XIV. Tudo ou nada.

105 13 3
                                    

Na manhã seguinte, Felix acordou com tantas dores que sequer saberia especificamente de onde vinha.

Só ele estava na cama, se lembrava vagamente de ter sido levado para tomar um banho, e de ter visto Minho sair do quarto pouca coisa antes de adormecer nos braços de Christopher.

Decidiu ir para a cozinha, encontrando apenas Minho e Chris, que conversavam alto sobre futebol americano ou algum outro esporte que, francamente, não entendia porra nenhuma e nem queria saber.

-Bom dia.- Felix sorriu minimamente, se aproximando do armário para pegar uma xícara.

-Bom dia, Lix.- Chris deixou um beijo no topo da cabeça.

-Bom dia.- Minho sorriu, terminando de ajeitar o café da manhã de Hyo.

Felix engoliu à seco. Como aqueles dois conseguiam se manter tão calmos e agir como se nada tivesse acontecido...?

Quer dizer, não que esperasse encontrar Chris e Minho se pegando pelos cantos, ele nem queria isso, também era ciumento e não gostava da ideia de seu hyung tocando outra pessoa...

...Pelo menos não sem que estivesse junto.

-Vou levar isso pra Hyo.- Minho disse, já com a bandeja em mãos. -Ela gosta de comer no jardim.- Deu de ombros, já se encaminhando para fora da casa.

-Dormiu bem?- Chris abraçou sua cintura, apoiando o queixo em seu ombro.

-Uhum.- Felix sorriu minimamente. -'Tô todo dolorido.- Reclamou com um biquinho adorável na boca rosadinha.

-Isso que eu não fiz nem metade do que queria com você, uh?- O Bang sorriu malicioso, dando selares molhadinhos no pescoço do menino.

-Hyung...- Manhou, sentindo o abraço se transformar naquela pegada firme que só Christopher tinha. -Estamos na cozinha da sua avó.

-Eles vão demorar pra voltar...- Chris sussurrou, virando o menino de frente para si. -Será que eu ganhou um beijinho por ter aguentado tudo aquilo ontem?

-Você já ganhou sua recompensa, hyung...- Felix entrou no jogo, roçando a boquinha bonita na do maior. -Mas, você foi um bom menino, acho que merece mais alguns.

Chris sorriu, tomando os lábios do pequeno para si. Não importava quantas vezes beijasse Felix, a sensação sempre seria como da primeira vez.

Para Lixie, não era diferente. Beijar Christopher sempre lhe trazia um sentimento inexplicavel de calmaria e, ao mesmo tempo, excitação. Christopher era seu, e até mesmo no mais simples toque, se entregava por inteiro.

-Quer tomar café?- Bangchan sorriu minimamente, se afastando do menino. Não era tão insano à ponto de achar que podia sair fazendo o que quisessem sem que ninguém visse.

-Uhum.

[ . . . ]



O restante do feriado foi calmo e sem muita história para contar, eles também não aprontaram mais nada com Minho, só aproveitaram a saída de sua rotina, ouvindo as músicas antigas que sua avó gostava, vendo televisão, comendo ou simplesmente caminhando.

Tinha sido um bom final de semana.

Felix sabia que aquele final de semana tinha mudado muito sua relação com Chris, tinha tornado aquilo algo mais sério do que só umas ficadas ocasionais ou uma relação carnal. Agora, eram oficialmente namorados.

Tocou o colar que havia ganhado, sorrindo todo bobinho com aquilo até que ouviu a voz do Bang avisando que estava na hora de ir. O senhor Bang e sua mãe estavam no andar debaixo, trocando conversa fiada com Hyo e Minho.

Colocou a mochila em suas costas e desceu, despedindo-se do rapaz de da senhora Bang, prometendo à mesma que voltariam sim.

-Quando vai contar à ele?- Hyo questionou apenas à Felix, tão baixo que só o rapaz pode ouvir.

-Como...?- Olhou confuso pra mulher, agradecendo às deusas por os outros já terem saído dali.

-Christopher já sabe que gosta dele?- Ela sorriu, um sorriso materno que fez o coração do Lee disparar.

-Ele já sabe.- Disse baixo, não havia sentido mentir.

-Dá pra ver só no olhar que vocês gostam um do outro, meu amor.- Ela tocou suavemente a mão do menino. -Se ficarem juntos, terão um futuro brilhante.

-Obrigado, noona.- Sorriu minimamente.

Felix não esperava por aquilo, quer dizer, sequer imaginou que era algo tão notável assim.

Depois de mais algumas palavras e despedidas, estavam os quatro no carro, ouvindo as músicas dos anos oitenta que o senhor Bang amava, óbvio que com a senhora Lee cantando enlouquecidamente.

-Como foi passar o feriado com a vovó?-  Naeyoon questionou sorridente.

-Foi legal.- Chan deu de ombros. -Fomos ao festival, passeamos... Foi divertido.

-Aquele menino, o Minho, achei ele super legal.- O Bang mais velho comentou vagamente, ficava feliz que o jovem fosse divertido e paciente com sua mãe. -Uma ótima companhia para sua avó.

-Ele é bem legal.- Lix concordou, Bangchan lhe lançou um sorriso malicioso.

-Muito.

-Que bom que gostaram dele.- A senhora Lee disse.

Imagina se ela soubesse o quanto eles tinham gostado do menino...

O caminho até sua casa foi tranquilo, o casal mais velho comentava sobre como havia sido seu trabalho e sobre outras coisas que haviam feito.

-O que acham de uma pizza?- O pai de Chan sugeriu. -Tem uma pizzaria muito boa que nós descobrimos à uma quadra daqui.

Todos concordaram e não demoraram muito para escolher os sabores, o casal decidiu ir buscar, enquanto os meninos arrumariam a mesa.

-Finalmente à sós.- Chan sorriu, atirando-se no sofá.

Lix sorriu, caminhando até o mais velho e sentando-se em seu colo. As mãos de Chris foram direto para sua cintura, e as de Lix, para a nuca do maior, não se segurando muito para beija-lo.

Bangchan estava com saudade de seu menino em seu colo, mesmo que só tivessem passado dois dias.

-Não podemos fazer muito, daqui há pouco eles voltam.- O Bang sussurrou quando sentiu o menor rebolar em seu colo.

-É só você não se animar, hyung...- O ruivinho sussurrou malicioso, ainda rebolando no colo do maior.

Chris riu, voltando a beijar o menino, apertando com força a carne entre seus dedos. Queria bem mais que aquilo, mas, teria que se contentar.

-Esqueci minha cart...

Christopher e Felix sentiram o corpo inteiro gelar, à menos de dois metros, Naeyoon estava parada lhes encarando.

-M-mãe...!- Felix saiu depressa do colo do maior, sem saber o que falar ou qualquer outra coisa.

Eles haviam sido pegos. Não havia nada que pudesse falar para mudar aquela situação.

-Quando a gente voltar, conversamos sobre isso.

Aulas de Coreano •ChanlixOnde histórias criam vida. Descubra agora