09. olympics

1.5K 130 153
                                    

É tão louco ver o que acontece em uma Olimpíadas por trás dos bastidores

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

É tão louco ver o que acontece em uma Olimpíadas por trás dos bastidores.

Amélia nunca pensou sobre isso até estar imersa neste mundo. Na verdade, nem em seus melhores sonhos ela imaginaria vivenciar aquilo tão de perto, mas estava acontecendo e era tão real quanto o oxigênio em seus pulmões. A viagem até o estádio durou aproximadamente meia hora, as jogadoras mataram o tempo até o início do jogo no aquecimento em quadra e revisando todas as estratégias estudadas nos últimos meses até o grande momento. Hayes sentia-se tão nervosa por elas como se fosse estrear pela primeira vez na Seleção. De certo modo, ela iria e já estava rezando para que nenhuma lesão viesse à tona até o fim das Olimpíadas.

Ela e Gabi tiveram uma conversa profunda e muito centrada antes de cada uma seguir para suas funções. A capitã parecia um tanto quanto nervosa no ônibus e Amélia notificou isso, ajudou-a com algumas técnicas de respiração e usou palavras motivacionais para trazer de volta o espírito competitivo da ponteira. Durante as reuniões entre a equipe da seleção, Zé Roberto sempre deixou explícito que jogar contra o Japão exigia muito do condicionamento mental das jogadoras e dentro de uma Olimpíadas isso não seria divergente. Quando as últimas notas do hino nacional ressoaram o estádio inteiro vibrou. O jogo iria começar.

As jogadoras tiveram um breve momento para repassar informações necessárias de mapeamento entre si e ao lado do técnico, até começarem a serem convocadas para compor a quadra. Já em sua posição, Gabriela procurou por Amélia, que não conseguia desviar os seus olhos dela desde o momento em que haviam chegado ali. Gabi tinha um misto de sede, confiança e receio em seus olhos, mas quando a avistou em meio a multidão, ela imediatamente sentiu seus nervos se arrefecer. A médica havia prometido que estaria o tempo inteiro ali, vibrando incansavelmente pelo time. Caso em algum momento a capitã sentisse dúvidas ou medo, era só direcionar o seu olhar para os assentos da comissão técnica. Ambas sorriram em cumplicidade uma para a outra e então o apito do juíz foi sinalizado, decretando o início do jogo com um saque excepcional de Ana Cristina.

O primeiro set foi intenso. Na noite anterior, antes de pegarem no sono, Gabriela havia expressado suas emoções, dizendo a Amélia que o Japão era um time muito estrategista e isso sempre foi algo que a preocupou. Era como se elas estivessem competindo com doze jogadoras ao invés de seis e a melhor qualidade do time era a serenidade dentro de quadra. A Seleção Brasileira precisaria trazer isso para si, alinhando com a tenacidade e inteligência do jogo, senão aquele seria mais um campeonato frustrante. Além disso, era a estreia dos dois times nas Olimpíadas de Paris e com isso, a pressão tornava-se ainda maior. Com o passar do tempo, Amélia viu-se cada vez mais tensa em seu assento. À cada ponto conquistado, ficava cada vez mais nítido o quanto Carolana é uma verdadeira máquina de leitura de bloqueio e ao lado da capitã, ambas se destacaram nos contra-ataques dentro de quadra. Em um placar com um ponto de diferença, o Brasil fechou o primeiro set com muito foco e um olhar sanguinário que se estenderia até o final daquele campeonato.

𝐀𝐮𝐫𝐚 | Gabi Guimarães Onde histórias criam vida. Descubra agora