02. yoga and coffee time

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Amélia saltou da cama, exalando um suspiro engasgado

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Amélia saltou da cama, exalando um suspiro engasgado.

Seu coração estava acelerado como um trem de carga, o corpo úmido devido ao calor europeu. Levou alguns segundos até raciocinar onde estava e então seu cérebro fez a conexão com as batidas que vinham do outro lado da porta do quarto de hotel. Ela tateou a cômoda com as mãos até finalmente encontrar seu óculos, tropeçando nos próprios calcanhares para alcançar os interruptores e acender as luzes. Há tempos não sabia o que era um plantão noturno e devido a diferença entre os fusos horários, ainda estava ajustando o seu sono. Quando encarou a tela do celular, teve a concepção de que passava da meia-noite. Antes, certificou-se de que estava completamente vestida e ao abrir a porta, encontrou aquele familiar par de olhos castanhos mergulhados em um mar de preocupação.

— Capitã?

Dra. Hayes... — Gabi respirou fundo, o semblante mórbido — É a Lorenne.

* * *

— Começou com um desconforto essa tarde, mas ela não procurou nenhum profissional... — A jogadora explicou, atravessando as próprias palavras — Pensou que fosse uma simples câimbra até acordar gritando de dor.

Em uma velocidade alucinantes, ambas atravessaram o longo corredor vazio até alcançarem o primeiro elevador, Amélia a postos com o seu equipamento médico. Os apartamentos do time ficavam estabelecidos na cobertura, um espaço muito mais amplo comparado aos andares inferiores. A médica observou o modo como Gabriela não conseguiu conter os sintomas do seu nervosismo através do próprio corpo. Um minuto a mais na cabine de titânio e ela tinha a certeza de que a capitã desmaiaria antes que as duas alcançassem o último andar. Felizmente, o pior não aconteceu. No entanto, uma onda de caos inundava a cobertura. Aparentemente todos os profissionais e atletas da SFV estavam presentes, aguardando a chegada da médica.

— Lá estão elas! — Ana Cristina exclamou e um suspiro coletivo soou pelo andar.

Em um tom plácido e autoritário, o técnico da seleção imediatamente pediu para que todos que marcavam território abrissem espaço, na intenção de garantir que Amélia trabalhasse de forma inteligente e mais pacífica. No quarto de Lorenne, permaneceram somente a médica, a capitã, Guimarães e um enfermeiro para auxiliar o processo.

— Olá, Lorenne. Estou aqui para avaliar você, tudo bem? — A doutora sentou-se na beirada da cama, a voz tão suave quanto uma brisa de verão. Algo que, por um segundo, arrefeceu os nervos da jogadora — Onde a dor está mais aguda? — Ela começou a examinar e quando chegou em um ponto específico, a oposta gemeu em desconforto — Aqui? Certo. Estou vendo que a região está inchada e alguns hematomas estão surgindo. Parece que a área afetada foi causada por alguma lesão.

— Não! Por favor, de novo não... — Lorenne negou com a cabeça, suando frio devido ao estado febril e a dor dilacerante — Eu esperei anos para estar aqui. Isso não pode estar acontecendo.

𝐀𝐮𝐫𝐚 | Gabi Guimarães Onde histórias criam vida. Descubra agora