Escolhas difíceis

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**Capítulo 48: Escolhas Difíceis**

Após o acidente, Felipe foi levado para o hospital, onde recebeu os cuidados necessários para tratar seus ferimentos. Alice estava ao seu lado, apoiando-o e garantindo que ele não se sentisse sozinho. A dor física era intensa, mas o que mais pesava em seu coração era a conexão que ele tinha com sua família, algo que ele havia negligenciado ao longo dos anos.

No dia seguinte, enquanto Felipe se recuperava, seu pai apareceu no hospital. Ele não tinha estado presente na vida de Felipe desde que se separou da mãe dele, e a presença dele trouxe uma mistura de emoções. Felipe o observou entrar, hesitante, e sentiu seu coração apertar.

— Felipe... — seu pai começou, a voz trêmula. — Eu vim aqui para ver como você está.

Felipe respirou fundo, sabendo que precisava expressar tudo o que sentia.

— Eu estou... tentando me recuperar. — Ele hesitou, lutando contra a raiva e a dor que sentia. — Mas não é só sobre isso. Eu preciso te dizer que sinto muito. Por tudo. Por não ter sido o filho que você queria, por não ter te procurado. Por tudo o que fiz na infância, por ter me afastado da nossa família.

Seu pai parecia surpreso, os olhos marejados.

— Eu também sinto muito, Felipe. Eu fiz escolhas erradas, e isso afetou você e sua mãe. Estou aqui agora, e quero tentar corrigir isso.

As palavras de seu pai ressoaram dentro dele. Felipe estava dividido entre a dor do passado e o desejo de um futuro diferente. Ele precisava decidir se poderia perdoar seu pai e tentar reconstruir aquela relação ou se iria continuar seu caminho com Alice, que havia se tornado sua âncora nos momentos difíceis.

Após a visita, Felipe recebeu a notícia de que sua mãe voltaria para casa. A sensação de alívio e felicidade tomou conta dele. Ele sempre teve um amor profundo por sua mãe, e o reencontro prometia trazer um pouco de normalidade de volta à sua vida.

Quando ela chegou ao hospital, os braços dela se abriram, e Felipe a envolveu em um abraço apertado.

— Filho! — ela disse, as lágrimas escorrendo por seu rosto. — Eu estava tão preocupada!

— Eu estou bem, mãe. Só machucado, mas isso vai passar. — Felipe a olhou nos olhos. — Eu sinto que temos muito o que conversar. Sobre nós, sobre meu pai, sobre tudo.

Durante a conversa, Felipe percebeu que sua mãe também havia carregado suas próprias mágoas. A volta dela representava uma nova chance de reconexão, mas ao mesmo tempo, o vínculo que estava crescendo com Alice não poderia ser ignorado.

Nos dias seguintes, enquanto se recuperava, Felipe teve momentos intensos de reflexão. Alice estava sempre presente, mostrando apoio e amor incondicional. Mas a presença de seus pais também trouxe à tona sentimentos que ele não podia ignorar.

Felipe sabia que tinha duas escolhas diante dele: continuar sua jornada com Alice, uma garota que havia se tornado sua confidente e parceira, ou reconstruir a relação com sua família, que estava fragilizada, mas que ainda lhe oferecia a esperança de um futuro diferente.

Ao olhar para Alice, que estava sentada ao seu lado, segurando sua mão com ternura, Felipe percebeu que ela era uma parte essencial de sua vida agora. No entanto, seu coração também desejava curar as feridas do passado com seus pais.

Com a respiração pesada, Felipe tomou uma decisão. Ele não precisaria escolher entre uma ou outra. Ele poderia buscar o perdão e a reconciliação com sua família, enquanto continuava a construir seu futuro com Alice. Afinal, as verdadeiras relações exigem esforço, compreensão e, acima de tudo, amor.

A ideia de seguir em frente, envolvendo tanto sua família quanto Alice, começou a dar forma a um novo futuro que Felipe desejava. Ele sabia que essa jornada não seria fácil, mas estava determinado a enfrentar os desafios de frente, com esperança no coração e amor ao seu lado.

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