Capítulo 14: Forjado na dor

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Taehyung POV

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Taehyung POV

A

dor lancinante no meu ombro esquerdo me trouxe de volta ao presente, um lembrete cruel da realidade que eu tinha escolhido viver. O campo de batalha ao meu redor era um caos controlado — nada de tiros ecoavando à distância, o foco agora era estabilizar a situação e garantir que nenhum soldado ou refém ficasse para trás.

Eu podia sentir o sangue quente escorrendo pelo meu braço, se infiltrando no tecido grosso do uniforme, mas não cedi. Não podia. Para um líder, a fraqueza é uma concessão que não podemos nos dar ao luxo de permitir.

Min-ji apareceu na minha frente, seus olhos cheios de preocupação e cansaço. Ela tentou esconder o desespero com uma máscara profissional, mas eu conhecia aquele olhar. Era o olhar de quem já viu e sentiu demais.

Eu tinha o mesmo olhar, o olhar de quem foi moldado pela dor. E a forma como ela não conseguia controlar seus sentimentos pra mim, fez meu peito apertar.

— Taehyung, você precisa de atendimento imediato — disse ela, sem rodeios, já puxando uma maleta de primeiros socorros. O som da sua voz quase se perdia no zumbido que ainda ecoava nos meus ouvidos, resquício dos tiros disparados minutos atrás.

— Não vou tomar anestesia, Min-ji. Tire a bala, costure, mas nada de anestesia — respondi firmemente, minha voz implacável.

Eu não precisava de um alívio temporário. Precisava da dor. Precisava sentir cada segundo dela.

Ela me olhou como se eu tivesse perdido o juízo, o que, de certo modo, era verdade. Quem em sã consciência recusaria um alívio quando oferecido? Mas a dor… a dor era minha aliada. Ela me mantinha alerta, lembrava-me da razão pela qual eu estava aqui, liderando homens e mulheres em uma zona de guerra, lutando por algo maior do que nós mesmos.

— Isso não faz sentido! Você pode desmaiar de dor ou, pior, entrar em choque. Por favor, não seja teimoso. — A súplica nos olhos dela era genuína, mas eu já estava decidido. O mesmo que ela lutava contra seus sentimentos, eu lutava com isso.

— Min-ji, você não entende… — comecei, engolindo em seco enquanto a dor latejava ainda mais forte. — No exército, a dor não é uma escolha. Ela faz parte do que somos, de quem nos tornamos. Cada cicatriz, cada ferida aberta, é uma lição. Nós somos forjados nela. No campo de batalha, você aprende que a dor é o único professor que nunca mente.

Observei ela quando hesitou, a mão segurando uma seringa com anestésico, mas seus dedos pararam de tremer. Eu podia ver que estava tentando entender, mas como explicar para alguém que não viveu o mesmo inferno? Como traduzir em palavras a maneira como a dor molda não só seu corpo, mas sua alma?

Não era atoa que preferia esconder tudo de mim, cada vez que olhava pra seus olhos animados me perguntando o que eu fazia era um pouco da dor guardava que me agoniava. Como poderia jogar isso pra cima de outra pessoa?

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