Capítulo 15: Não posso gostar de você

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Min-ji POV

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Min-ji POV

Aquilo era insano, horas tinham se passado e a maioria já estava dentro de suas tendas. Não consegui dormir lembrando do sangue, do som dos tiros e das tendas balançando como se fossem cair a qualquer momento e levar nossa única esperança junto.

Haviam poucos momentos que me deixavam dessa maneira.

Mas os tiros, nunca me dei bem com barulhos altos. O máximo que tinha ouvido de um disparo foi através de uma TV alta às dez da noite depois de não ter nada pra fazer. Me sinto perdida, mesmo estando na melhor fase profissional da minha vida.

Não adianta muito trabalhar com o que gosta, ter dinheiro na conta, e não ter um pouco de tempo pra ser uma pessoa normal.

Os passos pesados ecoam atrás de mim, e logo a figura iponente do Major Kan se senta ao meu lado com um copo de leite quente. A cozinha é espaçosa, uma mesa enorme de madeira com vinte cadeiras cujo estou sentada bem no centro, duas geladeiras carregadas, freezers, fogões e armários espalhados por todas as paredes.

Cang passou a mão pelos cabelos pretos meio ralos, agora pareciam mais cortados, os olhos vibrantes. E pela forma como respirava, mostrava estar tão cansado quanto eu.

- Você voltou tarde - observei a mandíbula perfeita, o rosto do Chang é tão bonito e imponente quanto o do Taehyung, uma boca carnuda e pequena, os olhos grandes de pálpebras únicas e sobrancelhas grossas. Fora os músculos. De lado talvez ficasse maior.

Depois de um longo copo de leite, ele murmurou.

- Sim. Houveram problemas a serem resolvidos, mas os refuiados foram deixados bem e estamos nos preparando para levar os outros - me encarou, os olhos bonitos a luz forte da cozinha. - Taehyung me falou sobre a mulher que foi abusada. Confesso que isso é uma baixaria completa, mas vindo de soldados como eles... não me impressiona.

Comecei a batucar na mesa apenas para ter algo pra fazer com minhas mãos.

- Nunca vou saber como lidar nessas situações, mas ela conseguiu dormir depois de uma dose de remédio. Prometi que somente mulheres entrariam na tenda, talvez seja bom que algumas mulheres militares a levem - encarei a mesa de novo, não importa se ela tinha conseguido dormir. Aquilo era assustador e a perturbaria por muito tempo.

- Não é fácil, sei como é - ele colocou a mão pesada em meu ombro, meu corpo se arrepiou e fechei os olhos me recordando do toque quente que não queria recordar. Parecia sempre estar ali, beirando, esperando o momento certo pra entrar em ação. - Nunca é fácil. Mas pelo que fiquei sabendo deu conta de tudo e ainda fez uma sutura no Capitão Kim.

O tom animado me fez forçar um sorriso e olhar pra ele de novo. Bonito. O Major é um homem muito bonito e gentil. E educado.

- Fiz, foi bizarro a parte que ele me pediu pra fazer isso sem nenhuma anestesia - fiz uma careta me lembrando da sensação de costurar a pele de alguém que sentia tudo que estava fazendo e se eu fizesse algo de errado, ele também sentiria. - Mas no fim quase não soltou um pio.

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