à flor da pele [FRERARD]

Capítulo 4

Chegou o dia em que Frank apareceu exatamente no momento que Gerard estava na cafeteria. O dia em que, quando olhou para a porta que abria, Gerard o viu entrando. Ele mal podia acreditar.

Os olhares se cruzaram logo e Frank também não acreditou no que via. Antes de fazer qualquer pedido, foi em direção à mesa que Gerard se sentava, as mãos nervosas. 

"Eu tenho pensado bastante em você. Que coincidência te encontrar aqui", Frank diz.

"Não é coincidência. Tenho pensado bastante em você também", responde Gerard, fechando o computador e o guardando na bolsa.

Gerard se levanta. De frente para Frank, pode vê-lo por outro ângulo. Observa seu rosto, entende como suas sobrancelhas coroam seu olhar melancólico, mas é nos lábios que o olhar repousa. É natural a maneira como Frank umedece os lábios com a ponta da língua.

Parece que Frank sabe mais que Gerard o que fazer, porque ele coloca a mão sobre um dos braços dele e olha por cima dos ombros. Quando olha para a mesma direção, ele entende exatamente o que Frank quer dizer.

A breve caminhada até o banheiro é uma tortura. Frank vai na frente. Depois de alguns minutos, Gerard se junta.

Assim que entra, Gerard é recebido com a mão de Frank o empurrando contra a porta, sua outra mão empurrando-a ao lado da cabeça de Gerard. Buscando a maçaneta, Gerard gira o trinco, certificando-se que ninguém entrará por lá.

Olhando para os lábios de Gerard, Frank umedece de novo a boca e agora Gerard tem certeza do que vai acontecer. "Você não imagina quanto eu literalmente sonhei com isso", diz Frank, avançando sobre a boca de Gerard.

O primeiro contato é um choque. É necessitado, é ávido. Gerard segura as abas da jaqueta de Frank e o puxa contra si, enquanto recebe a língua de Frank em sua própria boca. Palavras não dizem nada agora, as mãos podem fazer o trabalho de explorar e dizer mostrar o tesão.

Faz tempo que Gerard não beija alguém assim. Faz tempo que ele não sente que pode explodir de prazer com um simples toque. Mas é intenso demais. Se antes ele tinha qualquer dúvida sobre os sinais dúbios de Frank, eles agora estavam mais do que claros. E era tudo recíproco.

Frank quebra o beijo para deixar um rastro de beijos pelo pescoço de Gerard, encaixando uma de suas pernas entre as de Gerard. Tudo é recíproco. O calor, o desejo e também a dureza entre as pernas.

O italiano quer mais daquele encontro, claramente, mas Gerard ainda não está preparado. Quando Frank faz menção de se abaixar para dar um passo adiante naquele momento, Gerard o segura pelos ombros, dizendo um sonoro "não".

"Espera. Não, calma", exasperado, Frank concorda e limpa a boca com as costas da mão, respirando fundo.

Um encontro inesperado em uma cafeteria com um estranho não é algo que Gerard possa se dar o luxo. Racionalizando, pode até ouvir a voz da agente na cabeça falando de um jeito escrachado "cuidado onde você mete sua pica, Gerard! Agora você é um cara famoso."

"Eu quero te ver de novo", diz Frank. "Aqui, me dá seu número", ele entrega o celular para Gerard. Os dedos de Gerard têm pressa para digitar o número no telefone.

"Mas...", Gerard não pode terminar a frase porque, sem conseguir se segurar, Frank torna a beijá-lo. O beijo é necessitado ainda, mas também é delicado. Frank segura o rosto de Gerard com cuidado, a língua enrolando a do outro homem com calma, sentindo toda a textura e sabor.

Gerard sente que pode se desmanchar em mil pedaços, pode se desfazer, derreter pelo chão do banheiro, escorrer pelo ralo e ele não quer que ninguém o junte. Ainda segurando o celular de Frank em uma das mãos, ele sente até seus dedos moles. Ele não quer que o contato entre eles acabe, ele quer beijar Frank sem se preocupar com amanhã ou depois, ele quer mais.