Capítulo 20.

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Beatriz Thompson.

Me sentei na cama, tirando os saltos que machucavam meus pés. Saltos. Tive que aprender a usar saltos desde os 14 anos de idade, logo depois que a família Parker haviam se mudado para a Rússia. Passaram quase quatro anos lá. Estava tão bom antes. Por mais que doesse não tê-lo por perto, me sentia aliviada por conseguir ter uma vida social denovo. Fiz amigos, não muitos, mas pelo menos pude ter conversas com outras pessoas além dele. Se bem que não podiam ser chamadas de conversas. Mais discutimos do que conversávamos. Era ridículo.

Controlada por Sebastian por onde quer que eu andasse, ele sempre tentava se meter na minha vida, interferindo qualquer tipo de interação que eu tivesse com outras pessoas, principalmente com garotos. Eu cogitei que fosse ciúmes, mas não. Ele não teria ciúmes de mim. Não tinha porque ele ter ciúmes de mim. Ele já não havia me trocado pela outra? Já não estava transando com outra?

Ele não tinha, e nem têm ciúmes de mim. Ele só quer se meter na minha vida, porquê ele deve achar  que tem algum controle sobre mim. Sempre me repreendia quando eu saia sozinha, quando ia dar uma volta no parque ou comprar alguma coisa, sozinha, como sempre. O pior é que ele fazia isso na frente dos nossos pais. Dos meus pais. Eles não faziam nada além de encarar a situação, completamente calados. Por que eles nunca faziam nada? Sempre calados como se fossem empregados domésticos recebendo críticas pelo trabalho mal feito? Eles só podiam dever alguma coisa para a família Parker. Essa era a única conclusão.

Alô?? — Chloe passava a mão na frente do meu meu rosto, pra cima e pra baixo, me tirando dos meus pensamentos — Você ao menos o que eu acabei de falar? — ela questiona, pondo os braços na cintura. Apenas a olho, massageando o meu tornozelo.

— Foi mal, meu tornozelo tá doendo. — tento convencê-la.

— Quê que tá pegando, hein? — eleva a sombrancelha — Desde que voltou da ia ao banheiro cê tá assim, toda aérea, não dando bola pra nada à sua volta.

— Não tá pegando nada, Chloe. Eu tô normal. — minto.

— Acha que eu sou idiota? Acha que não vi esse chupão no seu pescoço? Incrívelmente ele não estava aí até você voltar da ida ao banheiro, que Sebastian te seguiu quando você subiu pra "usar o banheiro" — fez aspas falsas com a mão.

O chupão, droga! Será que meus pais viram? Será que os demais viram?

— Eu realmente fui usar o banheiro, viu? — me defendi.

— Tá bom então. Mas agora desembucha, que que rolou? — se sentou na beira da cama — Quer dizer... eu sei o que rolou. Obviamente vocês se pegaram, o negócio é que eu trabalho com detalhes.

— Tá bom, tá bom, eu conto. — bufo, sabia que não teria como escapar dessa conversa. Obviamente esconderia algumas coisas, como o momento que ele me enforcou...

— Eu fui ao banheiro, usar o banheiro, quando Sebastian adentrou o mesmo. Conversamos por alguns estantes e depois nos beijamos, demos uns amassos e ele... Sabe? — sentia vergonha suficiente pra olhá-la nos olhos, mas podia ter certeza que ela tinha um sorriso malicioso nos lábios.

— Ele te masturbou? — quase berrou, pulando da cama.

— FALA BAIXO, SUA CACHORRA! E sim..

— MEU DEUS! NÃO ACREDITO! — começou a pular igual um sapo pelo quarto, mas parou — Espera aí... — me fitou por alguns segundos — Ele não te chupou, chupou? — ela parecia incrédula, eu estava do mesmo jeito. Como ela pôde supor isso? Essa vaca sabe bem das coisas. Não respondi nada, apenas mordi o lábio inferior.

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⏰ Última atualização: Sep 16 ⏰

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De inimigos a amantes - Letty Araujo.Onde histórias criam vida. Descubra agora