Assassinato teatral

24 3 3
                                    

Voltei para casa de madrugada outra vez, com Lucas me deixando na porta como um verdadeiro cavalheiro. Havíamos trocado números para nos manter em contato, e ele se despediu com um beijo suave que prometia futuros encontros.

Assim que entrei em casa, a realidade do meu trabalho me atingiu como uma onda fria. A sala estava uma bagunça, cheia de rosas e bilhetes de pistas espalhadas por todos os lados. Cada rosa e bilhete eram lembretes dos jogos macabros do assassino que eu estava determinada a capturar.

Suspirei, sentindo a exaustão se infiltrar em meu corpo. A noite com Lucas havia sido uma trégua bem-vinda, mas a caçada ainda continuava, e o assassino não mostrava sinais de desacelerar.

Olhei ao redor, tentando decidir por onde começar a organizar as pistas novamente. Precisava manter a cabeça clara e focada, mesmo que a lembrança do toque de Lucas ainda estivesse fresca em minha mente.

Caminhei até a mesa onde a maioria das rosas e bilhetes estavam empilhados. Peguei o mais recente, examinando as palavras escritas com a caligrafia familiar e fria do assassino. Cada enigma, cada pista, parecia mais pessoal, como se ele estivesse se divertindo em me manter sempre um passo atrás.

Decidi que era hora de arrumar aquela bagunça. Recolhi todas as flores, cada uma carregada de lembranças e promessas macabras, e as coloquei dentro de uma gaveta vazia no guarda-roupa. Precisava de um espaço limpo e organizado para pensar claramente.

Enquanto terminava de arrumar, meu celular vibrou com uma nova mensagem. Era do Nate, o policial que havia trabalhado comigo em várias cenas de crime.

"Nate: Deixei as chaves do seu carro na minha mesa. Pode vir buscá-las amanhã."

Suspirei aliviada. Pelo menos algo estava resolvido. Respondi rapidamente, agradecendo pela ajuda, e continuei minha tarefa de organizar as pistas espalhadas.

Depois de terminar de arrumar a bagunça, decidi tirar uma soneca. Lucas tinha emprestado uma calça de moletom e uma blusa para eu usar, já que ele havia rasgado o vestido que o assassino havia escolhido para o "encontro". As roupas dele tinham um perfume maravilhoso, uma mistura de colônia e algo que era unicamente dele.

Deitei na cama, ainda vestindo suas roupas confortáveis, e deixei que o cansaço me envolvesse.

Quebra de tempo

Dormi profundamente por três horas, acordando às sete da manhã. Senti-me surpreendentemente descansada, como se a noite com Lucas tivesse recarregado minhas energias de uma maneira que eu não experimentava há muito tempo.

Olhei ao redor, tomando um momento para apreciar o silêncio e a tranquilidade da manhã. Embora os bilhetes do assassino continuassem a assombrar minha mente, mantê-los em segredo era uma forma de proteger os outros e a mim mesma. Precisava encontrar uma maneira de usar essas pistas para capturá-lo sem colocar mais ninguém em perigo.

Eu me arrumei com uma roupa confortável, peguei minha arma e o distintivo que o capitão havia me dado, e saí a pé em direção à delegacia. A caminhada até lá não era longa, apenas vinte minutos, e o ar fresco da manhã ajudava a clarear minha mente.

Quando cheguei à delegacia, fui direto para a mesa do Nate e encontrei as chaves do meu carro na gaveta. Ao fechar a gaveta, vi Nate se aproximando com uma xícara de café nas mãos.

- Bom dia, Emma - disse ele com um sorriso. - A noite foi boa?

Antes que eu pudesse responder, senti o celular vibrar no bolso. Tirei-o e vi uma mensagem de Lucas: "Bom dia ❤️". Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios ao ler a mensagem.

- Sim, a noite foi ótima, obrigada - respondi a Nate, enquanto digitava rapidamente uma resposta para Lucas, agradecendo e desejando-lhe um bom dia também. - E a sua? - perguntei, tentando manter a conversa leve.

A sombra do caçador - Dark romance Onde histórias criam vida. Descubra agora