Dominic LeBlanc
"E quem diria que, logo eu..."
Já é a quarta vez que acordo nesta madrugada, olho para o visor do telefone, 4:15 da manhã. Não consigo dormir mais que 30 minutos, acordo com uma raiva e sem entender o motivo...ou melhor, sem querer acreditar no motivo. Não estou apaixonado por ela, sei disso, mas estou obcecado.
- Aquela maldita! - digo para mim mesmo.
Olho para o outro lado da cama, onde ele estava à minha mercê. Os flashes do nosso momento não param de aparecer na minha cabeça, ela gemendo, gritando e se esfregando em mim...Só eu sei a força que fiz para que meu monstro interior não saísse e assumisse a situação; se isso tivesse acontecido, Maitê nunca mais olharia na minha cara.
-Preciso me controlar ao máximo para que ele nunca apareça com ela.-
Me levanto, abro a porta que dá acesso a sacada que tenho no meu quarto e fico observando a cidade. Alguns longos minutos se passam, até que meu celular começa a tocar. Vou até a cama e pego o aparelho, vejo o nome de Maitê e logo atendo.
- Maitê, você tá bem? - pergunto, ansioso. Percebo que ao fundo da ligação tem uma música alta, bem alta, como se estivesse em uma...BOATE?!
- Oo-oi..Dondom. Ee-eu? - diz, rindo. Totalmente alterada e gaguejando.
- Eu tô ótimaaaaaaaaaa...Vi-vim nuum lugar que me lembrou muuuuuuuuito você.- diz, e começa a gargalhar. A filha da puta tá bêbada igual a um gambá.
De repente ouço alguém do outro lado dizer "me dá esse telefone aqui, Má...Merda, ela ligou pro Dominic", e eu reconheço essa voz, é maldita da minha irmãzinha.
- AMBER...- grito no telefone. Começo a andar de um lado para o outro, tentando entender como ela foi ficar assim e parar em uma boate.
Deixou a ligação no viva voz, vou até o aplicativo de localização e procuro pela localização da Maitê...Elas estão no Hippodrome Casino, onde acontece várias apresentações da porra do MAGIC MIKE, a porra de um show com um bando de homem sem camisa e fazendo danças sensuais.
-É pra foder minha paz mesmo, certeza...-
- Oi, Donzinho...- diz, com a voz mansa, começando a ficar alterada.
Para que um de nós, vampiros, fiquemos bêbados é preciso tomar quase três garrafas de whisky inteiras. Amber para estar nesse nível, deve ter tomado o equivalente a uma garrafa e meia de álcool.
- Amber, me diz que você não levou a Maitê pra esse lugar. - falo, puto pra caralho com ela. Fico parado de frente para o espelho do quarto, apoiando dois dedos na ponte do meu nariz, tentando manter a calma.
- Nós só viemos nos distrair...- diz, mas imediatamente somos interrompidos por um grito, um grito da desgraçada da Maitê.
- UHUUUUUUUUUUUUUL, VAI GOSTOSO...- berra, e começa a rir.
- ISSO FOI A MAITÊ? - grito a pergunta para Amber.
- Foi...ela tá A.D.O.R.A.N.D.O. - diz, na maior tranquilidade e rindo.
E isso já é o suficiente para que eu entre no closet igual um maluco e vista a primeira coisa que vejo pela frente. Eu vou ir buscar ela, trago ela arrastada até pelos cabelos se for preciso, maldita.
- Chego ai em 10 minutos... - informo, já quase desligando a chama. Amber grita algo do outro lado e volto com o aparelho para o ouvido.
- Pra que? - pergunta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Profecia da Alma
VampirosMAITÊ BELMONTE Eu já me imaginei em várias situações, mas jamais na situação atual que me encontro...casar para salvar um clã?...Depois que sai do Brasil e vim para Londres minha vida virou uma bagunça, isso porque quando cheguei aqui ela já não est...