Capítulo 13

989 77 21
                                    

Maitê Belmonte

"Destino filho da put*..."

                                                                                                                               3 anos antes...


Quando recebi a mensagem da minha avó falando que precisava conversar comigo urgente, sai igual uma doida do estágio rumo a casa dela. Vovó vinha há dias falando que precisava conversar comigo e me deixar a par da minha missão; vale ressaltar que ela e minha mão são igual cão e gato, minha mãe acha que vovó é meio doida e que piorou ao longo dos anos a doidice dela, já eu, acho que a vovó é a única pessoa da minha família que me entende. 

- Nonna, cheguei. - digo, entrando na sua casa e indo até a sala de estar. Assim que chego, a vejo sentada no sofá com uma caixinha de joias no colo.

- Venha cá, minha princesa. - pede, e bate com a mão no sofá para que eu me sente ao lado dela.

- Como você tá? Fiquei preocupada com a sua mensagem. - digo, e ela continua a mexer na caixinha. Vovó tem 74 anos, mas não condiz com a idade, super vaidosa, descolada e bonita.

- Eu estou ótima. Se preocupar à toa...como sempre.- diz, e dá um risinho.

- Precisamos conversar, Maitê. E preciso que confie em mim como nunca agora. - diz, e segura minhas mão com as suas. Fico preocupada porque sempre que me chama pelo meu nome algo sério irá acontecer.   

- Cla-claro, Nonna. - digo, com receio.

- A muito anos atrás, eu e meus pais morávamos em um vilarejo de refugiados italianos. Nesse vilarejo eu conheci a Isabel LeBlanc, minha melhor amiga. - conta, e pega uma foto da caixinha para me mostrar quem era a mulher. Vovó já tinha comentado comigo dessa amiga, eram como irmãs.

- Nossa amizade começou quando tínhamos 18 anos, e durou até a sua volta para a Itália. Quando conheci seu avô, Isabel foi a única a me apoiar, ela me ajudava a sair escondida para encontrar com ela, ajudou a arrumar um emprego na casa de um dos seus tios, foi a nossa salvação. Quando nós nos casamos, ela foi minha madrinha, e me ajudou com tudo, naquela altura Bel era mais que uma amiga, uma verdadeira irmã. - conta, e volta a olhar a foto da amiga com um pesar. Vovó nunca contou porque se distanciaram.

- Assim que sua mãe nasceu, eu tinha 24 anos. Bel também estava com 24 anos, e era noiva de um rapaz muito bonito e rico, filho de um casal de amigos dos pais dela. Sua mãe acabou ficando muito doente, pegou uma pneumonia que quase a matou...- contou, e respirou fundo em uma tentativa de conter a emoção.

- Ela só não morreu porque Isabel e a família dela me ajudaram. Foi nesse mesmo dia que eles me ajudaram que eu conheci previamente a mãe dela, nunca soube o seu nome, mas ela deixou claro o carinho que tinha por mim por ser amiga da sua filha. Antes de me ajudarem, eles me pediram para ir até a casa deles para conversarmos, pois só seria possível me ajudar caso eu aceitasse de coração...e alma a ajuda deles. - e isso me pega de surpresa, nunca soube que mamãe teve essa doença quando era mais nova.

Chegando na casa deles, quase cai dura no chão. - diz, e dá uma risadinha.

- Naquela época tudo era muito difícil, principalmente quando éramos estrangeiros. Mas isso não se aplicava a família da Bel, que mesmo sendo minha melhor amiga nunca me disse o real status da sua família, e eu logo depois entendi os seus motivos. A casa deles era maravilhosa, cheia de quadros, louças de porcelana e prata, uma coisa de realeza.

Profecia da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora