A escolha

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Estava na delegacia há horas, tentando analisar com Ygor e o Capitão as câmeras do planetário pelo computador da delegacia. A tensão era palpável no ar, cada segundo sem resposta aumentava a frustração e a ansiedade.

De repente, um garoto de uns 16 anos escapou da cela e correu em direção à porta. Gritei para os policiais segurarem ele, mas o garoto era rápido e estava prestes a conseguir fugir.

Antes que ele alcançasse a porta, um militar apareceu do nada, um homem corpulento e com uma postura imponente. Ele segurou o garoto com facilidade e o entregou de volta aos policiais. Quando ele se virou, fiquei surpresa ao reconhecer aquele rosto familiar.

- Mike? - chamei, surpresa e aliviada ao mesmo tempo.

Ele era um amigo de infância, um amigo da família, dez anos mais velho que eu. Não via Mike há anos, desde que ele se alistara no exército e desaparecera em missões pelo mundo.

Mike sorriu ao me ver e se aproximou. - Emma! Quanto tempo! - disse ele, me abraçando com um carinho que só alguém que conhecia minha família podia demonstrar.

- Você cresceu bastante - disse Mike, observando-me com um sorriso caloroso.

Não pude evitar ficar um pouco boba com a presença dele. Sempre tive uma queda por Mike, desde que éramos mais jovens, e vê-lo ali agora, mais maduro e tão próximo, fazia meu coração acelerar um pouco.

- Você também mudou, Mike. - Sorri de volta, tentando manter a compostura.

- Então, você está muito ocupada? - ele perguntou, inclinando a cabeça ligeiramente. - Pensei em aproveitar para conhecer um pouco mais da cidade. Faz tanto tempo que não venho aqui.

Parei por um momento, considerando a proposta. Com toda a tensão das últimas semanas, uma pausa rápida poderia ser exatamente o que eu precisava. Além disso, a presença de Mike era um conforto inesperado, algo que não tinha há muito tempo.

- Acho que consigo tirar um tempinho do trabalho - respondi, sorrindo para Mike.

Quebra de tempo

Depois da delegacia passamos o dia visitando alguns lugares icônicos de Nova York. Foi revigorante passear pela cidade sem o peso das investigações sobre meus ombros, apenas desfrutando da companhia de Mike. Ele tinha uma maneira de me fazer sentir leve, algo que eu não experimentava há muito tempo.

Agora, estávamos caminhando pela praia, o som das ondas quebrando suavemente ao nosso redor. Eu segurava uma garrafa de bebida, rindo de uma história que Mike tinha acabado de contar sobre uma de suas missões.

- Então, Mike... - comecei, olhando para ele de lado. - Está com alguém agora?

Ele virou-se para mim, ficando bem perto. A luz do entardecer refletia em seus olhos, dando-lhes um brilho caloroso.

- Não estou com ninguém - respondeu, com um sorriso provocador. - Por que a pergunta?

Eu ri, sentindo minhas bochechas corarem um pouco.

- Curiosidade - disse, tentando parecer casual. - Sempre imaginei você cercado por admiradoras.

Mike deu um passo mais perto, seu sorriso se tornando mais brincalhão.

- Bem, sempre tive uma pessoa em mente - ele disse, sua voz baixa e intensa. - Alguém que sempre foi um pouco teimosa e muito destemida.

Meu coração acelerou e nossas risadas diminuíram, deixando um silêncio cheio de tensão entre nós. Senti meu rosto ficar mais quente e desvie o olhar por um momento, tentando processar o que ele estava insinuando.

A sombra do caçador - Dark romance Onde histórias criam vida. Descubra agora