Capítulo 19

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Dominic LeBlanc

"E quem diria que, logo eu..."


Já é a quarta vez que acordo nesta madrugada, olho para o visor do telefone, 4:15 da manhã. Não consigo dormir mais que 30 minutos, acordo com uma raiva e sem entender o motivo...ou melhor, sem querer acreditar no motivo. Não estou apaixonado por ela, sei disso, mas estou obcecado.

- Aquela maldita! - digo para mim mesmo.

Olho para o outro lado da cama, onde ele estava à minha mercê. Os flashes do nosso momento não param de aparecer na minha cabeça, ela gemendo, gritando e se esfregando em mim...Só eu sei a força que fiz para que meu monstro interior não saísse e assumisse a situação; se isso tivesse acontecido, Maitê nunca mais olharia na minha cara.

-Preciso me controlar ao máximo para que ele nunca apareça com ela.-

Me levanto, abro a porta que dá acesso a sacada que tenho no meu quarto e fico observando a cidade. Alguns longos minutos se passam, até que meu celular começa a tocar. Vou até a cama e pego o aparelho, vejo o nome de Maitê e logo atendo.

- Maitê, você tá bem? - pergunto, ansioso. Percebo que ao fundo da ligação tem uma música alta, bem alta, como se estivesse em uma...BOATE?!

- Oo-oi..Dondom. Ee-eu? - diz, rindo. Totalmente alterada e gaguejando.

- Eu tô ótimaaaaaaaaaa...Vi-vim nuum lugar que me lembrou muuuuuuuuito você.- diz, e começa a gargalhar. A filha da puta tá bêbada igual a um gambá.

De repente ouço alguém do outro lado dizer "me dá esse telefone aqui, Má...Merda, ela ligou pro Dominic", e eu reconheço essa voz, é maldita da minha irmãzinha.

- AMBER...- grito no telefone. Começo a andar de um lado para o outro, tentando entender como ela foi ficar assim e parar em uma boate.

Deixou a ligação no viva voz, vou até o aplicativo de localização e procuro pela localização da Maitê...Elas estão no Hippodrome Casino, onde acontece várias apresentações da porra do MAGIC MIKE, a porra de um show com um bando de homem sem camisa e fazendo danças sensuais.

-É pra foder minha paz mesmo, certeza...-

- Oi, Donzinho...- diz, com a voz mansa, começando a ficar alterada.

Para que um de nós, vampiros, fiquemos bêbados é preciso tomar quase três garrafas de whisky inteiras. Amber para estar nesse nível, deve ter tomado o equivalente a uma garrafa e meia de álcool.

- Amber, me diz que você não levou a Maitê pra esse lugar. - falo, puto pra caralho com ela. Fico parado de frente para o espelho do quarto, apoiando dois dedos na ponte do meu nariz, tentando manter a calma.

- Nós só viemos nos distrair...- diz, mas imediatamente somos interrompidos por um grito, um grito da desgraçada da Maitê.

- UHUUUUUUUUUUUUUL, VAI GOSTOSO...- berra, e começa a rir.

- ISSO FOI A MAITÊ? - grito a pergunta para Amber.

- Foi...ela tá A.D.O.R.A.N.D.O. - diz, na maior tranquilidade e rindo.

E isso já é o suficiente para que eu entre no closet igual um maluco e vista a primeira coisa que vejo pela frente. Eu vou ir buscar ela, trago ela arrastada até pelos cabelos se for preciso, maldita.

- Chego ai em 10 minutos... - informo, já quase desligando a chama. Amber grita algo do outro lado e volto com o aparelho para o ouvido.

- Pra que? - pergunta.

Profecia da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora