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-Você vai comigo no sábado não é Amy? – Sheley perguntou enquanto caminhávamos pelo campus da faculdade, ela estava fazendo um inferno em minha vida desde que Caleb a havia convidado para a sua Pool Party no sábado.
-Vou ver e te digo Shel, tenho alguns trabalhos para terminar e estou sem tempo desde que comecei com o trabalho no Burguer’s – Eu me esquivei como sempre fazia. As festas de Caleb eram a mesma coisa desde que eu comecei a faculdade, muita gente bêbada, pessoas chapadas e a música tão alta que era possível se ouvir a dois quarteirões de distancia.
Sheley revirou os olhos e me sorriu, ela sabia que eu não iria, mas nunca perderia a oportunidade de tentar me fazer ir. Eu estava exausta pela minha carga horaria na faculdade e no trabalho. Minha mãe sempre me ajudava no que podia, mas eu sabia que era muito apertado para ela cuidar de todas as minhas despesas incluindo as dela e as de Stela também, então mesmo com várias reclamações da sua parte eu preferi tentar me virar um pouco para que as coisas fossem mais fáceis pra ela, eu não recebia muito, mas conseguia usar meu dinheiro para a alimentação e produtos essenciais.
Eu estava morta de fome e deixei que Sheley fosse em frente enquanto passava no refeitório para comprar algo que pudesse enganar meu estomago até a hora de chegar em casa para comer realmente. Depois de pegar um suco de laranja e uma barra de cereal fui de encontro à saída da faculdade, eu precisava passar em casa antes de ir para o trabalho, então iria me apressar para não chegar atrasada.
Assim que passei pelo portão ouvi alguém chamar meu nome, me virei para encontrar Sheley com um grupo de pessoas, Caleb estava entre eles.
- Ei gente – Cumprimentei enquanto me aproximava.
- Sheley me contou que não quer vir conosco para a Pool Party no sábado – Caleb me disse e fez uma cara de irritação fingida para logo depois revirar os olhos e dar um meio sorriso. Caleb era alto e atlético, tinha cabelos ruivos e os olhos mais castanhos que eu já havia visto na vida, era bonito não dava para negar, mas não era um cara com quem eu me envolveria, ele já havia visto mais calcinhas do que vendedoras de lingerie e isso não era uma coisa que contava pontos na minha lista de caras beijáveis.
- Não é bem isso – Falei meio sem graça e fiz uma nota mental para arrancar a cabeça de Sheley assim que saísse da visão das pessoas ao nosso redor. – A verdade é que comecei com um trabalho novo e não estou habituada a essa nova rotina, estou cheia de trabalhos para fazer. – Abri um sorriso amarelo esperando que ele realmente acreditasse em mim e mudasse de assunto.
- Mas não consegue dar uma passada? Duas horinhas e depois você está livre -  Caleb tentou barganhar mais uma vez fazendo um sinal de prece com as mãos e um biquinho que ele julgava sexy, já eu, julgava infantil e meio ridículo.
- Eu vou ver e aviso vocês – Sorri amarelo novamente já me preparando para dar meia volta e sair dali, eu ainda precisava trabalhar.
- Mas Amy..
- Cara ela não vai, só não tem coragem o suficiente para falar que não vai aparecer – Ouvi uma voz que vinha de trás de Caleb, olhei na direção da pessoa intrometida e ali havia um garoto, deveria ter uns 24 anos, seus cabelos pretos estavam bagunçados como se tivesse acabado de sair da cama, seus braços eram totalmente tatuados, ele usava uma camisa preta e uma calça rasgada da mesma cor, seus coturnos estavam desamarrados, um cigarro pendia entre seus dedos, ele estava encostado em uma moto preta que parecia ser mais alta do que eu de onde eu estava olhando e assim que percebeu que eu o olhava um sorriso irônico se alargou em seu rosto enquanto ele retribuía o olhar  com cara de poucos amigos.
- E eu posso saber se alguém pediu a sua opinião? – Rebati, cruzando meus braços de forma defensiva e revirando os olhos em seguida. – Eu dou uma passada Caleb – Dei um sorriso forçado, virei nos calcanhares e já estava me afastando quando ouvi a voz do garoto arrogante outra vez.
- Então a princesinha é arisca – Ele falou me fazendo olhar por sobre o ombro no momento exato em que se desencostava da moto e vinha em minha direção, dando uma tragada em seu cigarro e soprando a fumaça em direção ao céu. Assim que parou a dois passos de distancia, ele jogou o cigarro no chão e soprou a fumaça de encontro ao meu rosto, no mesmo momento meu nariz pinicou e tive uma vontade imensa de espirrar, cocei meu nariz e revirei meus olhos pela quinta vez naquela conversa.
- Você não tem educação? Fica fumando essa coisa fedorenta e ainda sopra a fumaça na minha cara? Além de intrometido é retardado? - E logo depois espirrei três vezes fazendo meus olhos encherem de água.
- Acho que esquecia educação em casa hoje princesa- Ele disse me observando com certa curiosidade como se estivesse tentando lembrar de algo – Eu sou Finnick Smith -  Ele sorriu de lado e estendeu a mão para que eu a pegasse.
- Eu não me importo com quem você é - Eu falei irritada por ter que aturar sua ironia e por ter inalado a fumaça fedida do cigarro - E você devia parar de fumar essa coisa, já que quer morrer ficar no meio de uma rodovia é mais rápido e certeiro -  Eu disse e virei outra vez nos calcanhares, dessa vez indo para o meu apartamento me aprontar para o trabalho.
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Eu já tinha começado meu expediente no trabalho a mais de duas horas e só havia atendido dois clientes, por ser quarta feira a burgueria não ficava tão lotada como nos fins de semana e sempre que eu aparecia nesse lugar fora do meu expediente num sábado ou domingo eu agradecia a Deus por não trabalhar nos dois dias mais caóticos da semana.
Jonas, o dono do estabelecimento estava sentado em um canto numa cadeira branca de plástico enquanto quebrava sua cabeça tentando fazer um sudoku que eu sabia estar sendo um desafio graças a sua língua presa entre os dentes e os vincos que sua testa formava enquanto ele olhava para o livrinho em sua mão.
Jonas era um senhor na casa dos sessenta anos, com seus suspensórios, camisa xadrez por dentro de suas calças e botas marrons de montaria ele mais parecia um personagem de desenho animado do que um senhor bondoso dono de uma burgueria perto de um campus de universidade. Ele era um daqueles idosos de risada fácil e vários conselhos para distribuir a quem quisesse ouvir, sua esposa Marrie era outra pessoa adorável, com seus cabelos loiros esbranquiçados e olhos que transmitiam uma doçura incomum ela encantava todos que a conheciam, se fosse para casar e viver a vida com alguém eu queria que acontecesse com alguém que pudesse me completar como eu percebia que esse casal se completava.
Estava distraída observando Jonas castigar sua língua a cada vez que errava um número no sudoku quando ouvi a sineta da porta tocar, olhei na direção do barulho e vi que quatro garotos entram pela porta enquanto riam espalhafatosos de alguma coisa que um deles dizia, eles se encaminharam para a mesa do fundo e cumprimentaram Jonas antes de sentarem um pouco afastados.
Me levantei de trás do balcão e amarrei meu avental amarelo escritos Burguer’s com letras garrafais vermelhas e com um desenho de um hambúrguer com olhos e uma língua gigante para fora, peguei meu bloco de anotações, minha caneta e me encaminhei para o fundo da burgueria para anotar o pedido dos novos clientes.
- O que vai ser hoje rapazes? – Perguntei com um sorriso no rosto como fazia sempre que atendia mesas ali no Burguer’s, mas meu sorriso congelou quando vi quem estava sentado de modo desleixado no canto do banco estofado.
- Ora, ora quem trabalha aqui – O cara com quem tive uma discursão mais cedo na saída da faculdade falou com aquele sorriso cínico nos lábios, me fazendo ter vontade de socar ele para ver se tirava aquele sarcasmo todo da sua cara -  É um prazer rever você... – Ele olhou para a plaquinha pendurada em meu avental lendo meu nome e completou -  Amy Backer.
- Pena que não posso dizer o mesmo sobre você – Eu revidei e fazendo cara de paisagem perguntei novamente – E então? O que vão querer?
Depois de ouvir minha grosseria Finnick deu uma gargalhada como se estivesse achando graça da situação, eu queria muito mandar ele ir a merda, mas não aqui, eu estava trabalhando e precisava cumprir meu papel dentro do estabelecimento. Anotei os pedidos e perguntei se precisavam de mais alguma coisa mas assim que ouvi a resposta de um deles virei nos calcanhares mordi minha língua como Jonas fazia para o sudoku, que no meu caso seria para não mandar todos eles para o inferno, e fui repassar o pedido para a cozinha.
Assim que o pedido ficou pronto peguei a bandeja com todos aqueles hambúrgueres, batatas fritas e cervejas e levei até a mesa onde o grupo de idiotas se encontrava, assim que depositei as duas bandejas na mesa e girei para sair a voz de Finnick chegou aos meus ouvidos
- Então princesa arisca, lembro-me de termos dito que precisávamos de você com a gente.
Eu voltei para o balcão batendo o pé e com o palavrão agarrado na minha garganta, o restante do meu expediente seria longo.
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Eeei, espero que estejam gostando tanto quanto eu, proximo capitulo semana que vem






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