Capítulo 21

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Enquanto eu me aproximava, Lena me olhou de uma forma que fez meu corpo inteiro arrepiar. A cada passo em direção a ela eu me sentia mais nervosa e esquecia até como respirar.

-Oi. -disse um pouco sem jeito porque o homem ao lado dela também me encarava.

Provavelmente ela percebeu meu desconforto e olhou pra ele logo em seguida.

-Já tô saindo, irmãzinha. Vou circular por aí. -ele disse descendo do banco e pegando a primeira taça de champanhe que viu.

-Eu não sabia que ele é seu irmão. -falei vendo-o se afastar.

-Normal, em todo lugar que estamos juntos as pessoas sempre acham que ele é meu marido ou meu pai. Já tô acostumada. -ela disse num tom descontraído que me fez rir e perceber que todo aquele nervosismo era desnecessário. -Aceita?! -ela continuou me oferecendo champanhe e eu agradeci segurando a taça de suas mãos.

Nossos dedos se tocaram rapidamente e ela sorriu me dando um de seus olhares que parece me desvendar inteira.

-Você tá bem? -ela questionou. -Parece que quer me dizer alguma coisa.

-N-não. É q-que... enfim, eu te vi na CatCo hoje mais cedo.

-Ah, ok. Gostaria de ter te visto também. Mas... você quer mesmo falar de trabalho agora?

-Pra ser bem sincera com você. Eu não sei. Do que você quer falar? -perguntei.

-Não tenho muita certeza se quero conversar agora... aqui. Vamos dançar? O que você acha? -ela pediu desviando do assunto principal e eu não parava de pensar na conversa que tive com a minha irmã sobre a Lena perceber o quão ruim seria aquela nossa distância. De qualquer forma, estávamos em uma festa, então nossos problemas poderiam ser discutidos depois.

Olhei a pista de dança rapidamente e eu diria que metade das pessoas já estavam sem várias peças de roupas. Aquela festa era uma total incógnita pra mim.

Apesar de pouco tempo de amizade, Lena já me conhecia muito bem, ela riu quando me viu encarar aquelas pessoas e me chamou para acompanhá-la até um daqueles "espaços VIP's".

Ela fechou a porta assim que passamos e colocou seu crachá na fechadura da própria porta, ficando visível o número "1".

-Tem que deixar assim pra ninguém de fora conseguir abrir. -ela explicou me vendo olhar o cartão, mas minha dúvida era outra.

-Você foi a primeira a chegar aqui? -questionei.

-Eu precisei resolver umas coisas pra Andrea. Ela pediu minha ajuda e eu não quis recusar. 

-Entendi. E cadê ela? -perguntei lembrando que a dona da festa ainda não tinha dado as caras.

-Resolvendo algum problema na roupa. -Lena respondeu. -Você deve saber como ela é perfeccionista.

-É, sei sim. -confirmei.

-Enfim, te chamei aqui pra dançar. Pelo menos hoje eu não queria falar de problemas. Eu só queria me divertir um pouco.

-Tudo bem. Então vamos dançar. -falei lhe estendendo a mão e ela segurou.

Apesar da porta fechada, o som era bem distribuído para todos os ambientes. E tenho que ressaltar que sempre na medida certa, o lugar mais alto era no centro na pista de dança, mas de qualquer outro lugar dava pra conversar tranquilamente e ainda ouvir a música.

Eu não conhecia o que estava tocando, mas pouco me importava, Lena circulou seus braços no meu pescoço e o ritmo lento nos embalou numa dança onde nossos corpos ficavam cada vez mais colados.

Unexpected LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora