A ausência dolorosa

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**Capítulo 11: A Ausência Dolorosa**

O dia da apresentação do trabalho finalmente havia chegado. Alice acordou cedo, sua ansiedade misturada com uma expectativa palpável. Ela havia trabalhado duro ao lado de Felipe e se sentia pronta para mostrar o que haviam aprendido sobre bullying. A escola estava cheia de murmúrios, e o clima estava eletrizante. Todos pareciam ansiosos para ver como a apresentação deles se desenrolaria.

Alice se arrumou com cuidado, escolhendo uma roupa que a fazia se sentir confiante. Ela ainda tinha a esperança de que Felipe aparecesse. Ele havia dito que ia, mas o pensamento da última vez em que o viu, com cortes nos braços e um olhar distante, não saía de sua mente.

Quando chegou à sala, viu seus colegas se reunindo, e a professora começou a organizar as apresentações. Mas, à medida que o tempo passava, a inquietação começou a se instalar. Onde estava Felipe? Ele havia prometido que estaria ali.

"Espero que Felipe chegue a tempo," sussurrou uma amiga. "Se não, Alice vai se sentir mal."

Alice forçou um sorriso, mas por dentro, a ansiedade crescia. Olhou para o relógio repetidamente, sua mente cheia de preocupações. E se algo tivesse acontecido com ele? E se o pai dele estivesse em casa e ele não tivesse conseguido sair?

Finalmente, chegou o momento de apresentar. A professora chamou Alice para o palco, mas Felipe não estava lá. O coração dela se apertou ao perceber que teria que fazer tudo sozinha.

"Alice, você está pronta?" a professora perguntou.

"Eu... vou tentar," respondeu Alice, engolindo em seco e se dirigindo ao centro da sala.

Com a apresentação começando, Alice fez o seu melhor para falar sobre o bullying, compartilhando as informações que haviam coletado juntos. Mas cada palavra era um lembrete de que Felipe não estava ali. Ela se esforçou para manter a voz firme, mas a preocupação era evidente em seu olhar.

Enquanto falava, não pôde evitar que algumas lágrimas escorressem por seu rosto. "O bullying pode machucar mais do que pensamos. É uma batalha invisível que muitos enfrentam todos os dias. Precisamos ser mais gentis e solidários uns com os outros," ela concluiu, sua voz tremendo.

O público estava em silêncio, e a professora fez uma breve pausa antes de aplaudir. "Muito bem, Alice. Você fez um ótimo trabalho."

Mas a alegria da aprovação foi rapidamente ofuscada pela ausência de Felipe. Após a apresentação, Alice correu para a biblioteca, seu refúgio preferido. Ela se sentou, sua mente em turbilhão.

O tempo passou lentamente, e quando já estava prestes a desistir, uma mensagem chegou. Era de Felipe.

"Desculpe por não ter ido. Eu não consegui sair de casa. Meu pai estava de mau humor e... ele me machucou novamente," ele escreveu, a dor evidente nas palavras.

Alice sentiu seu coração despedaçar. Ela rapidamente digitou: "Felipe, eu sinto muito. Você está bem? Eu estou aqui para você. Por favor, me avise se precisar de ajuda."

Ele respondeu: "Estou tentando lidar com isso. Só queria que você soubesse que eu não queria deixar você sozinha. Você fez um ótimo trabalho. Estou orgulhoso de você."

As palavras dele trouxeram um leve conforto, mas a preocupação de Alice só crescia. Como ela poderia ajudá-lo se ele estava preso em casa, sob a influência de alguém que o machucava?

Alice decidiu que não poderia mais ficar parada. Era hora de agir.

"Felipe, eu vou até você. Preciso ver como você está," escreveu, sua determinação crescendo.

A resposta dele foi rápida. "Não, Alice. Não quero que você se coloque em perigo. Eu vou ficar bem."

"Não posso deixar você sozinho. Vou buscar ajuda, e juntos vamos superar isso," Alice respondeu, seu coração decidido.

Enquanto ela se preparava para sair, seu telefone tocou novamente. Era Guilherme.

"Oi, Alice! Como foi a apresentação? Estava pensando em você," ele disse, sua voz cheia de energia.

"Guilherme, preciso da sua ajuda. Felipe não conseguiu ir à apresentação porque o pai dele... ele está machucando ele. Eu preciso ir até lá agora," ela disse, sua voz cheia de urgência.

"Claro! Estou a caminho. Vamos juntos," Guilherme respondeu, a preocupação evidente em sua voz.

Alice respirou fundo, sentindo um misto de gratidão e medo. Ela sabia que esse era um momento crucial. O que poderia acontecer quando chegasse à casa de Felipe? Mas ela também sabia que não poderia deixar de tentar. A amizade que eles construíram significava mais do que qualquer coisa. E, se tivesse que lutar para proteger Felipe, ela o faria sem hesitar.

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