𝐀𝐮𝐫𝐚 | Gabi Guimarães

14. chaos in paris | part. I

atenção: este capítulo contém descrições de violência física e psicológica que podem ser sensíveis para alguns leitores.

* * *

Após desperdiçarem a manhã no centro de Paris, Amélia e Gabi retornaram para o hotel.

O calor do verão envolvia as duas, criando uma aura vibrante que parecia se espalhar por onde passavam. Ambas estavam radiantes e o mundo ao redor parecia notificar isso. A conexão das duas e a paixão mútua era algo evidente, uma percepção simplesmente maravilhosa de testemunhar. De mãos dadas, elas subiram até a cobertura e caminharam até a área de convivência, onde a atmosfera era leve e descontraída. Os risos e as vozes das jogadoras presentes se misturavam com o tilintar de copos e o aroma de petiscos, formando uma sinfonia de felicidade que ecoava no ambiente. Assim que adentraram o espaço, a atenção rapidamente se voltou para elas. O brilho radiante nos olhos de Amélia e Gabi era quase contagiante, e a energia da sala se transformou em uma onda de celebração instantânea.

— Meu Deus. Isso em seu dedo é mesmo o que eu estou pensando? — De repente, Carolana paralisou, o olhar fixo no anel que adornava o dedo de Amélia.

— E é igual o de Gabriela! — Bergmann completou, como se estivesse ligando os pontos.

Inevitavelmente a médica sorriu, a afeição em seu olhar se voltando para Gabi por um breve instante.

— É real. Estamos namorando. — Confirmou, um brilho de felicidade evidente em seus traços.

— Oficializamos essa manhã. — Gabi acrescentou, beijando suavemente a testa da namorada.

Como premeditado, o grupo imediatamente irrompeu em celebrações, os abraços e sorrisos fluindo como uma corrente de amor e apoio entre o recém casal. Assobios e aplausos preencheram o espaço, e a conexão que as duas exalavam tornava o momento ainda mais especial. As jogadoras se reuniram, todas absorvendo a notícia como se fosse um momento de grande emoção coletiva, algo pelo qual pareciam ter esperado tanto tempo. Ana Carolina ergueu Gabriela no ar e Kisy ao lado de Júlia e Daroit pararam para admirar a beleza intrínseca que o anel de compromisso de Amélia emanava.

— Eu nem imagino a festa que foi essa madrugada! — Rosamaria brincou, provocando risadas cúmplices entre o casal.

— Nossa corrente de oração funcionou! Amém, irmãs. — Nyemme exclamou, fazendo Gabi rir ainda mais, um eco de alegria que ressoava em todos os cantos da sala.

— Estou tão feliz por vocês! — Thaísa, emocionada, enxugou uma lágrima e puxou ambas para um abraço apertado.

— Obrigada, Thaí. — Gabi murmurou, segurando a amiga com força enquanto absorvia a emoção do momento.

— O que vocês estão pensando em fazer essa tarde? — Pri Daroit questionou, a energia do grupo ainda em alta.

— Hoje é a final do vôlei de praia. Nós precisamos ir assistir! — Roberta anunciou, sua voz cheia de entusiasmo, e o consentimento imediato de Gattaz e Macris reforçaram a ideia.

— Eu topo super. — Gabriela olhou para Amélia, um sorriso no rosto — O que você acha, amor?

— Perfeito.

* * *

A Torre Eiffel se erguia majestosa, sua estrutura metálica refletindo os últimos raios de sol que se despediam do céu.

O calor do verão europeu envolvia o cenário, criando uma espécie de névoa suave que tornava tudo ainda mais vibrante. O ar estava impregnado pelo cheiro de pipoca, cerveja artesanal e de crepes doces, enquanto os torcedores, com suas bandeiras e camisas coloridas, vibravam em uníssono, ecoando gritos de incentivo que se misturavam à música eletrônica que saia de alto-falantes espalhados pela área. A atmosfera era envolvente, um amontoado de emoções. Crianças corriam, rindo, enquanto adultos se reuniam em grupos, compartilhando histórias e risadas. A arena de vôlei de praia, situada sob a sombra imponente da Torre, era um ponto de encontro que pulsava com a energia contagiante dos atletas em ação. O som da bola quicando na areia, os gritos de alegria e frustração, tudo isso se entrelaçava em uma sinfonia de alegria coletiva.