Kazuki
Chegamos em casa, Miri foi ao seu quarto, eu e Rei estamos na sala nos observando em silêncio.
--E aí? Podemos ficar a sós agora, não podemos? --Ele diz quebrando o silêncio e se aproximando de mim com um sorriso pequeno.
--Claro que podemos. --Sorrio para ele de volta.
--Certo, vamos no meu quarto, lá ao menos tem uma televisão.
--Você sabe que eu não tenho uma por me sentir observado.
--Se sentir isso, pense que sou eu te observando. --Rei começa a me olhar nos olhos.
--Acho que isso é uma boa ideia. --Olho para sua boca, mas logo desvio o olhar para seus olhos de novo. -- Vamos? --Pergunto enquanto caminho até o seu quarto.
--Vamos. --Afirma indo atrás de mim.
Entramos no seu quarto, começo a observar, e pelo incrível que pareça é bem limpo e organizado, ele tem uma cama bem grande, quadros de jogos e filmes, uma boa televisão, algumas histórias em quadrinhos em prateleiras, uns bonequinhos de personagens, nem sei quando ele comprou todas essas coisas coisas.
--Está olhando algo específico, Kazuki? --Sinto os olhares dele em mim.
--Não exatamente... --Digo sem encara-lo, ainda estou analisando o quarto. -- Eu já entrei aqui alguma vez?
--Não, eu nunca deixei, afinal. --Ouço seus passos se aproximando.
--Rei?
--Oi, oi. --Sinto alguém me abraçar por trás pela cintura me deixando colado em si, e depois apoia a cabeça no meu ombro.
--Rei. --Digo, acho que estou tendo um... Como é que a Miri chama? Gay panic?
--Estou te incomodando? Se quiser, eu me afasto. --Sinto seus braços se afrochando da minha cintura e eu seguro suas mãos para ele ficar ali.
--Não está, fica tranquilo.
--O que houve então?
--Rei.
--Pelo amor de Deus, diabo, o quê que foi? --Diz se estressando, o que me faz rir.
--A gente vai assistir que filme? --Pergunto por não lembrar o que ia falar.
--Bom, o que você prefere, ação, romance, comédia...
--Comédia! --Respondo, o interrompendo.
--Sua cara. --Solta minha cintura e se senta na cama para retirar os sapatos.
--Por que é minha cara? --Pergunto fingindo estar ofendido e o vejo sorrir.
--Sério isso? --Me olha arqueando uma sobrancelha.
--Sim!
--Se você não sabe, eu que não vou lhe fazer descobrir. --Aumenta um pouco o sorriso.
--Besta. --O xingo de brincadeira e começo a tirar meus sapatos também e os deixo no cantinho da parede.
Quando me viro, Rei já está deitado na cama ligando a televisão, me deito do lado dele, me sinto nervoso, e eu nunca me senti nervoso do lado dele, isso é estranho.
--Kazuki? --Ele me chama, está de lado apoiado pelo cotovelo.
--Oi?
--Está tudo bem? --Pergunta parecendo meio preocupado.
--Claro! Por que não estaria tudo bem? --Digo tão apressado que acho que não demonstrei o que queria.
--Você normalmente desconhece o termo "espaço pessoal" e você está na ponta da cama, longe de mim e tão quieto e de um jeito como se tivesse medo de algo, se estiver incomodado em ficar na mesma cama que eu, a gente fica na sala jogando um jogo ou coisa assim.
Nem notei que estava longe assim dele, me aproximo um pouco mais, mas fico sentado do seu lado, não sei bem o motivo, mas estou um pouco nervoso, e nós não tínhamos falado que íamos nos beijar de verdade? Vai ser quando? Durante o filme? Depois? Isso vai de fato acontecer? E ele me ama também ou só eu o amo? Afinal, ele não respondeu o que eu disse com "Eu também te amo, Kazuki".
--Estou bem. --Respondo.
--Tem certeza? Se quiser, deixamos para segunda assim como você disse.
--Não! Não precisa! --Respondo rápido, afinal, já estamos aqui, qual o problema de passarmos um tempinho a sós?
--Sério? --Ele se senta do meu lado e me olha meio preocupado. -- Sabe que não precisa ter medo de me magoar, não sabe? Se estiver desconfortável, vou entender, afinal, você me contou o que sente hoje e já está deitado na mesma cama que eu, mesmo que seja só para ver um filme.
Preferia quando ele agia como uma criança teimosa e não como um adulto responsável, aí eu que pareço uma criança.
--Sério, eu acho que sei lá... Só estou meio nervoso.
--Se ajudar, pensa que estamos vendo um filme em família, talvez te acalme.
--Mas essa é a realidade, eu te considero parte da minha família.
Afinal, quando casamos com alguém, a pessoa vira da nossa família, não? Por mais que não sejamos casados.
Ele me dá um pequeno sorriso e eu tenho uma ideia talvez meio estranha ou doida, não sei. Ou é agora, ou nunca... Beleza, talvez eu esteja exagerando.
--Digo o mesmo, e... --Eu interrompo ele o beijando e tiro a xuxinha do seu cabelo, adoro ele solto.
Rei pousa uma das suas mãos sobre meu pescoço enquanto nos beijamos, me impressiona ele saber beijar, tipo, temos uns trinta anos? Sim, mas esse cara ter beijado algum dia da vida dele me parece ser meio irreal, então que bom que foi só eu que o beijei. Nos beijamos até ficarmos sem ar e termos que nos separar.
--Desculpa. --Digo, afinal, eu interrompi o que ele estava dizendo.
--Pelo quê? Por ter me beijado? Kazuki, se lembra do que falamos? A gente queria ter um beijo de verdade, e foi isso que tivemos, e vamos ter outro. --Rei me beija, dessa vez foi um pouquinho mais rápido. -- Não hesite em ficar perto de mim se você quiser.
--Eu não vou. --Sorrio para ele.
Rei se ajeita na cama ficando deitado e eu deito do lado dele, o vejo colocar para assistirmos "Branquelas", amo esse filme.
Não sei em que momento exatamente, mas eu dormi ali do lado dele, bem juntinhos, parece até um sonho tudo isso.
Obs: Mil desculpas pela demora do capítulo!! Apareceu muitos imprevistos e junto deles um bloqueio criativo, para evitar isso, vou tentar postar o resto dos capítulos uma vez por semana, talvez acabe tendo mais, mas não posso prometer ser dois capítulos por semana, foi isso!
Espero que tenham gostado do capítulo! 🩵
VOCÊ ESTÁ LENDO
Temos de tudo, não? | Kazurei • Rei e Kazuki • Buddy Daddies
Fanfiction~ ❤️Sinopse ~ Kazuki e Rei moram juntos com sua filha Miri, e por algum motivo, razão ou circunstância, não são um casal, porém, não é como se Kazuki não quisesse. •Não creio que será uma fanfic muito longa. •Aviso no fim da fic•