AIMED AT YOU

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Segunda feira sempre foi o dia que eu menos gostei na semana. Para mim era dificil ficar o final de semana inteiro atoa para depois ter que enfrentar toda uma rotina no decorrer da semana, era por esse motivo que eu estava sentada na aula de história da arte com a tampa da minha caneta azul entre os lábios enquanto divagava sobre o que havia acontecido no sábado.
Depois de ter bebido um pouco mais do que devia na festa de Caleb eu decidi que precisava de uma tatuagem e por culpa da bebida também eu havia dado uns amassos em Finnick, hoje já era segunda feira e eu ainda não havia decidido se a idéia tinha sido ruim ou horrível, o pior de tudo era que eu estava com medo de pensar no ocorrido e descobrir que eu não havia agarrado ele somente por culpa da bebida por esse motivo eu estava deixando o acontecido arquivado na minha cabeça.
Eu fiz um desenho delicado na parte das costelas, uma paleta de tintas com um pincel, Finn fez com que a tatuagem ficasse como eu queria com traços finos e precisos, ele realmente tinha talento para a coisa.
Depois da tatuagem uma coisa levou a outra e nós acabamos ficando em um dos quartos que estava desocupado na casa, depois disso ele me passou alguns cuidados para se ter com a tatuagem e foi a última conversa que tivemos, eu só estava rezando para que quando nos encontrassemos outra vez as coisas entre a gente não estivessem estranhas.
Ouvi a voz de Shel me chamando e me dei conta de que a aula já tinha terminado, dentro da sala só havia poucos alunos que estavam esperando para falar com o professor, juntei minhas coisas e coloquei dentro da bolsa indo em direção a minha amiga que passou o braço ao redor do meu pescoço assim que a alcancei.
- Vamos comer? Estou morta de fome - Ela disse enquanto nos dirigiamos para a lanchonete da faculdade.
- Eu também, sai atrasada de casa hoje e não consegui comer nada - Respondi enquanto empurrava a porta de vidro da lanchonete, entrando junto com Sheley enquanto o burburinho das várias pessoas que estavam no local invadia meus ouvidos.
Sentamos numa mesa que ficava ao fundo, afastada das demais pessoas que conversavam animadamente enquanto comiam, a garçonete nos atendeu e depois de fazermos nossos pedidos Sheley começou seu questionário que eu sabia que viria logo que ela tivesse uma chance de me encurralar sozinha em algum canto.
- Você é uma péssima amiga Amy Becker, eu estou tentando tirar nem que seja um detalhe do que aconteceu na festa do Caleb e você está com a boca fechada feito túmulo, sério que vai me deixar morrer de curiosidade? - Ela fez um sinal de prece com as mãos e um bico gigante enquanto me olhava como se pudesse chorar a qualquer momento se eu não abrisse logo a minha boca.
- Nada demais Shel, já te disse um milhão de vezes, uns beijos bêbados, uma tatuagem e nada mais - Eu disse pela milésima vez, enquanto bebia meu suco de abacaxi que a garçonete trouxera a minutos atrás. Não era de todo uma mentira, tinha sido alguns beijos e uma tatuagem mesmo, mas não só isso, eu já tinha ficado com um bom número de caras, ainda mais depois que entrei para a faculdade, mas com Finnick havia sido diferente, ele sabia realmente o que fazia e mostrava uma experiência e uma calma que eu nunca tinha visto antes e olha que nem nos finalmentes a gente chegou.
- Para com o papo furado Amy, você estava com Finnick Smith em um quarto e me diz que rolou só alguns beijos bêbados? - Ela falou com uma cara de perplexidade abrindo a boca e arregalando os olhos.
- Acredite se quiser minha querida, por que foi só o que rolou - Eu sorri levando o garfo com um pedaço de torta de limão à boca fazendo Sheley desconfiar ainda mais da minha meia verdade.
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Estava sentada atrás do caixa quando a sineta tocou indicando que mais clientes estavam chegando. Hoje por ser segunda feira estava bem cheio, eu não parei um minuto se quer desde a hora que meu expediente começou só consegui sentar na hora do meu lanche e o relógio indicava que daqui a dez minutos eu teria que voltar a atender mesas e suportar jovens com os nervos a flor da pele e bêbados como gambás. Olhei em direção a porta vendo Sheley entrar seguida por Caleb, Finnick e mais duas garotas que riam de alguma coisa que os garotos falavam.
Desde o dia de sábado eu não havia visto Finnick e depois de pensar bastante decidi que trataria ele como sempre tratei, não era nada demais, se ele falasse comigo eu falaria com ele, se não falasse eu ficaria na minha como sempre foi, dessa forma as coisas não ficariam estranhas e desconfortáveis.
- Ei você - Shel gritou enquanto vinha em minha direção sorrindo.
- Oi - Sorri pra ela, dando a volta no caixa para abraçar ela.
- Hoje está super cheio em - Ela olhou em volta colocando as mãos nos bolsos traseiros de seu jeans.
- Não parei um minuto, estou esgotada, volto do meu descanço daqui a cinco minutos, escolham uma mesa que eu já vou até lá atender vocês - Sorri me afastando para pegar o bloco de anotações, a caneta e o avental.
Depois de estar com o uniforme, fui ao encontro de Sheley e os outros, eles tinham escolhido uma mesa mais ao fundo da burgueria, quando cheguei perto de onde eles estavam coloquei um sorriso no rosto como sempre fazia para atender os clientes do estabelecimento.
- Ei pessoal, o que vão querer hoje? - Perguntei pescando a caneta e o bloco de anotações do bolso do avental já pronta para anotar os pedidos.
- Eu vou querer uma salada com frango grelhado e um suco de laranja - A garota de cabelo vermelho e shorts curtos que estava pendurada ao braço de Finnick falou com a voz estridente.
- Eu vou querer um hamburguer com batatas fritas com cheddar e bacon - Caleb disse e logo emendou - Amyzinha não vai falar nada sobre a Naty aqui estar pendurada no braço do seu namoradinho? - E gargalhou logo em seguida.
- Não tem nada de namoradinho Caleb, não viaja - Eu falei anotando o pedido e fingindo estar muito mais interessada do que realmente estava no bloco de anotações
- Eu quero a mesma coisa - Finnick falou em seguida ignorando o comentário desnecessário de Caleb
- Eu também - Shel disse - Mas quero cheddar no hamburguer também amiga.
- Só um suco de uva pra mim - A garota loira que parecia estar com Caleb falou e sorriu, gostei dela logo de cara.
- Ok, um minuto e eu venho com o pedido de vocês - Sorri girando nos calcanhares indo em direção a cozinha.
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Exausta, essa palavra me definia enquanto pegava minhas coisas para ir para casa depois do meu expediente no Burguer's, além de ser segunda feira e o cançasso do fim de semana estar todo sobre os meus ombros, hoje no trabalho eu não pude sentar nem por um minuto.
Me despedi do pessoal que estava acabando de colocar as coisas no lugar para fechar e fui em direção a rua pensando onde encontraria um taxi a essa hora pra chegar em casa. Nada estava a meu favor, a internet do celular tinha tomado um chá de sumiço, então não poderia chamar um uber, o metrô ficava a pelo menos 20 minutos de onde eu trabalhava e justo hoje eu não tinha vindo com o carro por pensar que seria dificil encontrar um lugar para estacionar, visto que funcionários não podiam usar o estacionamento exclusivo de clientes que ficava na frente da burgueria.
Estava tarde, já se passava das 23:00hs e eu morria de medo de andar pelas ruas desertas da cidade tarde da noite, já estava passando pelo estaionamento pensando se não seria melhor pedir uma carona para Marlon,  garoto que fritava os hamburgueres, até o ponto de onibus mais próximo quando escutei um psiu vindo do estacionamento, gelei automaticamente, eu era um picolé de Amy quando virei meu pescoço o suficiente para ver de onde vinha o barulho, pelo canto do olho percebi um homem encostado numa moto usando jaqueta de couro com os braços cruzados, eu já me preparava para correr gritando para dentro do Burguer's quando ouvi uma gargalhada familiar.
- HAHAHAHAHAHA, ei Amyzinha por que está parada como se estivesse pronta para pegar um galope para dentro da burgueria? - Finnick perguntou se desencostando da moto dando alguns passos em minha direção.
- Por que eu estava pronta para correr Smith, tipo correr mesmo, talvez acabar com meus pulmões de tanto gritar também -  Eu falei soltando o ar, que eu nem percebi que estava prendendo, pela boca.
- Pode ficar calma princesa, eu não mordo a não ser que você peça - Ele riu mais uma vez pegando o capacete e estendendo em minha direção.
- Que é isso? Está fazendo o que por aqui a essa hora? - Falei já me aproximando para pegar o capacete que me era estendido.
- Sheley me disse o horário que você saia, decidi dar uma passada para ver se precisava de uma carona, ou se podiamos terminar uma coisa que tinhamos começado no sábado - Ele falou sorrindo de lado quando peguei o capacete já encaixando ele na minha cabeça.
- Sempre com segundas intenções Smith - Falei rindo pensando que poderia ser uma boa idéia terminar o que começamos no sábado.
- Nem sempre, mas hoje com certeza - Montando na moto logo em seguida ele me puxou para sua garupa ganhando as ruas da cidade em direção a minha casa.
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Depois de chegarmos na frente do meu apartamento chamei Finnick para entrar e é claro que ele aceitou de prontidão, estacionando a moto e me seguindo para dentro do prédio.
Comprimentei o porteiro, e chamei o elevador sentindo a presença de Finnick logo atrás de mim. Subimos para meu apartamento e dei espaço para que ele entrasse assim que destranquei a porta.
- Lugar legal - Ele falou parado no meio da minha sala olhando tudo com atenção - Eu sabia que você era aquela pessoa que sempre tem a casa organizada - Ele riu.
- Me visite na quarta feira e vai mudar completamente esse seu pensamento - Eu disse, tirando minhas sapatilhas e deixando minha bolsa encima do sofá - Quer beber alguma coisa?
- Não quero nada, e isso foi um convite para outra visita durante a semana? - Olhando-me com curiosidade Finn falou se aproximando.
- Não sei, vai depender do que acontecer a partir de agora - Sorri por sobre o ombro indo para o banheiro - Estou indo tomar um banho, você vem? - Deixando minha camiseta pelo meio do caminho eu ouvi a risada de Finn atrás de mim e seus passos me seguindo.
E enquanto estavamos embaixo do chuveiro, me peguei pensando que dois poderiam jogar esse jogo, a questão era que nenhum de nós dois estava atrás de um relacionamento, então não seria um problema visitas esporádicas ao meu apartamento, por que eu poderia sim pegar de Finnick Smith o que eu precisava e entregar a ele o que queria, o coração não entrava nessa equação, pelo menos era o que eu pensava.