tá me evitando?

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Fiquei trancada no banheiro por um bom tempo, sem saber como reagir ou o que dizer a ele. E se isso acontecer de novo? Gian já me ligou mais de cinco vezes, mas eu não tenho coragem de atender.

— Vivi, o que aconteceu? Você sumiu! Todo mundo ficou preocupado. — Quando olhei para o lado, vi Vitória parada na porta, ainda recuperando o fôlego.

— Desculpa, amiga, é que eu e o Gian quase nos beijamos, e agora eu não consigo olhar nos olhos dele. — Falei tão rápido que achei que Vitória mal conseguiu entender.

— Você e o Gian *o quê*? — Vitória perguntou, se aproximando com uma expressão surpresa.

Hesitei por um momento, mas acabei confessando:

— A gente quase se beijou, Vitória. — Disse, sentindo a vergonha subir ao rosto.

De repente, Vitória começou a rir, claramente surpresa.

— Sério isso, Vitória? Eu estou aqui sem saber o que fazer, sem ideia de como encará-lo, e você simplesmente ri da minha cara? — falei, tentando esconder o desespero na voz.

— Desculpa, amiga, mas você gosta dele? — ela perguntou, ainda com um sorriso no rosto.

— Eu? Não, ele é que se empolga demais.

— Vivi, você é boba. O Gian é o garoto mais bonito da nossa escola e está claramente afim de você. Por que você não quer enxergar que sente algo por ele também?

— Como assim? — perguntei, levantando as sobrancelhas, tentando entender o que ela queria dizer.

— Que talvez você só precise perceber o que está bem diante dos seus olhos.

— Vamos pra festa? Eu não quero pensar nisso agora. — Eu disse, mudando de assunto, querendo fugir da conversa.

— Tá, tudo bem, mas pensa no que eu te disse. — Vitória concordou, mas seu olhar mostrava uma leve tristeza por eu não ter dado atenção ao que ela falou.

Quando voltamos para a festa, tentei animar Vitória, puxando-a para dançar. Por sorte, consegui arrancar um sorriso dela.

— E se a gente beber um pouco? Hein? Daqui uns meses eu já faço 18 anos, então... não tem problema. — Perguntei, ainda dançando e tentando desviar minha mente de tudo.

— Melhor não, como vamos voltar pra casa com as duas bêbadas? — Vitória respondeu com sensatez.

— Ai, deixa de ser boba, é só um pouquinho, não faz mal. Anda. — Falei, puxando o braço dela com um sorriso travesso.

— Não, se quiser, você pode ir, mas eu vou ficar aqui! — Vitória manteve-se firme, com uma expressão resoluta.

— Ai, chata, você tem que parar de ser sempre tão certinha, Vitória.

Ela não pareceu se importar e apenas me observou enquanto eu pedia uma bebida.

Eu me aproximei, ficando lado a lado com ela.

— Vai querer um pouco, não? — perguntei, balançando a garrafa na frente dos olhos dela.

— Não, fica à vontade. — Vitória respondeu, tranquila.

Ficamos em silêncio por um momento, observando as pessoas ao nosso redor se divertirem. Minha mente estava uma bagunça, cheia de pensamentos sobre Gian e o que tinha acontecido entre nós. Dei um gole na bebida, tentando afastar a confusão.

— Sabe, Vitória, às vezes eu queria ser mais como você. — Admiti, sem encará-la. — Parece que você sempre sabe o que fazer, sempre faz as escolhas certas.

ALÉM DA FAMA - VIGIANOnde histórias criam vida. Descubra agora