Oito ~ 🖤 ~ Rei

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Rei

    Acordo com o Kazuki agarrado no meu braço, tiro meu braço com cuidado das mãos dele e vou em direção ao banheiro, odeio ficar com aquele bafo horrível de quando acordo, creio que por influência dele, anos atrás eu era um porco, mudei por influência dele e para o bem da nossa filha, não quero ser uma má influência para ela, tanto que é por isso que estou feliz que ela vai fazer artes marciais, existem muitos "Kazuki's adolescentes héteros top" por aí.

    Termino de escovar o dente e noto que ele acordou, está sentado na cama, como se ele se perguntasse se deveria voltar a dormir ou acordar para a vida.

    --Eu te acordei? --Pergunto catando uma escova para pentear meu cabelo.

    --Acho que não, sei lá. --Diz sonolento e se levanta da cama.

    --Escova os dentes antes de fazer o café, viu? --O lembro.

    --Claro, quem você pensa que eu sou? Um nojento sem higiene básica?

    --Acordou de mal humor hoje? --Pergunto sem dar muita importância, as vezes ele acorda assim e só volta ao normal uma ou duas horas depois.

    --É, idiota.

    --Falei algo errado? --Me viro para ele.

    --Você não falou nada, literalmente, nada. --Diz irritado e eu não estou entendendo merda nenhuma.

    --Ei, relaxa, quer conversar?

    --Depois, vou ir escovar os dentes agora. --Entra no banheiro.

    Será que eu fiz algo de errado? Eu não me lembro, as vezes falo algo meio rude sem querer, será que foi isso? Pode ter sido... Eu talvez tenha deixado algo bagunçado, não sei! Meu Deus, ele conseguiu mesmo me deixar confuso!!

    Suspiro, não deve ser nada demais.

    Kazuki sai do banheiro e me olha desconfortável.

    --Ei, eu falei alguma coisa?

    --O problema, é você não ter falado, Rei. --Desvia o olhar de mim e vai para  fora do quarto.

    --Kazuki! Espera! --Sigo ele para fora do quarto. -- O que eu não falei? Me conta que eu digo!

    --Não é assim que funciona, você sabe. --Continua sem me olhar nos olhos.

    --Estavamos bem ontem, o que mudou? Até dormimos abraçados!

    --É que percebi que não faz sentido.

    Me sinto um pouco irritado, o que não faz sentido? Ele havia dito que achava que me amava, mudou de ideia então? Agora tem certeza que não me ama? O tempo que passou comigo foi o suficiente para decidir, é isso?

    --Ah, então é isso? --Bufo irritado.

    --Hã? --Parece confuso.

    --Você simplesmente parou de gostar de mim, certo? Afinal, você sequer disse que amava, você falou que achava.

    --Ah, pelo amor de Deus, Rei!

    --O que foi?

    --Você nunca entende nada, que ódio.

    --Está me chamando de burro, agora?

    --Estou te chamando de lerdo, seu idiota. --Me encara nos olhos, meio irritado.

    --Por que lerdo? Eu não estou te entendendo.

    --Você simplesmente ignorou que eu disse que te amava e começou a rir, acabei pensando muito nisso, sabia? --Diz meio emburrado e desvia o olhar, não evito um sorriso.

    --Então era isso? Você está bravo por pensar que não correspondo seus sentimentos?

    --Tipo isso... --Fala baixo e revira os olhos.

    --Mas eu te amo, Kazuki. --Digo pegando seu rosto, o fazendo olhar para mim de volta.

    --O que?

    --Você acha que eu beijaria quem eu não amasse muito??

    --E por acaso você não sabe falar isso?

    --Kazuki, desculpa por não ter falado isso antes, sério.

    É tão ruim assim eu não ter coragem de expressar meus sentimentos em voz alta? Eu sei lá, tenho medo, talvez? Não sei.

    --E ainda não disse, são três palavras, Rei, "eu" "te" "amo".

    --"Te" não é conjunção?

    --Isso não vem ao caso! --Ele reclama. -- Por favor, qual o problema de falar isso?

    --É como se eu não me imaginasse dizendo isso, por mais que eu sinta.

    --Antes de ter a Miri, você imaginava que íamos adotar uma garota criancinha?  --Kazuki argumenta me deixando sem palavras. -- Exatamente, nem tudo tem que ser imaginado para ser feito.

     --Desculpa mesmo não ter dito, não sabia que era importante.

     --Claro que é! Eu só queria saber se você me amava também, queria ouvir isso, mas quando eu disse, você riu.

     --Kazuki.

     --O quê?

     --Eu ri exatamente por não acreditar no que estava ouvindo, idiota, eu não pensei que você ia se declarar para mim ali, mas se você quer tanto assim ouvir isso... --Suspiro.-- Eu te amo, Kazuki. --Sorrio.

     --E...?

     --"E" o quê? Não me disse que tinha mais!

     --Lerdo. --Ele me puxa pela cintura e me beija, mas um beijo calmo, afinal, estamos na sala da casa, a Miri pode sair a qualquer momento do quarto, quando nos separamos do beijo, ele continua abraçando minha cintura.

     --Em minha defesa, eu não sabia que eu tinha que te beijar. --Sussurro sorrindo.

     --Sempre que tiver vontade, você tem que me beijar. --Me explica sorrindo de canto.

     --Gostei disso. --O beijo de novo.

     --Que bom... --Segura minha cintura um pouco mais forte.

     --Mas agora você tem que ir fazer o café.  --Digo nos separando.

     --Estraga prazeres. --Ele reclama e eu rio

     --Jamais... --Brinco.
    
    Eu o observo ir para a cozinha fazer o café da manhã da nossa pequena família enquanto eu arrumo a mesa, amo essas manhãs.

Temos de tudo, não? | Kazurei • Rei e Kazuki • Buddy Daddies Onde histórias criam vida. Descubra agora