5

41 16 55
                                    

- Graças a Deus hoje é sexta - Foi a primeira frase que saiu da boca de Shel assim que coloquei meus pés para fora da sala de aula. Eu concordei dando um aceno com a cabeça.
Eu estava esgotada, além de ter passado uma semana infernal apresentando trabalhos que valiam quase a metade das notas do semestre eu tinha trabalhado incansavelmente na burgueria, e quando chegava em  casa por volta da meia noite estudava praticamente durante a madrugada inteira para os trabalhos que apresentaria no dia seguinte e para as provas que seriam na próxima semana.
Como eu estava sobrecarregada com a quantidade de trabalhos e com as provas que viriam, meus patrões se compareceram e me deram a sexta de folga, alegando que eu sempre quebrava o galho de vários colegas de trabalho quando se era preciso, então eu iria para meu apartamento, antes passaria num super mercado para comprar combustível para o fim de semana, e de lá eu só sairia na segunda feira, seria o melhor fim de semana em muito tempo já que eu não precisaria me preocupar com nada a não ser as provas da próxima semana.
- Eu estou só a carcaça, quero chegar em casa, tomar um banho e dormir por pelo menos umas 5 horas só depois vou pensar nas provas de segunda feira - Comentei enquanto colocava ketchup no meu hambúrguer, tinha decidido pela comida do refeitório da faculdade para não precisar cozinhar quando chegasse em casa.
- Eu Preciso pegar algumas anotações com Nathan ainda hoje, faltei a algumas aulas e estou meio perdida na matéria - Shel deu de ombros mergulhando uma  batata frita no molho barbecue e  jogando na boca logo em seguida.
Depois de terminamos de comer despedime de Sheley, que ficaria para esperar seu colega de sala que lhe emprestaria as anotações, e segui meu caminho contente já que eu não precisaria me preocupar com nenhuma obrigação pelo resto do fim de semana.
Passei no mercado que ficava a duas quadras do meu apartamento e comprei algumas coisas das quais estava precisando.
Depois de empacotar tudo e encontrar uma maneira de carregar todas as sacolas, sai porta a fora imaginando o que eu faria primeiro quando chegasse em casa.
Virei  a esquina de uma rua que ficava  logo atrás do meu prédio e foi então que eu vi, Finnick estava a alguns metros, encostado em um muro, com uma garota ruiva entre suas pernas, suas mãos envolviam a cintura fina dela, enquanto as dela estavam rodeando seu pescoço, ela ria de alguma coisa que ele dizia enquanto ele usava a deixa para beijar seu pescoço toda vez que ela tombada a cabeça para trás dando uma gargalhada.
Merda, eu teria que passar ao lado deles, e eu não sabia como deveria reagir, primeiro pensei em atravessar a rua, mas ele saberia que eu tinha feito isso só por que o vi com outra garota, depois pensei em dar meia volta e passar por outra rua que dava acesso a minha casa, mas esse plano também foi por água abaixo no momento em que os olhos de Finn caíram sobre mim. No início vi surpresa e um certo tipo de embaraço em sua feição, mas assim que a garota gargalhou outra vez  a atenção que eu recebia ficou para trás e Finnick passou a prestar atenção no que a ruiva falava.
Merda, agora eu não poderia dar meia  volta e simplesmente voltar e pegar outro caminho, então coloquei uma máscara de indiferença no rosto e comecei a caminhar em direção ao casal que agora estava se engolindo bem na minha frente.
Babaca, era o termo que mais definia Finnick nesse momento, nós não tínhamos nada, mas como ele simplesmente se atracava com outra garota a poucos metros de mim sabendo que nós estávamos ficando frequentemente?
Não é como se eu esperasse algo muito diferente vindo de um cara como Finn, mas lá no fundo eu queria acreditar que ele podia ser um pouco menos filho da puta, criar expectativas era a pior merda do mundo!
                                 ---
Depois de tomar um banho e organizar algumas coisas que estavam  fora do lugar me sentei finalmente na frente da televisão escolhendo uma série para assistir.
Sheley me ligou perguntando o que eu achava de noite da pizza e eu aceitei de bate pronto, afinal pizza era uma das coisas que eu mais gostava na vida. Ela disse que chegaria por volta das nove horas e que traria algumas cervejas, eu fiquei com a obrigação de fazer alguma coisa doce para que a gente comesse depois da massa vendo algum programa na televisão, a sorte foi eu ter comprado sorvete de flocos, não ia precisar me preocupar com nada.
Por volta das oito tomei outro banho, prendi meu cabelo num coque desleixado, vesti um short e uma camisa de uma banda qualquer de rock e me joguei no sofá para esperar Shel chegar.
Ela tinha dito que apareceria as nove, dessa forma eu podia espera que nove em ponto ela estaria em minha porta, sempre foi assim, seus horários eram perfeitos, ela odiava esperar, por isso não deixava ninguém esperando, palavras dela não minhas.
A campainha tocou e eu sabia ser ela, ouvia através da madeira seu sapato batendo no piso do lado de fora do apartamento em um barulho irritante, Sheley nunca soube esperar e as batidas constantes dos seus pés mostrava o quanto ela se encontrava impaciente para que eu abrisse a porta.
-

Já vai senhorita impaciente, perdi minhas chaves, um minuto - gritei para que ela soubesse que eu já tinha notado sua presença. Enquanto procurava pelas chaves ouvi Shel conversando com alguém do lado oposto da porta, imaginei ser algum de meus vizinhos, como o meu prédio ficava perto da faculdade muitos estudantes alugavam apartamentos por ali e Sheley conhecia praticamente a faculdade toda, eu não estranharia se a encontrasse conversando com 2 ou 3 pessoas na minha porta, pessoas essas que eu poderia nunca ter visto na vida, mas imagine a minha surpresa no momento em que encontrei as chaves e escancarei a porta vendo Sheley, Finnick e Caleb esperando para entrar na minha casa.
- Eu devia uma noite da pizza -Caleb falou entrando no apartamento com quatro caixas de pizza nas mãos.
E eu fiquei lá na porta como uma estátua pensando que merda Finnick Smith fazia no meu apartamento.

AIMED AT YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora