XII. Os desejos de um casal.

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Aquela manhã toda foi levemente tortuosa, quer dizer, com Christopher todo desconfiado sobre o tal Minho, Felix não teve muita diversão, e bom, logo o senhor Bang voltou para casa. Bang Hyo era uma senhorinha muito divertida, em sua opinião, ela era muito sarcástica e bem atualizada sobre tudo.

E durante a tarde, passaram a maior parte conversando com a avó de Chris, tomando chás de cheiros estranhos e ouvindo histórias de família.

Felix achava uma graça como toda aquela familia tinha aquele mesmo jeitinho divertido de lidar com as coisas, como se opiniões ruins ou maldades não os afetassem. O Lee se perguntava como eles reagiriam se soubessem do relacionamento que mantinha com Christopher.

Já Bangchan, estava levemente incomodado com o olhar que Minho sustentava para si.

-Vocês deviam ir ao festival!- Hyo disse sorridente.  -Minho pode ir com vocês.

-E a senhora, não vai?- Chris sorriu, abraçando sua avó.

-Não, estou velha demais e tem poucos lugares pra sentar naquele inferno!- Riu, aproveitando o abraço do menino que não via há tanto tempo.

-Sem a senhora, não vai ter graça!- Felix incentivou,  aquilo era verdade, Hyo era extremamente carismática.

-Podemos levar sua cadeira de rodas, noona.- Minho sugeriu, um pequeno sorriso adornando seu rosto.

-Não preciso daquilo, moleque!- Resmungou com uma careta.

-Então vai ter que ficar de pé.- Minho fez a mesma careta para ela.

-E eu te perguntei?- Ela mostrou a língua, fazendo os mais jovens rirem. -Eu vou, mas, você vai me empurrar pra aproveitar o tempo com a vovó, né?- Sorriu para Christopher, que imediatamente assentiu.

-Claro que vou.

E tudo que se passava na cabeça de Lee Minho é que aquilo seria muito interessante.


[ . . . ]



Todos aqueles balões e luzes eram muito bonitos, era diferente  de  todas as festas ou lugares que o ruivinho já tinha visto. Lembrava-lhe os animes que gostava de maratonar com Hyunjin quando estavam no ensino fundamental.

Era tão bonito.

Os cheiros de comidas tradicionais e bebidas quentes se misturavam de forma gostosa, e os olhinhos de Lixie tentavam capturar todos os cantinhos daquele lugar, desde as pequenas banquinhas de jogos, até as que vendiam esculturas pequeninas feitas em madeiras coloridas e bem polidas.

-Se ficarmos um pouco mais, vamos poder ver os fogos.- Minho se aproximou do ruivo.

-Espero que sim.- Felix sorriu minimamente. -Deve ser incrível morar aqui, né? É tão bonito!

-É chato pra caralho.- Minho resmungou, só depois se dando conta do palavreado. Querendo ou não, Felix era um convidado.

-Sério?- Riu soprado.  -A Coréia é tão diferente da minha casa!- Sorriu. -Aqui vocês tem cada coisinha bem detalhada, tradições diferentes e tal.

-É, acho que sim.- Minho deu de ombros.

A verdade é que sua língua estava coçando para soltar um veneninho.

-Então... vieram a muito tempo para cá?- O coreano sorriu minimamente.

-Nem tanto.- Lix deu de ombros, olhando sobre o ombro para Bangchan que conversava animadamente com a idosa.

-Vocês são bem próximos, né?- Minho sorriu de canto.

-Nos conhecemos há muito tempo.- O ruivo respondeu, dessa vez, sério.

-Você entendeu o que eu quis dizer.- O moreno alfinetou, recebendo um olhar assustadoramente calmo do menor.

-Acho que não entendi o que quis dizer, Minho-ssi.- Lix disse, encarando o caminho à sua frente.

A tensão entre seus olhares era palpável, e bom, Minho sorria como se estivesse se divertindo com uma vitória  eminente, enquanto Felix ficava cada vez mais nervoso.

-Eu quis dizer que é dificil isso acontecer!- Riu soprado. -Nunca me dei bem com os filhos do marido da minha mãe, sabe? É bom ver que isso não é uma regra.

-A-ah, sim...- O ruivinho riu sem jeito. -É uma pena que não se dê bem com eles.

-É, é mesmo.- Minho piscou. -Olha, daqui há poucos os fogos vão começar!- Apontou para o pessoal que organizava a atração principal. -Se você e Christopher-ssi quiserem ver melhor, lá é um ótimo lugar, e quase ninguém sobe!- Apontou para uma pequena construção. -Tem uma escadinha do lado, é só subir.

-Mas, você e a Hyo...

-Nós vemos isso todo ano, nem tem mais graça.- Minho riu soprado. -Ah, Felix.

-Sim?

-Não vou contar o que vi, não se preocupe... sei que deve ser uma situação complicada.- Disse com um pequeno sorriso. -Só tranquem a porta, né?- Brincou risonho.

-Obrigado.

Felix foi em direção aos Bang, vendo que a senhorinha também estava empolgada com os fogos e disse para eles a mesma coisa que Minho lhe disse, contando que quando o avô de Christopher estava vivo, ambos se animavam a subir aquilo. Isso há alguns anos atrás.

Bangchan concordou com um sorriso, e Minho imediatamente disse que ficaria com Hyo, pois já estava acostumado a ver aquele show todos os anos.

-Ele até que não é ruim. -  Felix sorriu minimamente, sentando-se no chão próximo à barra de segurança do prédio.

-É.- Chris concordou, ofegante por terem subido as escadas em zig zag correndo.

Mas, seu olhar estava concentrado no rostinho bonito com o sorriso que ele mais amava no mundo todo. Sentou-se ao lado de Felix, colocou a mão no bolso, puxando a pequena caixinha rosa.

Aquele era o momento.

-Ei, Lix.

-Hm?-  Finalmente obteve a atenção do pequeno.

-Eu... comprei isso pra você.- Entregou a caixa aveludada ao mais novo, ganhando uma expressão surpresa.

-Eu... não comprei nada pra você, hyung. -  Admitiu constrangido ao ver a correntinha dourada com um pequeno pingente em formato de ampulheta.

-Tudo bem.- Chan sorriu, fazendo toda a questão de colocar a jóia no pescoço do mais novo.  -Nós temos todo o tempo do mundo.

E seria a cena perfeita para ser fotografada, pois assim que seus lábios tocaram os do ruivinho, as imensas luzes vermelhas, pratas e azuis estouraram nos céus, causando alvoroço nas pessoas que assistiam, mas, para eles, o mundo inteiro parecia paralisado.

-Lix... namora comigo? Tipo... namoro de verdade mesmo.- Chan pediu, a testa colada ao do menor e os narizes se roçando suavemente.

-Não precisa nem perguntar, Chris.- Sorriu, não contendo a alegria que se instalou em seu corpo.

Christopher se sentia o cara mais sortudo do mundo por ter Lee Felix ao seu lado, e não importava como, ia dar um jeito de pararem de esconder o amor deles.

-Mas... eu tenho uma condição.- Felix quebrou o silêncio.

-Qual...?

Aulas de Coreano •ChanlixOnde histórias criam vida. Descubra agora