CAPÍTULO 8

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DEMETRIA DULCIMER

Acordo com a minha respiração totalmente ofegante.

Olho para o pequeno relógio em cima da minha escrivaninha, 7:37 da manhã, consegui dormir apenas por duas horas.

Odeio esses pesadelos.
Odeio não ter certeza se realmente é a Realeza de Caligo que está me fazendo ter todos esses pesadelos com minha magia e minha família.

Talvez seja a Mithygan.

Rainha Mithygan Chant, eu sempre odiarei esse nome, essa mulher fez um inferno na vida de minha mãe e está começando a fazer um inferno na minha também.
Se ao menos eu soubesse lidar com minha magia como mamãe. Ela sabia usar todos as suas habilidades. Queria que ela estivesse aqui para me ensinar a usar as minhas também.
Por mais que ter puxado a mesma linhagem de minha mãe não seja um peso para mim, continua sendo complicado.

Volto a pensar no pesadelo que eu tive.

Ele foi estranho, como todos os outros, mas mesmo assim esse foi um pouco diferente dos que tive nos últimos meses.
Havia serpentes.
Serpentes diferentes, eu não sei dizer.
E me lembro de ter visto livros, mas não lembro como eram.
Tinha flores também, uma flor em específico.
Eu sei o nome dela, mas não consigo me recordar.
Mamãe também estava na pesadelo.
Ela parecia querer falar comigo, mas sua voz não saia, como se estivesse tão desesperada que não conseguisse falar, lembro também que ela apontava para as flores e as serpentes.

O que isso significa?

Mamãe adorava serpentes, tanto que deu um livro para mim e Lili sobre o significado de todas as serpentes do mundo.
Papai amava flores, ele também nos deu um livro sobre os significados de cada flor.

Tento novamente me lembrar do nomes das flores que apareceram no pesadelo.

Criante?

Crisânte?

Não.

Crisântemo.

Isso, eram crisântemos.

Acho que papai já falou sobre os crisântemos para mim e para Lili, mas não me lembro se significam alguma coisa.

Penso na possibilidade de papai e mamãe estarem tentando me avisar algo.

Talvez faça sentido, ou talvez eu esteja começando a enlouquecer.

Tiro essa ideia louca de minha cabeça.

Papai e mamãe estão desaparecidos, provavelmente mortos, não é possível que estejam tentando me avisar sobre algo, isso é tudo coisa da minha cabeça.

Esse pesadelo só foi uma coincidência.

Um coincidência grande demais.

[...]

Passo o colete marrom por entre meus braços e o ajeito por cima da grande túnica branca que estou vestindo por cima de uma calça beje, começo a abotoar os pequenos botões na parte da frente do corselete.

Após terminar de abotoar o colete rapidamente pego minhas botas marrons e as calço.

Começo a ajeitar os fios de meu cabelo em uma trança e logo depois passo meu perfume e meu desodorante.

Ouço uma batida em minha porta.

— Quem é? — Pergunto, enquanto tento refazer minha trança às pressas.

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