naeyoon.

-É uma garota do curso.- Christopher pensou melhor, era mais fácil aproveitar a deixa pra despistar. - 'Tô pensando em chamar ela pra sair.

-Ah, ela é legal?- O homem sorriu animado.

-É, é sim. Ótimo gosto musical, inteligente, bonita... meu tipo ideal. - Chris forçou um sorriso. - Quero levar ela no cinema.

-Deveria.- O homem sorriu. -O amor é uma dádiva dos sábios.

E nesse momento, Felix entrou na cozinha, uma aura tão pesada que nem parecia ele mesmo. Olhou para o irmão e continuou em direção à mesa, sentando-se em silêncio.

-Bom dia, Felix!- O senhor Bang sorriu, alheio ao que acontecia.

-Bom dia, hyung.

-Vou me arrumar e te levo pra escola, Lix.- Christopher avisou, já indo limpar sua xícara.

-Não precisa, Seungwoo hyung vai comigo.

-Quem?- O Bang lhe olhou sem entender. Nunca tinha escutado sobre algum "Seungwoo hyung".

-Um carinha da escola.