Cap 10

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                           " Os jogos "

Por um momento, as câmeras focalizam o olhar abatido de Kara enquanto suas palavras são absorvidas.

Então, consigo ver meu rosto – a boca quase aberta numa mistura de surpresa e protesto – aumentado em todas as telas enquanto me dou conta do que está acontecendo.

Eu! Ela está falando de mim! Pressiono os lábios e miro o chão, na esperança
de esconder as emoções que começam a se agitar dentro de mim.

– Ah, isso sim é falta de sorte – diz Caesar, e há realmente uma pontinha de dor em sua voz.

A multidão está murmurando em concordância, algumas pessoas já deram até uns gritos de agonia.

– Não é uma coisa legal – concorda kara.

– Bem, acho que todos aqui entendem sua situação. Seria difícil não se apaixonar por aquela jovem – diz Caesar. – Ela não sabia?

Kara balança a cabeça.

– Não até agora.

Permito que meus olhos se fixem na tela de televisão o tempo suficiente para ver que o rubor em meu rosto é indisfarçável.

– Vocês não iam adorar se ela voltasse aqui e desse uma resposta? – pergunta Caesar ao público. A multidão berra em concordância. – Lamentamos muito, mas regras são regras, e Lena Luthor já esgotou seu tempo. Bem, toda a sorte pra você, Kara Danvers, e acho
que estou falando por toda Panem quando digo que nosso coração está com você.

O barulho da multidão é ensurdecedor.

Kara arrasou com todos nós definitivamente com sua declaração de amor a mim. Quando o público finalmente se acalma, ela deixa escapar um soluçante “Obrigado” e volta para seu assento.

Depois do hino, os tributos voltam enfileirados para o saguão do Centro de Treinamento e entram nos elevadores.

Faço questão de entrar em um que não esteja com Kara. A multidão
obriga nosso séquito de estilistas, mentores e acompanhantes a andar devagar, de modo que só os tributos acabam entrando nos elevadores. Ninguém dá uma palavra.

Meu elevador parou para depositar quatro tributos antes que eu consiga ficar sozinha e então vejo que as portas se abrem no décimo segundo andar.

Kara mal saiu de seu elevador e bato a palma da mão com força em seu peito.

Ela perde o equilíbrio e se choca com uma urna horrível cheia de flores
falsas. A urna se parte em centenas de pedacinhos. Kara cai sobre os fragmentos e imediatamente começa a sair sangue de suas mãos.

– Pra que isso? – pergunta ela, assustada.

– Você não tinha o direito! Não tinha o direito de sair dizendo aquelas coisas sobre mim! – Grito com ela.

Agora os elevadores se abrem e toda a equipe está lá, Effie,  J'onn, Cinna e Portia.

– O que está acontecendo? – pergunta Effie, um tom de histeria na voz. – Você caiu?

– Depois que ela me empurrou – diz Kara, enquanto Effie e Cinna a ajudam a se levantar.

J'onn se volta para mim.

– Empurrou ela?

– Isso foi ideia sua, não foi? Fazer com que eu parecesse uma idiota na frente do país inteiro!

– Foi ideia minha – diz Kara, estremecendo ao retirar algumas farpas de suas mãos. – J'onn só me ajudou.

– Você é uma idiota mesmo – diz J'onn, chateado. – Você acha que ela te magoou? Aquela garota deu a você uma coisa que você jamais conseguiria por conta própria.

Lena Luthor - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora