Lucas ou Mikael?

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POV Emma

Eu olhei para a foto na ficha do investigador e senti meu estômago revirar.

– É o Lucas... – murmurei, a incredulidade tomando conta de mim.

De repente, tudo começou a fazer sentido. Não tínhamos nos esbarrado no museu por acaso. Ele não estava interessado em mim e muito menos no meu trabalho por motivos emocionais. Era tudo uma mentira.

– Nem o nome Lucas é real – continuei, apontando para a tela. – Na ficha aparece como "Mikael".

A revelação me deixou atordoada. As noites que passei com ele, cada momento, cada palavra... tudo fazia parte de um plano maior. Ele estava me investigando, me manipulando, e eu caí como um peixe no anzol. A traição era palpável, e o gosto amargo da decepção se instalou na minha boca.

– Ele me enganou... – sussurrei, tentando processar tudo. – Tudo isso foi um jogo para ele.

Senti um misto de raiva e tristeza. Raiva por ter sido enganada, e tristeza por ter baixado minha guarda com alguém que eu pensava ser confiável.

Phantom continuou falando, explicando como estava reunindo provas contra Mikael devido às anotações extremamente pessoais escondidas nos arquivos dele sobre mim. Mas eu mal conseguia ouvir o que ele dizia. Estava imersa em meus próprios pensamentos, sentindo-me burra e traída.

Tudo o que eu pensava ser verdadeiro era uma mentira elaborada. Quando finalmente achei que tinha encontrado um refúgio em alguém, que havia encontrado algo duradouro, descobri que tudo não passava de uma farsa.

– Eu me sinto tão estúpida – murmurei, mais para mim mesma do que para Phantom.

Ele parou de falar por um momento e olhou para mim com preocupação.

– Emma, você não é estúpida. Ele te enganou, e isso não é culpa sua.

Mas eu não conseguia me livrar da sensação de que deveria ter visto os sinais. Cada momento com Lucas, ou melhor, Mikael, parecia agora uma lembrança distorcida, cheia de mentiras e manipulação.

– Eu transei com aquele... – murmurei em voz alta, sentindo a raiva fervilhar dentro de mim.

Comecei a andar de um lado para o outro, tentando processar tudo e pensar no que fazer a seguir. A traição de Mikael, ou Lucas, era um golpe duro, mas não podia deixar que isso me derrubasse. Precisava de um plano.

Peguei o celular e tirei uma foto da ficha dele no computador do Phantom. Em seguida, abri a conversa com "Lucas" e digitei uma mensagem rápida.

"Boa noite, Lucas. Ou melhor, Mikael."

Enviei a mensagem e fiquei olhando para a tela, esperando uma resposta. Sabia que essa mensagem iria desestabilizá-lo, mas precisava confrontá-lo. Precisava que ele soubesse que eu estava um passo à frente agora.

Enquanto esperava, continuei andando pelo quarto, a raiva e a determinação se misturando dentro de mim. Não sabia o que ele responderia, mas estava pronta para qualquer coisa.

Phantom observava tudo em silêncio, respeitando meu espaço, mas pronto para agir ao menor sinal de necessidade.

Comecei a desconfiar de todos à minha volta. Cada nome, cada rosto agora parecia envolto em uma névoa de suspeita.

– Será que o Ygor também não é Ygor? – murmurei, enquanto minha mente corria. – O Nate se chama Miguel? O Capitão é um mafioso?

Eu estava tentando juntar as peças que antes pareciam desconexas, fragmentos que havia ignorado por estar distraída com o "Lucas". Agora, tudo estava sob uma nova luz, e eu precisava reavaliar cada detalhe, cada interação.

A sombra do caçador - Dark romance Onde histórias criam vida. Descubra agora