BLONDE BOY - NEWTMAS

6

Depois de falar com Thomas me dirigi até a cabana, precisava pensar. Faltava alguns minutos pra dar duas horas da tarde então eu ainda tinha um tempo. Me deitei na rede, e virei o rosto admirando a paisagem. Um vento fresco batia contra os meus cabelos. Me dando uma sensação impagável mediante a ansiedade que já era palpável no momento, ouvi passos se aproximarem de mim e logo me levantei, dando de cara com minho com suas muletas mal feitas

— oi trouxa, como você tá?  — o garoto mais velho disse, Revirei os olhos e respondi

— bem, até agora! — disse num tom de sarcasmo, ele sorriu e falou

— já tá pronto pra entrar no labirinto pela segunda vez? — o outro garoto disse

— pra ser sincero, não. Estou mais ansioso que antes

— é normal, mas tommy vai estar lá para te confortar, se precisar de alguma coisa é só pedir o tal "carinho" que vocês tem — Minho sorria ao pronunciar essas palavras, dei um tapa no ombro dele e falei;

— vai se fuder! Não é carinho, é só sei lá, um momento nosso, e só nosso.

— ata, mas sério. Vocês dois são perfeitos juntos, espero que conquiste logo ele

— para de brincadeira minho, isso é sério e não tem graça — tinha esquecido como minho as vezes usava dos meus sentimentos para zombar de mim, e esse era um desses momentos. Algumas vezes eu sentia que minho não conseguia ficar sério, porque ele sempre estava com um sorriso estúpido no rosto
Deixei ele lá conversando sozinho e tentei sair, mas ele foi mais rápido e ficou de frente pra mim

— eu não estou brincando seu fedelho loiro magricela, é sério! Vocês dois ficam fofos juntos. Você é o único que parece não perceber — ele afirmou com convicção, encarei ele estático e respondi

— pode até ser, mas sabe que ele... não curte, mesmo que eu quisesse ele nunca me olharia assim — essa era uma verdade dura, saber que ele e nenhum outro garoto gostaria de mim só por causa do meu gênero era algo completamente frustrante

— vai se foder newt! — o garoto me bateu forte, e eu olhei pra ele chocado

— porque você me bateu?!

— tô cansando desse seu pessimismo! Ele gosta de você caralho, ele tá na sua onda, e você só fica se vitimizando. Você nem tentou! Só para com isso. Levanta essa sua nuca loira vai pro labirinto, e beija ele de uma vez!!

— é mais... oque?! Beijar? O-oque... eu não vou fazer isso minho, pode esquecer

— se não fizer isso só vai se iludir mais ainda, melhor tentar e não conseguir do que não tentar e ainda não conseguir.
Só vai!

—meu Deus você é insuportável mas vou pensar no seu caso,  Se rolar um clima e isso fizer você calar a boca, talvez, eu beije. mas só isso hein

— tá bom, depois me conta tudo — eu assenti e me afastei, percebendo que já era dada a hora exata do meu encontro.
Comecei a caminhar em direção ao portão, e de longe já vi Thomas, que acenava pra mim alegremente. Sorri e acenei de volta, apressando os passos para falar com ele de uma vez.

— demorei? — perguntei respirando ofegante pela caminhada; ele sorriu e falou

— não, você chegou na hora certa. Está pronto? — assenti devagar e ele passou o braço em volta de mim e se virou para a frente do portão. Apontou para a entrada e falou rapidamente — olhe, é a sua quase primeira vez, então não saia de perto de mim. Vamos explorar locais perigosos, então tome cuidado

— eu vou tomar cuidado, não precisa se preocupar — ele assentiu com um leve sorriso e me soltou, começamos a correr ambos juntos e adentramos o labirinto, estava tão assustado que sentia meus poucos pelos se arrepiarem, mas tentei focar. Thomas me conduziu por um caminho alternativo, onde eu não tinha ido. Havia mais vinhas do que o normal lá, eu olhava para todos os cantos possíveis. E tentava decorar a maior parte do percurso. Continuamos correndo, — vem new por aqui — disse o moreno, parando exatamente num ponto um pouco extenso. De longe ouvia alguns ruídos perturbadores
— t‐tommy... acho que não é seguro aqui... — ouvia os ruídos aumentarem e se tornarem grandes grunhidos altos.
Thomas deu um tapinha no meu ombro sinalizando para que corressemos.
Começamos a correr sem olhar para trás, e aquela sensação de ser perseguido começou a ficar evidente. Ouvia passos poucos metros de mim se aproximarem, Thomas me puxou para um canto alternativo, e a criatura passou reto. Suspirei aliviado.