O acidente

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Capítulo 47: O Acidente

Era um dia ensolarado e animado na faculdade. Alice e Felipe estavam no campus, organizando os detalhes da comemoração do aniversário que se aproximava. Eles estavam cheios de planos e rindo juntos, sem suspeitar de que o dia tomaria um rumo sombrio.

Enquanto caminhavam, Felipe falava animadamente sobre um projeto em grupo que tinham que apresentar na próxima semana, quando, de repente, o barulho de pneus freando e um grito cortou o ar.

— Felipe, cuidado! — Alice gritou, seus olhos se arregalando ao ver um carro acelerando em direção a ele.

Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, o carro bateu com força em Felipe, jogando-o contra o chão. O motorista, que Alice reconheceu imediatamente, era Guilherme, o ex-colega do ensino médio que sempre havia sido um incômodo. Ele tinha espalhado boatos sobre Alice e Felipe, dizendo que eles se encontravam às escondidas no teatro da escola, criando uma imagem distorcida e maldosa sobre eles.

Alice correu até Felipe, que estava caído no chão, visivelmente machucado. Seu coração estava acelerado, e a cena parecia um pesadelo. As pessoas ao redor começaram a se aglomerar, algumas ligando para a emergência, enquanto outras olhavam em choque.

Guilherme saiu do carro, um sorriso desdenhoso no rosto.

— O que foi, Felipe? Pensou que podia se safar assim? — ele zombou, olhando para o estado de Felipe no chão. — Isso é o que você ganha por ser tão patético!

Alice se virou, furiosa, e gritou:

— Você é um monstro, Guilherme! O que você fez foi criminoso!

Felipe, com dificuldade, tentou se levantar, mas logo percebeu que não conseguiria. Ele estava com cortes e machucados pelo corpo, e a dor era intensa.

— Alice, calma... — ele disse, tentando tranquilizá-la, mas a angústia dela era palpável.

— A ambulância já está a caminho! — uma estudante ao lado deles anunciou, enquanto outros alunos se dispersavam, preocupados com a situação.

Guilherme, vendo a cena se desenrolar, resolveu tentar minimizar a situação.

— Foi um acidente! Eu não queria isso... — ele começou a dizer, mas a insinceridade em sua voz era clara.

Alice não se deixou enganar.

— Você sempre foi um covarde, Guilherme! Sempre tentou machucar os outros com suas palavras e agora com suas ações!

A tensão estava alta, e Felipe, com esforço, tentou se concentrar.

— Precisamos chamar a polícia também. Isso não pode ficar assim — ele disse, a voz tremendo de dor.

Alice assentiu, seu olhar fixo em Guilherme, que parecia nervoso agora, percebendo que suas palavras poderiam voltar contra ele.

— Você vai pagar por isso, Guilherme. — O tom de Alice era firme, e ela sabia que não poderia deixar esse incidente passar em branco.

Em poucos minutos, a ambulância chegou, e os paramédicos rapidamente começaram a avaliar a situação de Felipe. Enquanto eram prestados os primeiros socorros, Guilherme começou a se afastar, tentando sair da cena.

— Onde você pensa que vai? — Alice gritou, avançando em sua direção. — Você não pode simplesmente fugir!

Guilherme hesitou, mas então se virou e saiu correndo, como um covarde que era. A multidão de estudantes ficou em silêncio, chocada com o que havia acabado de acontecer. Alice sentiu uma mistura de raiva e preocupação por Felipe, que estava sendo atendido por médicos.

— Fique comigo, Felipe. Estou aqui, tá bom? — ela disse, segurando sua mão.

Felipe a olhou, seus olhos cheios de dor, mas ainda havia um brilho de determinação neles.

— Não se preocupe, Alice. Vou ficar bem. Precisamos focar na festa, certo? — ele tentou sorrir, mas o esforço era evidente.

Enquanto o serviço de emergência o levava para o hospital, Alice fez uma promessa silenciosa a si mesma: ela não deixaria Guilherme escapar impune. Esse incidente não apenas feriu Felipe fisicamente, mas também atingiu a todos que acreditavam na bondade e no respeito. E ela estava decidida a lutar contra isso, não importa o que fosse necessário.

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