Blackout

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Digitando em seu computador, o urso tentava dar comandos ao gato. Que após dez minutos se materializa na sala.
— O que você quer pedaço de carne? — Ele soltava uma costura de asa de dragão — Não gosto que atrapalhem o meu lanche.
— Mattyyas quer ver você — Ele se aproxima e soca o gato, que se mantém imovel, apenas virando seu rosto — Você não devia fazer ameaças a quem não pode tocar, agora anda, vamos logo.
— Por enquanto — O gato sussurra para si mesmo enquanto seguia o urso — Já que ele quer tanto me ver, por que o próprio não mandou o corpo seguir até sua sua sala?
— Sua localização é um segredo, e assim deve se manter, principalmente para seres como você — Eles entram em um carro onde suas janelas são pintadas por dentro — Se eu ver uma única fumaça de você.
— Cale-se, já estou cheio da sua voz, vamos logo com isso.
— Como quiser — Ele digita algo em seu celular, fazendo o corpo do gato tentar atacá-lo, causando pequenos raios em seu corpo ao fazê-lo — Acho melhor me tratar com respeito, você nos pertence
— Sim, meu amo — O gato sorri enquanto seu corpo se contorce no chão — O inferior deve se pôr em seu lugar.
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  Os guardas cercam todos num instante. Agora uma tropa de ratos e grandes ursos estão observando cada um dos membros da OA completamente alertas.
— Olha só quem temos por aqui — Um leopardo começa a bater palmas.
  Estava com uma coroa em sua cabeça, uma longa capa vermelha, vestia uma armadura dourada enquanto tomava vinho num cálice.
— Senhor, o'que nós vamos fazer? — Os soldados perguntam.
— Peguem o corpo do lobo sob ordens de você sabe quem — Giacomo se agacha próximo a Lucca.
— Saí de perto dela ou eu atiro — Robert mira na cabeça dele enquanto os guardas miram em sua.
— É uma pena que diga isso em alto tom — Giacomo retira o pingente de Lucca e o guarda — Pois se vocês moverem um só músculo, uma garotinha será a sobremesa de um gato muito faminto.
— Devolve isso! — Victor avança e solta um soco que é segurado por Giacomo
— Tenha bons modos, não sabe como tratar um príncipe?
  Ele começa a olhar por vários ângulos e entrega a um dos ratos que verifica com os equipamentos necessários.
— É da família bico de prata — O baixinho confirma.
— O'Que uma reles plebeia sem braço como você faz com uma relíquia dessas? — Giacomo se senta na carruagem — Aliás preciso limpar minhas mãos, toquei num serviçal outra vez — Você definitivamente roubou isso não? — Giacomo aponta para ela com voz mansa e provocadora — Que gravíssimo, oque seu papai vai pensar disso? Sua insubordinação não será tolerada — Os olhos de Giacomo brilham em roxo — Será executado em praça pública e terá seu corpo incinerado. Já você, pela invasão e roubo do nosso dinheiro — Giacomo pega com força o queixo de Robert — Irá para a câmara de tortura e depois morte por cicuta
— O que vocês vão fazer com ele? — Lucca pergunta olhando para o corpo de mordecai
— O'Que nós vamos fazer com ele? — Giacomo retira o relógio do pulso de Mordecai — Esse corpo ficará com um pequeno amigo — O'Que virá a seguir é um mistério até pra mim — Ele coloca as mãos no bolso e faz um sorriso de canto de boca — A questão é que vocês já perderam a muito tempo. Provavelmente tentarão arranjar um casamento para você — Giacomo zomba — Ou te tacar do precipício quem sabe.
— Vá pro inferno — Ela cospe em seu rosto.
— Ai meu deus… — Um dos guardas olha tremendo — Senhor perdoe a mulher, ela é uma imunda.
— Calado! — Leopardi bate com força derrubando a mesa — Você invade meu reino, infecta meu salão e agora me adoece com sua falta de modos? Sinceramente você será morta em praça pública também — Ele faz um sinal e os guardas começam a levar Victor e Lucca para a preparação — O seu paizinho vai estar lá para ver você.
— Vamos direto com isso — Os ursos pegam o corpo de Mordecai e começam a andar.
— Você vem com a gente — Caninos prendem Robert com algemas e começam a andar.
— Não passa de um muleque se escondendo atrás de títulos, você deve ser um tapa buraco que fica com a glória do cabeça de verdade, não é!? — Lucca grita com raiva.
— Hunf — Giacomo ignora com nojo.
  Conforme a carruagem começou a andar os portões dourados com diamantes em torno se abriram e depois de se guiarem de acordo com o mapa, pelo que pareceu horas, chegaram finalmente próximo do núcleo da terra, onde o príncipe se identificou cortando um pouco seu pulso e derramando sangue.
— A glória eterna de Yákabu — Giacomo diz.
— Acesso concedido — A voz diz abrindo os portões revelando uma fumaça — Seja bem-vindo e limpe suas patas.
— Trouxe um presentinho para você Mattyas — Leopardi trás numa maca o corpo de Mordecai — Veja assim que estiver disponível.
  Robert era torturado com socos, enquanto Lucca e Victor eram arrumados com roupas pobres para a execução.
— Nós já temos dois — Giacomo coloca o relógio de Mordecai na mesa — Agora só falta a chave.
— Oh, mas nós já temos a chave — O homem responde, sem se virar.
— Nesse caso, como devemos proceder? — Giacomo se ajoelha — Todos estão se reunindo no salão principal à direita da sala de realidade aumentada.
— Venha, observe — Ele o coloca os dedos em seu queixo, o levando até o poço, que brilhava em um fogo púrpura ao fundo — O que você enxerga?
  Giacomo se ergue e olha para as profundezas do fogo púrpura e se sente atraído pela luz, como se todo prazer estivesse ali.
— Um prazer enorme — A calda de Giacomo balança um pouco e seus olhos brilham — Algo que nem todo o ouro do mundo ou o mais alto status podem conceder a um homem.
— Até onde está disposto a ir para ter tal prazer?
— Eu entregaria a minha vida — Giacomo diz batendo no peito em orgulho.
— Muito bem — Ele acaricia seu rosto, mostrando uma expressão tranquila e sorridente — Muito bem. Pule.
— Pois que assim seja — Victor abre os braços e se joga direto ao abismo.
— Vocês são loucos — Lucca diz confusa com a situação.
— Não minha cara, o mundo é louco, isso é a glória.
  Um brilho púrpura emerge do poço, iluminando o lugar.
— Parece que a alma foi aceita — Ele olha para Mordecai — Agora só precisamos do porta voz.
  O corpo começa a ser inspecionado pelo Urso Polar, que estava à procura de sinais vitais. Conforme cada parte vai sendo analisada fica claro que Mordecai estava sofrendo de uma hemorragia severa e até ali tinha dado tudo de si para se manter de pé. O coração foi completamente partido, o cérebro só restava um líquido viscoso e todas as artérias se desvencilharam e explodiram devido às pressões e ao gás interior.
— Com isso e aqueles, nossa tarefa está concluída — Um guaxinim chamado Elenor chega com as mãos juntas atrás das costas — Agora só resta esperar as outras ordens.
  De repente uma luz forte brilha e começa a perpassar todo o corpo de Mordecai, revelando um camaleão carbonizado e completamente morto. A visão começa a se distanciar rapidamente para o salão do castelo e sentado ao trono no lugar do rei aparecendo sob a luz do sol ao tirar a máscara de lobo, Mordecai aparece por completo. Todos os soldados olham irradiando fúria mas quando todos vem correndo em sua direção ele aponta suas patas.
— Parem — Mordecai diz se levantando e erguendo a cabeça, estufando o peito e abrindo o corpo.
  Todos os soldados são compelidos por uma força desconhecida, e começam a enxergar o olhar vermelho de Mordecai tremendo, se esforçando a movimentar um único músculo sem conseguir. O glossário é aberto e colado na torre e as janelas se abrem simultaneamente. A caverna da Ucrânia, os arquivos destruídos, o abrigo e todos os símbolos remetendo ao sol começam a brilhar, e no céu um símbolo solar é firmado atingindo com força o símbolo do salão da outra casa rebatendo na parede a destruindo, revelando um local rodeado de espelhos. Um clarão invade o subterrâneo carregando o núcleo fazendo a terra toda ter um apagão e receber uma descarga descomunal com o feixe concentrado atingindo o gato imediatamente.
  Mordecai começa a rir euforicamente com os olhos vermelhos e de braços cruzados depois se abrindo por completo e sacando a Excalibur do local.
— Morram — Mordecai olha para os soldados que explodem todos.
— Você atuou bem — Manske aparece ao lado do trono encostado na parede.
— Eu diria o mesmo quanto a você — Um sorriso se forma — Agora que o tempo não me prende, sei de tudo que preciso saber.
  Robert vê a oportunidade perfeita. Ele pega um pequeno pedaço de madeira do chão, e o usa como uma arma improvisada. Ele corre em direção aos soldados, e com um movimento rápido, acerta um deles na cabeça. Eleanor saca uma metralhadora e começa a atirar em direção a Robert e todos os prisioneiros.
  O cão se protege do ataque da metralhadora, usando o corpo do camaleão como escudo. Ele percebe que Eleanor é rápido e precisa tomar cuidado para não ser atingido.
— Esses são todos civis! Você não pode fazer isso!
Eleanor continua atirando, mas Robert continua se defendendo com o que tem. Ele consegue se esquivar dos tiros, mas a situação está ficando cada vez mais perigosa. Lucca está em perigo, e ele não sabe como ajudar.
  Robert tenta pensar em algo. Ele vê que Eleanor não está apenas atirando em direção a ele, mas também em direção aos civis. Ele tenta desesperadamente pensar em alguma maneira de pará-lo, mas nada vem à mente.
— Droga...eu preciso pensar rápido!
— Victor! — Lucca pula na sua direção, morde suas amarras, o soltando.
— Lucca! — ele lança o colete na frente dela, conseguindo impedir as balas.
  Manske, voando sob a lança, joga Mordecai a toda velocidade que pega impulso também empurrando Mattyas para a sala de realidade aumentada. As portas se fecham e a IA gera uma simulação de um mundo de xadrez. Mordecai entra em guarda e senta-se numa poltrona que cria com seus pensamentos tomando chá.
— Neste lugar... — Mordecai encara Mattyas — Tudo o que nós pensamos se torna realidade.
— Essa violência é um incômodo — Ele se arruma enquanto se levanta — Façamos um acordo — Abaixo deles peças surgem como acentos, os deixando posicionados como reis — Me vença neste game e eu prometo não lhe matar
— Aceito — Mordecai olha para Mattyas sorrindo apoiando uma das pernas enquanto senta — Saiba apenas que não pegarei leve.
  Atingido pelo raio, o gato cai enquanto o elevado para. Em meio a risos sádicos ele se levanta enquanto rasga sua camisa, revelando o símbolo de suas costas se derretendo. Ele expele um gás com sua boca, fazendo todos ficarem sonolentos.
— Os inferiores devem se pôr em seu lugar — Ele segura o urso, agora estando maior que ele — Não peça por piedade, isso mostraria fraqueza — Ele começa a rasgar o homem lentamente ao meio — Esse cheiro… Medo, raiva, hahaha finalmente depois de anos nesse inseto — Ele se teleporta como fumaça próximo aos campo. Seu tamanho era grande com um poste, para poder observar de perto enquanto assustava sua comida.
— Só corre! — Victor grita.
— Socorrer vocês!? — Manske grita.
— Não, só corre! — Victor grita de novo.
  A lança chega e Manske ajuda os três a subirem. Enquanto isso, Eleanor olha para o gato com medo e começa a metralhar ele enquanto grita.
— Você não pode fazer isso! — Eleanor grita — Você nos pertence!
— Pertenço? — A realidade ao seu redor se distorce, sua voz fica dupla, ele diminui de tamanho se materializando na frente de Eleonor — Diga novamente, eu quero escutar — O ambiente ao redor deles parecia falhar como estática.
— Deus do céu! — Eleanor taca uma rosquinha após acabar suas balas — Fique com isto e não se fala mais nisso.
— Claro — Ele toca a cabeça de Eleanor com seu dedo indicador — Irei aceitar sua rosquinha — Em segundos seu corpo se contorce, virando uma rosquinha de carne viva enquanto sente uma dor indescritível — Adoro oferendas — Ele a come.
  Os ursos começam a disparar com sua espingarda em direção ao gato gritando de medo após seu líder de pelotão ser comido.
— Ahh, que sinfonia maravilhosa — Ele começa a mover suas mãos como um maestro. Vozes surgem no ambiente, como se saíssem do chão. Elas cantavam como uma ópera de dor.
— Ei grandalhão! — Victor olha para Manske — O'Que caralhos está acontecendo e por que eu deveria acreditar em quem matou meu único amigo?
— Não se envolva em assuntos que não te dizem respeito — Manske continua desviando dos destroços surfando — Você não entenderia a mente daqueles dois lá embaixo.
— O Lyrilvy, onde ele está!? — Lucca segura a cauda de Manske — Se era tudo armação então quer dizer que ele também está aqui não é!?
— Provavelmente naquela criatura — Manske diz — Mordecai poderia ter libertado ele com aquilo, o problema é que morreria — Manske mostra o arquivo.
— Mas o que… — Lucca pega o arquivo,
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— Pois muito bem, vamos começar — Mattyyas se veste como um rei — Peão em d4.
— Me pergunto o'que fez você se vender assim — Mordecai faz uma anotação no papel — Cavalo para f6.
— Me vender? Quanta tolice vinda de alguém que faz tudo isso — Ele move sua mão, como se mandasse um soldado — Peão c4
— Peão g6 — Mordecai olha para o grande peão se movimentando — Será que sabe lidar bem com fianqueto?
— In-
— Tudo que fiz até hoje foi por minha escolha — Mordecai junta os dedos em reza sob o peito — Você só pôde desfrutar da liberdade um tempo depois pelo que vejo.
Peão h4 — As peças de Mattyyas sofrem clits por um segundo — Há, suas escolhas? Você é fruto da guerra, seus olhos não mentem. Você se guiou através de seus traumas, não me fale de liberdade sendo escravo de seu passado.
  Os olhos de Mordecai se iluminam de excitação ao observar o lance. Um típico que levaria a uma batalha árdua digna de perfeição do gato dos gatos.
— Bispo em g7 — Mordecai balança um pouco a cauda — De fato meus traumas guiaram muito de quem sou.
— A diferença entre nós dois — Mordecai o olha sorrindo de canto de boca — É que minha autenticidade e capacidade de esquecer o passado me tornaram o homem que sou hoje.
— Esquecer o passado é? — O cenário ao redor se transforma em uma sala branca, uma criança gato se contorcia enquanto era eletrocutada. “2086, 2092…” ela dizia uma série de números. As luzes rodam ao redor do enorme tabuleiro — Cavalo c3 — Ele sorri.
— Peão d6 — Mordecai bebe um gole de chá — Aaa... delicioso não acha? Você sabe que todas essas mortes são injustificáveis — Mordecai abre os braços olhando o gato — Aqueles ao nosso redor não devem sofrer por nossas dores. Bichano... — Um flash aparece em Mordecai o fazendo lembrar do líder de pelotão Esposito.
— Puff, como sempre vocês culpam suas vítimas por suas respostas mas não os agressores — Ele cruza as pernas, retomando sua postura. O cenário se torna vazio novamente — Peão e4. A índia do rei, fabulosa não é? — Ele apoia sua cabeça em sua mão direita.
— Cavalo c6 — Mordecai fica atento ao redor — Uma índia do rei interessante. Pelo contrário — Mordecai observa Mattyyas curioso — O perdoou pela sua reação, é parte da natureza animal. Se o problema são os agressores… — Mordecai olha seriamente dessa vez — Por que não os matou quando colocaram o demônio no meu melhor amigo?
— Está querendo me atrair? Pois muito bem, vamos ver até essa arrogância vai. — Ele pensou — Peão d5 — Ele se recostou na cadeira — Fala do que curou sua doença? Me desculpe por dar uma vida a ele — Ele zomba.
— A vida não examinada não vale a pena ser vivida pelo homem — Mordecai observa o lance do gato entusiasmado — Cavalo em e5. Numa hora dessas — Mordecai olha para o teto — Uma criança foi morta em prol dessa vida sem memórias.
— Suas ações causaram essa morte — Ele gesticula — Assim como esse cavalo, ele estava controlado. Bispo e2.
— Peão h5 — Mordecai faz o lance — Nem tudo pode avançar para sempre.
— Bispo f4. Diz aquele que teme avançar.
— Roque na ala do rei — Mordecai olha Mattyyas — Como essa torre nós devemos proteger aqueles que são especiais para nós, nossa família. Não enxerga isso? — Mordecai observa o movimento de troca — Está disposto a entregar um mundo lindo como esse para as mãos de um tirano?
— Cavalo f3 — Ele olha para Mordecai — Esse mundo será belo quando aquele que dorme for enfim despertado para nos governar. Mesmo aquele mais puro de nós usou uma coroa de espinhos, esse mundo… está morto.
— Cavalo por f3 — Mordecai ouve com atenção Mattyyas — Sua vinda foi para provar que a salvação era possível, ainda que pelo pecado. As pessoas são um fenômeno belo de autonomia — A captura é feita enquanto Mordecai fala — Existem pessoas dos mais diversos tipos e para cada ação existe um motivo. A complexidade desse mundo está além da nossa compreensão — Mordecai abre as patas apoiando na parte fofa da poltrona — Nós devemos aceitar até a pior das pessoas por quem elas são. O castigo. seja qual for a fé do indivíduo — Mordecai levanta as orelhas e também levanta levemente as sobrancelhas — Só virá após a morte. Sonhar, talvez dormir… — Mordecai olha cansado — Dormir... é aí que está todo o problema.
— Peão f3 — Ele sorri orgulhoso enquanto observa o cavalo ser capturado — Eu entendo. Esse é o problema. Vou entender o tempo todo, o dia todo e a noite toda. Grandes espíritos sempre terão oposição de almas medíocres. São esses os convencidos e dominantes, tais como aquele príncipe ridículo.
— Tentar romper o centro foi uma boa decisão, mas temo que suas decisões estejam acabando. Dama d2.
  Naquele momento, Mordecai notou de imediato que ao dobrar os peões existiria uma ideia de ataque futuro ao rei na coluna g. 'quando atacam na ala, romper ao centro'
— Peão se movimenta para c6 — Mordecai observa Mattyyas e nota certa propulsão em pensamentos excessivos — Por mais que o príncipe tivesse um caráter falho lembre-se. Quando aqueles que não tecem sua reputação — Mordecai observa diversas possibilidades chegando em sua mente — Criticam os que a possuem o mais fraco e o mais forte são substituídos pelo bom e pelo mau. O Deus da complexidade — Mordecai faz uma xícara de café e açúcar surgir e coloca dentro — Definitivamente não seria superficial como o próprio nome diz. Uma forma de vingança é queimar os esforçados ou poderosos — Mordecai monta um cubo mágico enquanto observa MattyYas — E dar aos de boa índole um lugar favorável. O verdadeiro homem de fé — O cubo é montado por Mordecai — Entende que nossa natureza é animalesca devido a nossa evolução e nossos antepassados. Aquele que causa dor teve multifatores arraigados na primeira infância — Ele toma um gole — Cada ação tem uma punição, a questão é, até que ponto podemos confiar em nós mesmos para disparar a flecha e submeter todos a nosso caminho? A partir do momento em que criamos uma verdade imutável — Mordecai lança um olhar sereno — Inevitavelmente estaremos abdicando da nossa humildade e assumindo uma superioridade sob as demais, pois respeito não é sinônimo de igualdade de ideias em muitas situações. Veja só a ciência, por exemplo — Mordecai faz inúmeros materiais históricos surgirem — Apesar da ajuda isso é mero artifício para mascarar nossa irracionalidade. Eu, você e todos os animais — Mordecai olha vazio para o teto — Somos inevitavelmente mais emocionais e nosso pensamento funciona como uma busca pelo prazer e fuga do desprazer. Como digo não julgo esse modo de pensar — Mordecai seca com um pano uma lágrima que caí — Apenas acho cruel desmerecer todo tipo de coisa bela que esse mundo pode proporcionar.
— Dama d2 — Ele parece desistir de debater, criando uma pequena imagem de Priscila — Você parece confiante sobre essa beleza de mundo, mas nem mesmo pode dar um final belo para essa garota — Ele a joga abaixo da dama, que fazia o movimento — Esse gato a quem você tenta ajudar, será sua ruína, assim como ele foi para essa garota.
— Peão por d5 — Mordecai observa a figura de Priscila — Isso, como outros aspectos da vida, não estavam sob meu controle. Assim como minha organização teve seus momentos de glória... — Mordecai se espreguiça — E foi uma das poucas que nunca esteve sob o seu domínio.
— Peão d5.
— Rei h7.
  Ambos seguiram jogando, Mattyyas havia desistido de debater e se manteve focado no jogo.
  Peão a4. Cavalo d7. Peão a5. Peão f5. Torre a3. Cavalo e5. Bispo e3. Peão f4. Bispo f4. Bispo d7. Cavalo d1. Torre f4. Dama f4. Bispo h6. Dama g3. Dama f8. Cavalo d3. Bispo 4. Dama g2.

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