O começo da caçada

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Nova York nunca dorme. A cidade pulsa com vida, energia, e por vezes, com o som sinistro do perigo que espreita nas sombras. Para mim, essa metrópole é o campo de batalha onde travo minhas lutas diárias. Sou Emma, investigadora particular altamente qualificada, e minha vida é um mosaico de casos resolvidos, mistérios desvendados, e agora, um novo desafio sombrio.

Sempre soube que tinha um dom para observar o que passava despercebido pelos outros. Desde criança, era capaz de decifrar segredos apenas com um olhar atento. Meu interesse pelo mundo da investigação começou na adolescência, quando assisti a um documentário sobre detetives particulares. Algo clicou dentro de mim. Eu queria fazer a diferença, ajudar aqueles que não tinham mais esperanças, e trazer justiça para os injustiçados. Anos de estudo, treinamento e incontáveis horas no campo me moldaram na profissional implacável que sou hoje.

Agora, estou mergulhada em um dos casos mais desafiadores da minha carreira. Fui contratada pelo chefe de polícia da principal delegacia de Nova York para auxiliar na investigação de uma série de assassinatos brutalmente executados por um serial killer que vem aterrorizando a cidade. O assassino, meticulosamente cuidadoso, tem uma assinatura macabra: deixa uma rosa negra ao lado de cada uma de suas vítimas.

Sei que estou lidando com um oponente formidável. O perfil traçado aponta para um homem entre 25 e 35 anos, alto, forte, com um intelecto afiado e uma habilidade assustadora de evitar ser capturado. Ele é um predador astuto, sempre um passo à frente, e sua capacidade de desaparecer sem deixar rastros é impressionante.

Na última semana, passei noites insones revisando arquivos, testemunhos, e as cenas dos crimes. Cada detalhe é crucial. A perícia técnica e a frieza do assassino deixam claro que ele tem um profundo conhecimento sobre procedimentos policiais, o que indica que pode ter alguma ligação com as forças de segurança ou um histórico militar.

Apesar de todas as evidências, há algo que me perturba profundamente: a sensação constante de ser observada. Não é paranoia. É uma percepção afiada, quase instintiva, que desenvolvi ao longo dos anos.

As vítimas não morriam rapidamente. Cada uma delas passava por um tormento inimaginável, torturada por horas a fio. Ele era meticuloso e cruel, prolongando o sofrimento ao máximo antes de finalmente ceifar suas vidas. Homens e mulheres, sem distinção, embora houvesse mais homens entre suas vítimas. O padrão era sempre o mesmo: ele nunca deixava ninguém sair vivo. O fim era sempre inevitável, e as rosas negras eram encontradas nas mãos ou na boca dos corpos, uma assinatura sombria que parecia zombar dos que tentavam encontrá-lo.

Cada cena de crime que eu visitava era um espetáculo macabro de dor e sofrimento, a brutalidade meticulosa me deixava enojada, mas também mais determinada a pegá-lo. As rosas, outrora símbolo de beleza e amor, haviam se tornado emblemas de terror e morte, ligando cada vítima ao meu adversário invisível.

Agora, estava me arrumando para ir até a delegacia. A notícia chegara cedo naquela manhã: tinham encontrado mais um corpo, desta vez em um quarto de hotel. A urgência na voz do capitão de polícia no telefonema deixava claro que cada segundo contava. Encarei meu reflexo no espelho enquanto ajustava o coldre com a arma. O rosto cansado que me olhava de volta era uma lembrança constante das noites insones e da pressão incessante deste caso.

Minutos depois, desci as escadas do meu prédio e encontrei o capitão aguardando ao lado da viatura. Ele me cumprimentou com um aceno breve, o rosto marcado pela gravidade da situação. Entrei no carro e, assim que as portas se fecharam, ele ligou a sirene. O som agudo cortou o silêncio da manhã, refletindo a urgência de nossa missão.

Enquanto a viatura rasgava as ruas de Nova York, o capitão me deu uma atualização rápida sobre o que sabiam até agora.

- O corpo foi encontrado pelo serviço de limpeza do hotel. Mesma assinatura: tortura prolongada, rosa negra nas mãos - ele disse, com uma expressão de frustração. Eu apenas assenti, já mentalmente me preparando para o que estava por vir.

A sombra do caçador - Dark romance Onde histórias criam vida. Descubra agora