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Se procurassem uma pessoa quebrada eu não serviria por que eu me sentia moída. A pancada tinha me deixado aérea e a dor de cabeça não me abandonava nunca mesmo que eu tomasse todos os analgésicos do mundo.
O médico me liberou depois de alguns exames para ter certeza que nada mais grave havia acontecido, Caleb me buscou no hospital e me deixou em casa enquanto Shelley e Siena iam até o aeroporto buscar Emilly que viria para ficar comigo durante uma semana.
A parte boa do tombo veio em forma de atestado, tanto para a faculdade, quanto para o trabalho, eu já havia avisado às duas instituições que eu estava parada por um tempo já que para me liberar o médico queria me ver daqui a quinze dias para ter a certeza de que a concussão tinha melhorado 100%.
Engoli alguns remédios enquanto ia até o banheiro tomar um banho e tirar o cheiro de álcool absoluto de mim, eu me sentia apática queria comer um hambúrguer com tudo o que tinha direito para me sentir viva outra vez.
A água do chuveiro caiu no meu cabelo quente como eu gostava e ali sozinha eu pude parar para pensar no que havia acontecido na noite retrasada.
Finnick havia me tirado da piscina e me levado ao pronto socorro imediatamente, lembro de ouvir os gritos dele por ajuda assim que chegamos na recepção e na minha cabeça ferrada não fazia nenhum sentido esse desespero já que ele me largaria lá e não ligaria nem para perguntar se eu sobrevivi. Talvez o desespero fosse o medo de ter uma morte que em partes foi causada por ele, ou medo de dar algum problema se eu me machucasse muito. O que eu sabia é que transar a noite inteira com Sabrina tinha sido mais importante do que saber se eu estava bem e viva e acho que era o que mais doía, eu odiava me sentir assim, e sentia que não tinha o direito já que Shelley e Siena haviam me avisado mais de uma vez sobre as atitudes de Finnick.
Ali embaixo do chuveiro, sozinha e machucada eu me permiti chorar, só um pouco, por tudo o que havia acontecido. Por ter acreditado que as coisas poderiam ser diferentes, por ter passado por cima de certas coisas para dar um voto de confiança a quem nunca me deu motivo para isso e por me colocar nessa situação já que minha teimosia e persistência preferiram tapar meus olhos a enxergar tudo o que estava acontecendo ao meu redor, até o próprio Finnick já havia me avisado que não se apaixonava e que tinha sido 1 única vez na vida, ali embaixo do chuveiro eu chorei, por que percebi que a culpa era toda minha, já que ele nunca me prometeu nada .
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Shelley ligou avisando que passaria em um restaurante próximo para comprar nosso almoço e eu aproveitei enquanto elas não chegavam para deitar na minha cama e cochilar, o analgésico tinha feito efeito e eu estava sonolenta e meio zonza.
Meu sono foi turbulento,cheio de sonhos sem nexo , acordei quando as chaves fizeram barulho do outro lado da porta, Siena entrou acompanhada de Shelley e Emilly no meu quarto enquanto conversavam animadas sobre o último filme de uma saga de magia que a havia saído no cinema.
O cheiro da comida invadiu o apartamento e meu estômago deu sinal de vida. Levantei me sentindo menos dolorida e fui o mais rápido que consegui até a cozinha, as marmitas estavam em cima da mesa, peguei a que estava mais próxima e destampei enquanto me sentava, o cheiro de molho madeira estava delicioso e me pus a comer enquanto as meninas se sentavam à mesa e Emilly contava como tinha sido a viagem, ela estava animada por ter saído de casa sozinha pela primeira vez, e eu rezava para conseguir sair com ela pelo menos no fim de semana antes da volta dela para casa.
Depois de almoçar as garotas arrumaram a cozinha e precisaram ir para casa já que quem estava de atestado era eu e não elas, elas ainda trabalhavam e estudavam. Passei o restante da tarde ouvindo fofocas da escola de Emilly, fofocas essas que eu não fazia ideia de quem eram as pessoas envolvidas, mas concordava e sorria para que ela se sentisse encorajada a continuar, minha irmã era uma tagarela de mão cheia e eu tinha certeza que até o fim de semana eu estaria enlouquecendo .

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