Capítulo 02

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Maitê Belmonte

"Jesus, eu sei que não sou santa, e que já fiz muita coisa errada..."


O despertador começou a tocar, mas eu já estava acordada me revirando na cama, mal mal consegui dormir direito a noite, morrendo de ansiedade.
Após tomar banho, vestir minhas roupas, vou para o banheiro me maquiar; faço a maquiagem de sempre: base, rímel, blush e um batom vermelho escuro. Já pronta me olho no espelho, e fico satisfeita com o que vejo - nem parece que quase vendi um rim para vir pra cá -.

Saio de casa e o uber já está na porta me esperando, entro e acabo me distraindo com o percurso; Londres é linda, cada cantinho tem uma elegância e um charme a parte. Me distrai tanto que quase não me dei conta que já estava chegando, o motorista parou em frente a um prédio com o sobrenome LeBlanc escrito no topo da porta de entrada, desci do carro e me dirigi até a recepção.

A recepcionista me fez tirar foto, gravar digital e me deu um cartão preto de acesso com uma coroa vermelha de logo. Me dirigi até a área dos elevadores, a sala da Amber LeBlanc era no 22° andar.
Estou parada de frente para o elevador, e assim que as portas se abrem, e olho para dentro, vejo que tem um homem parado no fundo do elevador - e que homem, minhas amigas -...ele é branco, mas possui um leve bronzeado de quem voltou da praia recentemente, e é bem alto; deve ter mais de 1,90 fácil, cabelo loiro escuro, usa um terno todo preto que molda perfeitamente o corpo, usa um óculos de sol também preto, e luvas pretas de couro nas mãos - lindo...mas com cara de quem mata rindo -.

- Vai entrar ou ficar parada aí? - me pergunta em inglês. E o tom de voz nada gentil dele me tira do transe que nem eu tinha notado que estava.

- A-ah, vou sim...desculpe. - digo, e entro no elevador. Fico próxima ao painel no canto direito, e ele na parte dos fundos à esquerda.

- Você esqueceu de apertar o seu andar no painel. - disse, e notei um tom de impaciência vindo dele -como sabe que apertei errado? posso estar indo pro mesmo andar que você-...Mas na verdade eu esqueci mesmo qual o andar a recepcionista disse que era.

Me viro para trás, e quando olho para ele vejo que está sem o óculos de sol e me encarando -M.E.U D.E.U.S-, os olhos dele é um tom de castanho claro esverdeado, lindíssimo.

- Co-como sabe que não estou indo para o mesmo andar que você? - pergunto, me virando e ficando de frente para ele. Tentei não gaguejar, mas fiquei meio impactada com os olhos dele em cima de mim -deve tá pensando que sou lerda ou que não sei falar inglês direito-.

- O 23° andar é meu escritório, e não me lembro de ter marcado nada...- ele para de falar e me olha de cima a baixo.

- Com você... - disse, arqueando uma das sobrancelhas.

- Ou estou enganado? - pergunta, colocando as mãos nos bolsos da calça.

- S-sim...q-quer dizer, na-não...eu vou encontrar a Senhora Amber...- digo, e não sei porque continuo gaguejando.

Ele então vem na minha direção, parando bem na minha frente me olhando. Desvia o olhar e olha para o painel atrás de mim e aperta o botão do 22° andar -senhor Jesus, me ajuda-. Assim que se afasta solto todo o ar dos pulmões que nem tinha percebido que prendi.

- Obrigada.- digo, e volto a me virar para a porta do elevador.

Meu Deus, como subir 22 andares pode demorar tanto?! Tô ficando claustrofóbica aqui com esse homem sem parar de me encarar, e para piorar, ele fez questão de ficar atrás de mim, com tanto espaço nesse elevador chique...

Profecia da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora