Capítulo 16

648 74 34
                                    

Dominic LeBlanc

"Extremamente brava, do jeitinho que eu gosto..."


Após quase 12 horas de voo, chego em São Paulo.

Durante todo o voo fiquei pensando em como iria trazer Maitê comigo de volta para Londres; minhas opções são: por bem (que duvido muito que irá acontecer), por mal (minha opção favorita) ou negociando. Sei que ela não vai aceitar voltar e deixar os pais aqui correndo risco, por isso eu trouxe mais quatro dos meus seguranças para ficarem aqui de olho neles quando Maitê estiver em Londres; mas o maior problema mesmo será fazer com que ela confie em mim e aceite minha ajuda -maldita de mulher difícil-.

- Chefe, chegamos. - John comunica. Quando olho pela janela, vejo que estamos em um bairro simples e familiar. A casa em que Maitê mora com os pais é simples, mas bonita.

Desço, e vou até o portão cinza todo de ferro. Toca a campainha e uma voz feminina mais velha atende, provavelmente é a mãe dela.

- Quem é?

- Bom dia, Senhora Belmonte. Me chamo Dominic LeBlanc, sou o chefe da sua filha. Por acaso ela está? Adoraria falar com ela. - me apresento em Português, e o interfone fica mudo por um tempo. -minha futura sogra é a primeira a saber que entendo e falo muito bem a língua deles-.

- Aa-ah Maitê deu uma saidinha...Mas você pode entrar e esperar ela chegar. - diz, e abre o portão. Esse pessoal não tem nenhum senso de autopreservação, e se eu estivesse mentindo?...-aaah sogrinha, você precisa melhorar nisso, urgente.-.   

Entro, e assim que coloquei meus pés para dentro, sou recebido por uma bola de pelos raivosa que não para de latir e vir para cima de mim.

- KHLOÉ VEM AQUI, AGORA - vejo uma mulher de uns 50 e poucos anos chamar a diabinha peluda. Ela pega a cachorrinha no colo e vem em minha direção.

- Desculpe, Senhor Dominic. Khloé tem um gênio difícil, só a mãe dela consegue controlá-la. - diz rindo. E se a "mãe" da cachorrinha for a Maitê, devo admitir que o que falam sobre o cachorro puxar o dono é real. Ela é puro ódio, igual a Maitê. 

- Sem problemas. E me chame de Dom ou Dominic, sem o senhor, por favor. - digo, e aperto sua mão.

- Maitê não me disse que você viria aqui...- questiona, e me olha de cima a baixo. É aí que me lembro como estou vestido, ainda de moletom.

- Mas ela também não sabe...Aconteceu algo na empresa, e precisei vir urgente atrás dela. Espero não estar te incomodando, Senhora Belmonte. - digo, ainda parada no meio do caminho.

- Nossa, deve ter sido algo grave, pra você sair de Londres e parar aqui. Vem, vamos entrar. - diz, e me puxa pelo braço casa a dentro.

Mãe da Maitê me leva até a sala de estar, tem um  sofá marrom em L, uma TV grande e ao lado vários portas retratos, olho cada um, até que um chama a minha atenção...é minha mãe com a avó de Maitê. Não sei porque, mas diferente das outras vezes que vi fotos dela, essa não me causa dor ou desconforto nenhum, me traz uma sensação de tranquilidade.

- Do-Dominic...aceita um café, água ou...chá? É chá que o pessoal lá de Londres gosta, né? - pergunta meio incerta. Olhando bem pra ela, é possível ver que Maitê puxou bem alguns dos seus traços.

- É sim, mas não precisa se preocupar. Estou bem. - digo, e vou me sento em uma das poltronas.

- Tudo bem, então. Se precisar, estou na cozinha, querido. Fique à vontade.

Profecia da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora