Dia de folga

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**Capítulo 7: Dia de Folga**

Alice acordou naquela manhã com uma sensação diferente. Era um dia ensolarado, e o ar fresco da manhã a animava. Ela havia planejado um dia especial, um dia de folga que poderia ser a oportunidade perfeita para se aproximar de Felipe e oferecer-lhe um momento de alegria.

Depois de tomar café da manhã, Alice pegou seu celular e enviou uma mensagem para Felipe: **"Oi! Estou pensando em ir à lagoa hoje. Que tal você vir comigo? Podemos pescar e fazer o trabalho depois. Prometo que vai ser divertido!"**

A resposta veio rapidamente. **"Oi, Alice. Eu adoraria, mas... não sei se meu pai vai deixar."** Alice sentiu um aperto no coração, mas não desistiria tão facilmente.

**"Vem, Felipe! É um dia lindo e a gente precisa de um tempo para relaxar. Não precisa se preocupar com seu pai. Eu vou estar lá para te apoiar."**

Após alguns minutos de ansiedade, a mensagem de Felipe chegou: **"Está bem. Vou tentar. Que horas?"**

"Às 10h. Te encontro na entrada da escola!" Alice respondeu, um sorriso se formando em seu rosto.

Quando chegou à escola, a ansiedade começou a tomar conta. O que se Felipe não pudesse sair? E se a situação com o pai dele ficasse complicada? Mas, assim que avistou Felipe se aproximando, seu coração se acalmou. Ele parecia um pouco mais relaxado do que o habitual, e isso trouxe um conforto.

"Oi, cachinhos! Pronta para pescar?" Felipe perguntou, com um sorriso tímido, mas genuíno.

"Oi, Felipe! Com certeza! Estou muito animada," Alice respondeu, segurando a mão dele e puxando-o em direção à lagoa.

O caminho até a lagoa era repleto de risos e pequenas conversas. Alice fazia perguntas sobre as memórias de Felipe, como as vezes em que ia pescar com o pai. Ela o encorajava a falar sobre suas experiências, e ele parecia lentamente abrir-se para a ideia de compartilhar mais sobre sua vida.

Assim que chegaram à lagoa, o cenário era perfeito. O sol brilhava refletindo na água, e o som suave das ondas criava uma atmosfera relaxante. Alice puxou as varas de pescar que havia trazido e sorriu para Felipe. "Pronto para pegar alguns peixes?"

Felipe riu. "Acho que estou mais pronto para aprender do que para pescar. Nunca fiz isso sozinho antes."

"Não se preocupe! Eu vou te ensinar," Alice disse, animada. "Vamos começar!"

Enquanto eles se acomodavam, o clima leve começou a aliviar as tensões acumuladas. Felipe e Alice estavam em um mundo à parte, longe das fofocas e das pressões da escola. Eles conversavam sobre tudo e nada ao mesmo tempo, compartilhando risadas e histórias.

Felipe começou a relaxar, e a cada momento, Alice podia ver uma parte dele que estava começando a emergir — a parte que ainda tinha esperança e alegria. Ele até começou a chamá-la de "cachinhos" novamente, fazendo-a sentir-se especial e valorizada.

Depois de algumas tentativas, Felipe finalmente conseguiu pegar um peixe. "Olha! Eu consegui!" ele exclamou, segurando o peixe com um brilho nos olhos.

"Parabéns! Você é um pescador natural!" Alice respondeu, rindo. A alegria dele era contagiante, e ela se sentiu realizada por estar ali, contribuindo para um momento tão especial.

Após algumas horas na lagoa, o sol começou a se pôr, pintando o céu com cores vibrantes. Eles sentaram-se à beira da água, observando o espetáculo natural. Alice decidiu que era o momento certo para falar sobre o que realmente importava.

"Felipe, eu quero que você saiba que não importa o que aconteça com seu pai ou com a escola, eu estou aqui para você. Você não precisa passar por isso sozinho," Alice disse, sua voz suave e sincera.

Felipe a olhou nos olhos, e algo mudou em seu semblante. "Obrigada, Alice. Às vezes, é difícil acreditar que alguém realmente se importa. Eu... eu não quero que você se machuque por minha causa."

"Eu sou forte, Felipe. E eu escolhi estar ao seu lado. Você é importante para mim, e a nossa amizade é um presente que eu valorizo muito," Alice respondeu.

Nesse momento, algo dentro de Felipe pareceu se quebrar. Ele respirou fundo, como se estivesse liberando um peso que carregava há muito tempo. "Você é uma pessoa incrível, Alice. Eu não sei como agradecer."

"Você não precisa. Apenas continue sendo você mesmo. E lembre-se, eu sempre estarei aqui, não importa o que aconteça," ela disse, sorrindo.

Quando a tarde chegou ao fim, eles decidiram que era hora de voltar. Alice, no entanto, queria fazer uma surpresa ao pai. "Vou tentar ligar para o meu pai e convidá-lo para se juntar a nós. Espero que ele consiga aparecer," disse ela, pegando o celular.

Depois de algumas tentativas, Alice finalmente conseguiu falar com o pai. "Oi, pai! Estou na lagoa com o Felipe. Você poderia vir nos encontrar?"

"Desculpe, querida, não vou poder. Estou ocupado com algumas coisas," ele respondeu, a voz distante e indiferente.

"Mas seria legal se você pudesse..." Alice insistiu, mas ele já havia desligado. Um sentimento de desapontamento a invadiu, mas ela não deixou que isso estragasse o dia.

"Está tudo bem," ela disse para Felipe, tentando disfarçar sua frustração. "Vamos apenas nós dois mesmo."

Ao chegar em casa, Felipe parecia um pouco nervoso. "Vou ter que ir. Meu pai pode chegar a qualquer momento," ele disse, olhando em volta.

"Se precisar de ajuda, me avise, tá bom?" Alice respondeu, sentindo-se um pouco ansiosa. Mas Felipe apenas assentiu e se despediu.

Horas depois, quando Alice estava em casa, recebeu uma mensagem de Felipe. **"Oi, Alice. Estou em casa, mas meu pai não está legal. Ele me bateu de novo."**

O coração de Alice disparou. **"O que? Felipe, você está bem?"**

**"Estou... só com um olho roxo. Não se preocupe. Vou ficar bem."**

Alice não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido. A imagem de Felipe, machucado e sozinho, a atormentava. Ela sabia que precisava fazer algo, mas o que? Como poderia ajudar alguém que estava preso em uma situação tão difícil?

Determinada a apoiá-lo, ela respondeu: **"Felipe, estou aqui para você. Não quero que você passe por isso sozinho. Vou fazer o que puder para ajudar."**

Ela se despediu de sua família e decidiu que o dia de folga tinha que se transformar em um dia de ação. Alice iria encontrar uma maneira de ajudar Felipe, e não permitir que ele ficasse mais uma vez sozinho em um momento tão delicado.

Enquanto o sol se punha, Alice olhou pela janela, determinada a lutar pela amizade deles. Era hora de ser a irmã que Felipe precisava e enfrentar a tempestade que estava por vir.

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