à flor da pele [FRERARD]

Capítulo 6

N/A: Este capítulo tem smut. Ele acontece no trecho sinalizado entre * (asteriscos).

A voz de Ray ecoa na cabeça de Gerard com mais clareza depois que ele cancelou a noite de Dungeons and Dragons sem nenhuma desculpa plausível, apenas com um "tenho umas coisas para fazer".

Gerard segurou até o último momento para cancelar com o melhor amigo porque tinha medo de não conseguir responder com credibilidade às perguntas que surgiriam. Agora, a voz da consciência dizia com todas as letras, as palavras: "Gerard, você é maluco. E se o cara for um criminoso? E se quiser te matar?"

A voz de Sandra fazia coro à de Ray: "você precisa tomar cuidado, Gerard. Você não é mais o mesmo cara." "Tem que pensar em Ban", diria Ray. Só queria calar as vozes na sua cabeça.

Ainda bem que Frank chega no exato segundo em que Gerard está quase cancelando tudo, a ansiedade fazendo com que ele roa suas unhas das mãos até muito perto de sangrar. O ator ajeita sua camiseta preta no corpo e também o cabelo que parece comprido demais, pensando bem.

"Trouxe muita boa vontade, um vinho e eu mesmo. É o suficiente?", pergunta Frank com um sorriso muito mais aberto que o que Gerard viu permear seus lábios pela primeira vez. Um dos braços erguidos mostra um vinho.

Gerard olha para Frank. É como se um sonho estivesse sendo realizado. Talvez não um sonho efetivamente, mas tantas, tantas cenas imaginadas. Ele dá um passo para trás, deixando espaço para Frank entrar.

É a primeira vez que se encontram pessoalmente depois de tanto falar por mensagem e depois do beijo. Gerard nota que Frank também está um pouco... Tímido? Logo ele, que pareceu tão seguro do que dizia. Gerard, tão experiente em ser tanta gente, às vezes tem mesmo essa dificuldade em ser ele mesmo.

Ele fecha a porta atrás de si, aliviado em confirmar que Frank é ele mesmo, é o cara com quem ele se pegou na cafeteria, o cara da carteira e que ele não tem nenhuma questão com que Gerard precise se preocupar.

"Mais do que suficiente", Gerard o alcança. Frank dá alguns passos e olha para cima. É verdade, as vezes o pé direito do hall e sua decoração tão sui generis confunde ou encanta as pessoas.

A mão de Gerard repousa no meio das costas de Frank, que se vira surpreso para o lado. Dessa vez, Gerard está mais apressado que Frank então sequer dá tempo para o homem assimilar seus passos, mas ele precisa beijá-lo uma primeira vez. Tem a esperança que vai fazer muito aquilo durante aquela noite. Mais aquilo do que dormir, pelo menos.

"Vem, me segue", diz Gerard. Ele quer saborear aquela noite. Com todo tempo do mundo em suas mãos e no lugar favorito do mundo, ele quer dominar aquela narrativa. Ele quer ouvir mais sobre Frank, saber tudo o que puder. Ele quer conhecê-lo por debaixo das roupas, mas também quem ele é realmente, da pele para dentro.

Frank vai seguindo Gerard pela casa, até que o ator os deixa na sala jantar. "Acho que podemos comer a comida no sofá, se você não se incomodar", ele diz. Gerard é assim, sem cerimônias e rodeios. Aquilo parece surpreender Frank.

"Por mim, está ótimo", diz. Há uma dança entre os dois corpos em arrumar as coisas: Frank pergunta onde está o saca rolhas, as taças. Tudo para que eles consigam se encontrar, depois de algum tempo, na sala de TV. Há uma tela que ocupa a parede inteira, um sofá extremamente confortável. Na mesa de centro, Gerard deixa os pratos, os hashis e as caixas de comida chinesa.

"Desculpa, eu fiquei pensando no menu e... Cheguei à conclusão que seria mais prudente não servir comida italiana para um italiano, então optei por chinesa. Espero que você goste."

"Eu adoro comida chinesa. Minha surpresa é só pelo delivery! Não sabia que pessoas famosas comiam delivery como nós, meros mortais", Gerard ri com o comentário de Frank.