𝘘𝑈𝘈𝑇𝘌𝑅𝘝𝑂𝘐𝑆 - 𝑝𝘰𝑛𝘵𝑜 𝑑𝘦 𝘷𝑖𝘳𝑎𝘥𝑎 - 𝐽𝘪𝑘𝘰𝑜𝘬 [ 💫 ]

💫둘 ( 2 )💫

"Idiotas são seres que mesmo defendendo ideais sem ideologia, se acham superiores aos outros, sem se importarem com as consequências dos seus atos irracionais."
― Wallace Barbosa

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Jeon Jungkook

O prédio onde eu teria minha primeira aula do ano ficava a uns quinze quarteirões do prédio dos dormitórios. Para chegar lá a tempo, a universidade oferecia um transporte para nos levar. Claro que havia aqueles que se achavam superiores e não queriam se misturar.

E, obviamente, estou falando de Park Jimin e seu grupo. Ele tinha seu próprio carro com motorista para levá-lo, assim como os amigos, cujos nomes descobri graças a Seokjin. Depois da apresentação no dormitório, passamos o dia fazendo coisas aleatórias, entre elas, falar do grupinho de veteranos.

Kim Namjoon, Min Yoongi, Kim Taehyung e Jackson Wang.

Namjoon e Jackson iam com Jimin em um carro, enquanto Taehyung e Yoongi iam em outro.

Ok. Eu também fui de carro com Seokjin, mas diferente dos outros, eu não estava me gabando, fui por pura insistência do meu amigo.

E para o meu azar, minha primeira aula, que era de Matemática, teria a presença de Jimin, já que ele cursaria cálculo financeiro.

Foram duas horas ouvindo piadas do tipo:
- O homem pergunta ao médico: "Doutor, eu manco porque tenho uma perna maior que a outra. O que o senhor faria nesse caso?"
- "Bem, provavelmente eu mancaria também!"

Ou:
- Se um pato perde a pata, ele fica manco ou viúvo?

E as risadas que acompanhavam essas piadas sem graça. Mas, para ser honesto, nenhuma delas me incomodava de verdade. O que realmente me irritou foi outra coisa.

O professor ouviu tudo, cada palavra, mas não fez nada. Sinceramente? Posso jurar que vi ele segurando o riso, assim como muitos alunos na classe.

Sempre fui uma pessoa bem organizada, então, no final da aula, enquanto os outros alunos guardavam suas coisas de qualquer jeito na bolsa, eu ajeitava tudo com cuidado. Às vezes, eu me sentia o próprio Cho Sang Woo, de "Erro Semântico".

Eu já havia guardado os dois livros que usei, mas o caderno ainda estava sobre a mesa, assim como meu estojo, que continha minhas canetas coloridas. Sim, canetas coloridas, porque, como disse, sempre fui uma pessoa organizada, e gostava de separar os tópicos dos assuntos estudados por cores.

E quando eu achei que estava tudo bem, o babaca apareceu. Ele bateu a mão no meu caderno e o jogou longe, e, claro, meu estojo foi junto.

— Desculpa aí, manquinho, pensei que fosse lixo.

Ele disse isso e continuou andando, mas, como se já não bastasse, ainda pisou no meu caderno e nas minhas CANETAS.

Isso sim me tirou do sério. Não porque eram canetas coloridas, mas porque eram canetas coloridas em gel. Não era como se fossem canetas Bic que você encontra na lojinha da esquina. Essas são difíceis de achar e custam uma fortuna.

Quando minha mãe soube que eu ganhei a bolsa, ela fez questão de comprá-las para mim, mesmo com minha relutância e mesmo que isso tirasse metade do salário dela. Ela comprou.

― Você é idiota!

Gritei com ele enquanto me abaixava para pegar as canetas. Ele virou para mim com os olhos arregalados, assim como os amigos, talvez porque eu não tinha reagido até agora.

― Qual é, manquinho? Resolveu mostrar as garras?

Ele disse, me olhando de cima.

― Se você quer ser um idiota babaca que debocha de mim por ser deficiente, pode fazer isso, se isso te faz se sentir superior, continue. Mas não destrua minhas coisas. Existem pessoas que precisam trabalhar para comprar essas coisas, e sei que você não faz ideia disso porque vive na sua bolha de riqueza, mas saiba que tem pessoas como eu, e como minha mãe, que precisam acordar cedo para ter o que pôr na mesa. Então, na próxima vez que pensar em destruir algo de alguém, primeiro pense em quanto essa pessoa precisou trabalhar para conseguir aquilo.