Capítulo 18

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Maitê Belmonte

"Então, espere sentado, querido. Porque você irá cansar..."


Não acredito que esse perturbado me drogou, e para complementar a merda toda, teve a audácia de tirar as minhas roupas e me vestir com uma das suas camisetas -será que ele fez outra coisa além de me trocar?-, balanço a cabeça afastando esse pensamento, ele não faria isso, né...Ou faria?!

Entediada de ficar olhando pro teto a mais de 1h, decidi explorar o quarto inteiro. Revirei o closet atrás de uma chave reserva, mas a única coisa que eu achei foi uma caixa preta com algemas, chicote, lubrificantes, uma venda e mais uma monte de outras coisas que quase me fizeram cair dura no chão. Quem diria que Dominic era do tipo que usa apetrechos sexuais -se só com a mão ele te levou até o céu, imagina usando isso tudo...-, preciso urgentemente esquecer daquela noite.

Revirando as coisas dele, também achei uma foto dele com a mãe, e é possível ver pela imagem o amor que ela sentia por ele. Minha avó me disse que quando soube da sua morte foi a pior sensação que ela sentiu, que quando procurou saber sobre o filho dela, ela ficou sabendo que Dominic teve uma crise e parou de falar, só voltou a se comunicar de verdade um ano após a morte da mãe. Guardo a foto no mesmo lugar que peguei.

Quando estou voltando para o interior do quarto ouço alguém mexendo na porta, imediatamente pego a primeira coisa que vejo para usar como defesa, um vaso preto. A porta abre, vejo Dominic fazer menção de entrar, e sem pensar duas vezes, jogo o vaso na direção dele, ele se assusta e se esquiva.

- MAS...QUE PORRA. TÁ MALUCA? - grita, me encarando. Ele fecha a porta atrás de si e vem na minha direção.

Quando ele tá quase próximo de mim, ele vira a cabeça de lado e vê a entrada do closet com várias roupas e objetos no chão.

- Parece que você andou ocupada, bagunçando o meu...- ele para de falar quando vê a caixa preta em cima da mesinha de cabeceira.

-Merda!!! Achei que tinha guardado isso no lugar-

- Gostou do que viu aqui dentro? - perguntou, com a caixa nas mãos e me dando um sorrisinho.

-você quer mesmo entrar nesse jogo, Dominic? Então vamos...-

- Na verdade fiquei surpresa...Quem diria que um velho feito você ia curtir essas coisas. - provoco, e vejo seus olhos brilharem com a provocação. 

- Engraçado, quando eu estava com meus dedos enfiados até o talo em você, você não estava muito preocupada com a minha idade. - provoca de volta, e só de lembrar naquela noite sinto minhas pernas bambas.

Sem me conter acabo pressionando uma coxa na outra para conter a pulsação teimosa que insiste em aparecer cada vez que me lembro da cena no carro. Dominic percebe o movimento e alarga mais ainda o sorriso, filho da puta.

- Acho engraçado como você insiste em mencionar aquela noite péssima que tivemos no seu carro. Acredite, já tive momentos melhores, e com pessoas melhores ainda...- desdenho, vou rumo ao banheiro, preciso ficar pelo menos 2 minutos longe dele.

Quando estou quase abrindo a porta, sou puxada pela cintura, minhas costas colide com um muro de músculos, o peitoral dele. Ele me segura pela cintura, com um braço ao redor dela, e com a outra mão ele afasta meu cabelo, deixando meu pescoço livre. 

- Repete, maldita...- sussurra com a voz mais grossa no meu ouvido. Sei que não deveria provocar, mas é como se algo mais forte que eu me fizesse entrar todas as vezes nessa situação com ele.

Profecia da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora