Le symbole

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— Nosso objetivo inicial era apenas acabar com vocês — Comenta Esposito observando o lago — Vingar a morte do meu chefe o que fez a criminalidade e instituições que vocês bancavam despencar incluindo os abrigos.
— Mas pagaria qualquer preço para ver quem matou meu chefe morto — Senhor Esposito abaixa as orelhas — O problema é que meus homens ao desenterrar seu corpo numa espécie de homenagem notaram indícios de que ele estava vivo.
— Resumindo — ele pega um graveto fazendo sinais invisíveis no chão — Também sabíamos que o Mordecai queria alguma coisa que estava com a FSB e por isso contatava o Esposito.
— Essa foi a oportunidade que não podia deixar passar — Exclama Esposito — Meus instintos me falavam que ele estava mexendo com algo tenebroso. E depois da invasão do presidiário — Continua Esposito — Isso só se confirmou ainda mais — Ele se levanta tirando do sobretudo fotos — Os documentos e informações foram destruídos, infelizmente. Mas ainda tenho aquele relatório — Continua suando frio — E vendo essa coisa minha dedução se confirmou.
— Preciso contar a Robert sobre a operação Ucrânia — Mordecai diz levantado e apoiado no barco — Aparentemente ele era mesmo minha correspondência.
— Invasão do presidiário? — Lyrilvy questiona.
— Por que você só pergunta sobre as partes menos chamativas? — Lucca sussurra para Lyrilvy — Essa história fica cada vez mais complexa.
— Eh mano foi mó brisa — Victor olha para Lyrilvy — Um cara entrou na limusine e saiu surrando todos os guardas.
— O presidiário e o hotel que fazia complô foram danificados — Esposito se levanta explicando — Nós éramos encarregados de criar seres como você com a nova fórmula — Ele abre seu diário e mostra alguns arquivos do experimento 0-456 'Lyrilvy' o designado para uma família depois de cumprir sua serventia em guerra perdendo a utilidade para nosso país — Os ratos, ou melhor — Esposito vira o pescoço e olha para o colar de Lyrilvy — Os países baixos foram quase extintos e atualmente vivem sem terra por causa desses soldados artificiais. Eram criados para serem inexpressivos — continua Esposito — Enquanto os cães eram mais fieis e bons no combate, os gatos eram mais flexíveis e inteligentes. Mas pelo visto esse aí veio com defeito de fábrica — Zomba Esposito.
  Mordecai puxa Esposito pela pelagem e o empurra no chão.
— Vocês brincaram de Deus para aniquilarem povos — Explica Mordecai — Isso gerou muita repercussão na época. Uma rivalidade entre dois países entre cães e gatos, tudo virou uma rixa — Ele se senta apoiando uma perna sob a outra e junta os dedos analisando Esposito de cima a baixo. O barco começa a mexer um pouco devido a correnteza e a neblina começa a desaparecer finalmente revelando o sol quente — Devido a animais como você — Ele olha Esposito cansado — Construí um local de segurança — E por conta de vocês — Mordecai olha para as nuvens no céu — Nós perdemos a única coisa que conseguia barrar esse preconceito.
— Vocês infundiram o ódio e a dor — Mordecai se aproxima olhando Victor enquanto o vento bate em seu pelo — E devido a isso meus irmãos, meu bem mais precioso, a minha família foi perdida...
— Eu não me rebaixarei ao nível de vocês tirando suas vidas — Mordecai abre o corpo apontando a mão aberta em direção ao horizonte — Eu os perdoo pelo que fizeram. Mas saiba que nunca terão minha confiança — Mordecai coloca sua pata em seu peito com o olhar vazio encarando a floresta — E talvez nunca saiba oque é estar com eles novamente.
  O barco finalmente para num local seguro e Mordecai sai ajudando todos a desembarcarem.
— Não esqueci da sua intenção de me contar algo — Diz Mordecai sussurrando para Lucca — Quando se sentir à vontade nós podemos discutir a sós.
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  Em meio a ferramentas e tubos, um homem caminhava levando duas taças e uma garrafa de vinho. Ele se senta em uma mesa enquanto serve vinho a um jovem que movia sua torre.
— Aaaah — Ele suspira — Às vezes você é muito devagar, eu tive tempo de jogar comigo mesmo e ainda colocar as peças no lugar antes de você voltar.
— Bom, eu estou aqui agora — Ele se senta tomando seu vinho
— Vinho, porque sempre vinho? — Ele coloca a taça do lado — É sua vez de mover.
— Humm — Ele move seu cavalo — Já ficou sabendo sobre as perdas?
— Já — Movimenta sua rainha — Parece que eles ainda tinham umas peças fortes no tabuleiro.
— Acha que podem ser um obstáculo? — Captura Torre.
— Não. Não importa a rota, eu sempre realizo meu objetivo. Por hora apenas monitore o sinal — Ele move seu cavalo — Xeque.
Enquanto caminhavam, a alguns passos do rio, dardos acertam o pescoço de Victor, Esposito e Lucca, que caem inconscientes enquanto uma voz é ouvida à distância.
— Isso derruba 10 elefantes de uma vez, é bom pararem aí se não quiserem uma overdose disso.
  Mordecai reconhece a voz de algum lugar, mas não tem certeza se é a voz de quem poderia ser. Ele atira a espada para o lago e se move para frente de Lyrilvy reconhecendo que estão em menor número.
— Estamos desarmados — Ele mostra as mãos e bate nas vestes — Seja quem for, revele-se e não toque nos desacordados — Mordecai pela primeira vez assume uma guarda e começa a prestar atenção aos seus arredores fechando os olhos para se concentrar apenas na audição. Um homem se aproxima lentamente com uma arma de cano duplo, seus passos eram pesados.
— Muito bem, o que fazem aqui? Mostrem seus rostos — Sua voz fica nítida.
  Por um momento, Mordecai se lembra de um jovem tigre. Ele abre um pouco de espaço para Vy ser observado também.
— Nós viemos em paz — Mordecai diz com os olhos abertos após escutar a vibração do vento entrando da arma — Esses dois são nossos prisioneiros.
— A garota e o garoto são meus aliados — Diz olhando para a figura e mostra um distintivo do exército e outro mostrando uma águia brilhando sob o sol — Peço para que gentilmente reconsidere antes de qualquer movimento em falso — Mordecai coloca sob a maleta de couro preta e empurra ela com os pés de modo que fique próxima ao homem.
— Você tá zoando comigo!? — Ele se aproxima de Mordecai e olha para Lyrilvy — Você finalmente tirou aquela porra de máscara haha — Ele retira seu capacete, revelando seu rosto — A quanto tempo Dr Mordo!
  Vendo seu rosto eles enfim se lembram, era Guyler, uma vítima de hackers que fora condenado injustamente, Mordecai e Lyrilvy ajudaram sua soltura.
— Olá, tio Guyler — Diz Mordecai agora se aproximando de forma aberta e acenando — Confesso que você nos deu um susto. Poderia me ajudar a carregar esses pilantras para dentro? — Continua ele — A Lucca vai ficar uma fera quando acordar.
— Seu pilantra! — Lyrilvy pula nele — Vá assustar a sua avó — Ele diz sorrindo
— ESTÁ TUDO BEM — Ele grita enquanto Lyrilvy pula nele — SÃO ALIADOS.
— Parando para analisar — Mordecai olha mais atentamente para Lyrilvy — Nem notei a ausência da sua máscara! — Mordecai pega uma vara que estava apoiada numa mesa de madeira e observa vacas, cavalos, bezerros e os mais variados tipos de animais espalhados por lá. Ele joga o anzol e consegue pescar pelo buraco da empunhadura de sua espada, a limpando e colocando na bainha de couro.
  Quatro homens surgem das sombras e, a mando de Guyler, levam os três inconscientes para dentro.
— Eu achei que vocês estavam mortos, os jornais quase não paravam de falar sobre a casa e o presídio — Ele se apoia em Lyrilvy enquanto entram na construção — Aquela é sua namorada? hahaha
— Infelizmente nós tivemos alguns contratempos — Diz Mordecai se sentando numa cadeira de madeira — Mas nada que fugisse totalmente do nosso controle.
— A maior parte dos abrigos tem passado necessidade, suponho? — Ele pega o celular de Esposito que caiu e faz uma transação para Guyler — Aceite isso como um pedido de desculpas pelos conflitos — Diz Mordecai indicando Thiago — É um pagamento pelo mal que nos causaram.
— Os abrigos infelizmente foram atacados, mas não todos, por recomendação desse baixinho aqui, eu fiz uns abrigos afastados da existência, vocês estão seguros aqui, mas se acharem melhor — Ele pega uma caneta e escreve num papel — Aqui vocês ficam na sombra do mundo — Diz ele orgulhosamente estufando o peito enquanto entrega o endereço no papel. Ele caminha até Thiago enquanto manda os homens o amarrarem junto a Victor — Foi esse aqui o responsável por esse caos então? Por que não o mataram?
— Ele é o líder deles — Prossegue Mordecai — Tem em posse informações que podem vir a ser úteis posteriormente.
— Foi uma boa decisão afastar os abrigos — Ele observa os homens trabalhando na plantação pela janela — Assim ficam um passo à frente do inimigo.
  Ele abre o glossário tomando cuidado para ninguém ver e usa a luz negra buscando alguma página sobre a criatura que viram, mas nada é encontrado então fecha e guarda.
— Eles vão levar um tempo até acordarem, porque não tomam um banho? Tem roupas limpas nos quartos de cima e em breve teremos o almoço .
— Como você sabia que estávamos chegando? — Lyrilvy pergunta.
— Ah, depois das reportagens e ataques eu mandei formarem guarda, vocês deram sorte de virem aqui no meu turno.
— O que fazemos com ela senhor? —  Um dos homens pergunta segurando Lucca.
— Coloquem ela no sofá e chamem o dr para examiná-los — Guyler aponta para Mordecai e Lyrilvy.
— Podem deixar ela aqui — ele diz sério olhando Guyler — Examinarei com cuidado em breve se possível gostaria que o corpo médico fizesse o básico.
  Mordecai entra num dos quartos e tranca a porta. O ambiente possui uma cama bastante simples com um travesseiro de feno, cobertas brancas e edredom amarelo. Ao descansar a cabeça na almofada desliga a pequena lamparina para economizar e nota que um guarda roupa antigo está vazio e completamente esburacado.
  Novamente reunindo forças para se levantar, organiza de modo que o espaçamento entre as roupas fiquem perfeitas e coloca num cesto sua roupa a deixando na janela para quando a forem lavar, deixando a nota dos procedimentos necessários e tomar cuidado devido ao alto custo.
  Ele pega uma blusa social amarela, um pequeno short, óculos de sol, um chapéu que evita o sol e seu novo chinelo. Ele entra no banheiro e se apoia na pia respirando devagar e com a visão turva enquanto aperta forte seu peito.
— Eu preciso me manter firme… — Seus olhos se arregalam e suas pupilas brilham um pouco em vermelho. Ele morde seu braço fazendo o sangue jorrar na pia e começa a esfregar com esponja para limpar retornando a si. Imagens de Priscila o encarando no espelho invadem sua mente.
  Lyrilvy, que escutava Mordo enquanto o esperava sair, decide retornar a sala e se senta no sofá ao lado de Lucca.
— Por que ela apertou o braço com tanta força? — Ele pensa enquanto levanta sua manga e percebe uma área de ferro, onde a tinta estava desbotando com marca de garras.
— Me desculpem... eu queria saber como ajudar.
— Porque não fala pra ela? — Uma coelha de aparentemente 10 anos, vestida de dragão, pula pela janela — Se você não sabe como ajudar, então pergunte pra ela como pode ajudar.
— Hum — Ele sorri vendo os olhos da criança — Você acha que funciona?
— Comigo funciona — Ela se senta no chão — Sabe, quando eu estou triste falar o que estou sentindo me ajuda. Não precisa ter vergonha disso.
— Acontece que eu causei os problemas — Ele responde enquanto se pergunta o porque está falando disso com ela.
— Então pede desculpa e pede pra ela falar o que sente ué.
— ... Você é bem espertinha não é?
— Sou mesmo — Ela gesticula — Não reprovei em nenhuma aula.
  Lyrilvy mantém a conversa com ela, talvez fosse nostalgia enquanto se lembra de seu irmão quando era mais novo. Lucca de repente pula e, Lyrilvy, arranhando seu peito, com fúria.
— …! — Ela se acalma vendo que era Lyrilvy e olha ao redor — O que aconteceu? Cadê todo mundo?
— Calma, calma, está tudo bem. Estamos seguros, o chefe tá no banho e aqueles dois tão numa cela basicamente nus.
— Pff não sei se quero ver isso… Então… Quer dizer que conseguimos?
— Sim, estamos no abrigo, só eu e o chefe sabíamos desse lugar. Só descansa agora tá bom? — Ele coloca a mão em seu ombro.
— Que nojo — A menina diz enquanto sai de trás de uma poltrona.
  De repente o chão começa a tremer. Passos pesados podem ser escutados se aproximando cada vez mais da casa onde eles se encontravam. Uma fumaça invade a casa e a cada passo as rochas do solo parecem saltar um pouco. Até que de repetente.
— MORDECAI! — A porta é arrombada e caí no chão revelando uma Loba branca que fumava um cigarro — Vocês tragam imediatamente esse traste.
— S-Senhora Valéria!? — Um dos cães responsáveis pelo pasto diz surpreso.
— Venha aqui — Ela puxa o cão encarando diretamente o fundo da alma dele — Eu sei que aquele estúpido bastardo está aqui.
— Olá queridinho! — Ela move os dedos acenando para Lyrilvy — meu irmão falou bastante sobre você.
— Tô te falando é uma brutamontes — Sussurra um camaleão para o cão.
— Que papinho é esse, hein!? — Ela dá um soco arremessando o camaleão para uma das plantações — Só por que não sou desse Olho acham que não mereço respeito?
  Ela começa a bater fortemente na porta do quarto de Mordecai. Ao notar a presença de Lucca, se encosta na parede bufando fumaça do cigarro para o ar.
— Cara de sorte você — Ela faz uma cara safada — Conquistador de corações
— É o que? — Lucca diz olhando para a loba e para Lyrilvy em seguida
— Ow Mordecai chega ai! Acho que o violino ta tocando — Lyrilvy grita para Mordecai — Eu é que não vou passar por essa diversão sozinho — Ele pensou dando um leve sorriso.
— Que? Violino? Que tá acontecendo aqui meu Deus? — Lucca olha confusa para Lyrilvy mas sua atenção é voltada para a menina.
— ELA VAI NOS MATAR! — Ela corre para a janela dos fundos e pula.
— Quem é você, aliás, o que? — Lyrilvy dobra sua cabeça para o lado.
— Eu sou irmã do Senhor Mordecai — Ela retira uma kunai e atinge o espantalho na distância no meio precisamente — Conhecida como Musa de San Andreas.
— Eu era da velha guarda — Ela cruza as pernas se sentando e olha para a coelha pulando pela janela — Endoidou a menina.
— Que coisa em — Ele se senta ao lado de Lucca, que apoiou sua cabeça no braço do sofá, aceitando tudo aquilo — Você parece divertida… OW MORDECAI DESCE AQUI. Muito prazer, aliás — Lyrilvy pela primeira vez parece animado.
— Eu sou Lucca, esse aqui é Lyrilvy, e você? — Lucca abaixa sua manga, escondendo a tinta desbotada.
— Me chamo Valéria, muito prazer — Dá um pequeno sorriso e depois acende outro maço de cigarro.
  A porta se destranca rapidamente e Mordecai dessa vez está cheirando a girassol, a blusa social amarela está aberta com uma camisa branca por dentro, colocou o chapéu e o short que tem estampado uma variedade de folhas e, abaixando um pouco o focinho fazendo os óculos escorregarem um pouco, olha para Valéria.
— Olha só quem finalmente apareceu! — Ela coloca as mãos na cintura e fica com um olhar mal encarado.
— Você viajou do México até aqui? — Mordecai pergunta confuso com as orelhas levantadas.
— Sua casa pega fogo — Ela toca Mordecai no peito empurrando enquanto aponta — E você não dá um sinal sequer para mim!?
— Problemas pessoais — Ele tira com cuidado a mão dela dele a encarando calmo — Não posso falar no momento.
—Hein!? — Ela cruza os braços fumando outra vez — Você só quer saber de trabalho aqui, trabalho ali desde que saiu da guerra não para quieto.
— Você sabe que é necessário — Ele gira fazendo alusão aos abrigos — Caso contrário isso e alguém dedicado e de boa índole como Guyler não teria reorganizado estrategicamente tudo isso.
— Ah é claro… — O cão trás num lenço a kunai para Valéria — Obrigada.
— Digamos que, apesar das suas habilidades excepcionais — Mordecai diz observando o vestido azul que ela está usando no momento — Tenha um temperamento...explosivo...
—Explosivo!? — Valéria pisa com força quebrando o chão — Oops...
  Mordecai observa Lyrilvy com o olhar cansado e volta a observar o relógio. Ele se aproxima e segura no colar de lua.
— Vou deixar espaço para você por enquanto — Mordecai diz em tom seco mas interessado — E quanto a você não se mova muito. Venha cá — Ao tirar do bolso um equipamento, verifica as atividades do veneno e coloca devagar uma agulha para retirar os resquícios e entrega um pacote de pílulas a Lucca — Tome uma cápsula durante dois dias. Tenham cuidado quando se trata de reconhecimento — Mordecai observa o cão — Se eles ou nossa fonte de informação tivesse sido perdida estaríamos em péssimas situações. Além disso — Ele se senta ao lado de Valéria — Creio que ninguém gostaria que eu metesse uma bala na primeira pessoa que aparecesse no meu campo.
— Eu falo alguma coisa? — Lucca sussurra no ouvido de Lyrilvy.
— Ainda não — Ele sussurra de volta.
  Um dr com dois ajudantes chega acompanhado de Guyler, perguntando quem precisava de avaliação
— Acho que somos nós — Lucca diz sem jeito.
  Mordecai entra no quarto e tranca novamente encostando o pescoço no travesseiro e fecha os olhos cansado.
— Se puder tratem dos garotos — Valéria lança o maço de cigarro pela janela — Me falaram que tem dois otários por aqui. Eu vou ajudar na vigilância deles — Ela se levanta e olha para trás observando Mordecai fechar a porta com o olhar preocupado.
— Eu mostro onde eles estão — Guyler responde enquanto vira seu corpo esperando por Valéria — Aqui, levem o médico a ele também — Ele joga uma chave mestra para Lyrilvy — Só me devolve depois em.
— Isso torna as coisas mais rápidas — Valéria começa a acompanhar Guyler até o local — Você sabe oque aconteceu com detalhes com a OA?
— Não totalmente. Pelo que sei houve um ataque à base deles. Parece que só os três estão vivos.
— Um ataque à base? — Valéria fica pasma com a informação.
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  Numa tentativa de resistência, Aroldo se movimentou e quando Manske atacou este mordeu o machado, o partindo em pedaços, e deu uma caudada nele derrubando alguns dos militares americanos. Esposito num saque rápido atirou contra alguns cães estourando a cabeça deles e quando Mordecai o imobilizou no chão ficou em cima dele o prendendo.
  Valéria assistia em cima de uma das casas segurando uma shuriken, vestindo um uniforme militar preto disfarçada como os membros da velha guarda. Ela pulou e impediu o caminho de algumas crianças que estavam próximas.
— Por favor, não matem o tio Aroldo! — Ela dizia em lágrimas se debatendo nos braços de Valéria.
— Saí da minha frente seu monstro! — A garota conseguiu passar e desceu ladeira abaixo.
— Merda! — Valéria grita começando a correr e descendo para o buraco.
  No momento em que a criança conseguiu abraçar Aroldo ele ficou distraído por um momento e Manske partiu ao meio os dois sem perceber e começou a suar frio. Esposito começou a se movimentar com lágrimas nos olhos.
— CASSIDY! — Senhor Esposito gritou desesperado — Me solta seu arrombado.
  Os guardas ficaram paralisados notando oque acabou de acontecer, Valéria tentou segurar o pedaço da criança com as mãos sangrando completamente parada tremendo. Ela olhou para Manske por trás do disfarce em desespero. Esposito começou a chorar e toda sua energia se esvaiu.
— Me matem! — Esposito berra.
  As crianças olham com desprezo e uma delas se ajoelha. Ela pega uma das armas dos guardas e se mata com um tiro na cabeça. Como num ato de desespero todos os russos são fuzilados até a morte sobrando apenas Thiago.
  Depois de momentos em silêncio olhando de forma vazia para o corpo da menina que cuidou desde cedo e sempre teve como filha, seus dedos, braços e quase todos os membros foram quebrados e perfurados. Ele foi deixado na lama enquanto a chuva começou a encher o buraco aos poucos, o deixando submerso aos poucos.
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  Mordecai desperta no meio da tarde, notando que seus ferimentos estavam tratados. Parece que fizeram tudo enquanto ele dormia. Ele nota um papel pendurado na porta.
“Me encontre na árvore com um balanço”. Ele pega a cesta notando que a colocaram novamente na janela e aproveita um dos isqueiros com cuidado e improvisa um ferro com um pedaço de metal passando sua roupa na medida do possível.
  Ele guarda no armário e passa um pano limpando melhor a poeira e espirrando um pouco de sabão com o balde ao lado. Se levantando abre a porta guardando o bilhete no seu short e começa a caminhar na direção da árvore onde imaginava ter o balanço.
  Um dos servos o camaleão gentilmente oferece um pedaço de  croissant e copo de leite na qual Mordecai dá umas mordiscadas e bebe entregando para o homem.
— Obrigado — Mordecai assente a cabeça e continua o caminho.
  Após um tempo caminhando, ele encontra a árvore, localizada não muito distante e não muito perto do cercado. Se aproximando ele encontra Lyrilvy, que cheirava a rosas, seu cabelo estava mais branco e vestia uma calça preta e sua camisa reserva que ficou na mochila. Ele chega para o lado o convidando para se sentar. Mordecai se senta ao seu lado e fecha os olhos escutando os batimentos de coração médios de Lyrilvy, e percebe que seus batimentos estão levemente mais rápidos.
— O'Que você gostaria de falar comigo? — Mordecai olha para Vy — Não sabia que você era de usar perfumes.

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